[ANPPOM-L] Ricardo Tacuchian lança CD

Sonia Ray soniaraybrasil em gmail.com
Seg Nov 19 12:44:45 BRST 2007


*Ricardo Tacuchian <rtacuchian em terra.com.br>* escreveu:
Data: Sun, 18 Nov 2007 13:13:45 -0200

Alô Sonia
Espero que tudo esteja bem com você e sua nova tarefa de administrar a
Anppom. Acaba de sair um CD dedicado à minha música... No
anexo vai um Release deste CD....peço-lhe que o envie para a lista.
Um abraço
Ricardo Tacuchian


*Ricardo Tacuchian lança CD com poemas musicados e outras obras*



O poeta espanhol Federico García Lorca, cujos 110 anos de nascimento serão
festejados em 2008, é evocado nas quatro canções que abrem o novo CD do
compositor carioca Ricardo Tacuchian, intitulado "Terra dos Homens". O
"Ciclo Lorca", composto em 1979 e só agora gravado, traz poemas de Carlos
Drummond de Andrade, Alphonsus de Guimaraens Filho e Murilo Mendes
consagrados à memória do poeta-mártir da Guerra Civil Espanhola. O lirismo
de Drummond reaparece em outro ciclo de poemas musicados, "Três cantos de
amor", de 2002. Já a faixa-título, "Terra dos Homens", tem versos inéditos
do poeta Gerson Valle escritos por encomenda de Tacuchian. Composta em 2006,
é a obra mais recente do disco, que também contém música instrumental de
diferentes períodos criativos do autor. Mesmo nos momentos mais ousados, o
apego à melodia e a elementos da tradição está presente em seus trabalhos.
Com tiragem de 2.000 exemplares, o CD é o quinto este ano do selo ABM
Digital, da Academia Brasileira de Música, que vem se firmando como
principal plataforma de lançamento de artistas e compositores da música
clássica nacional.



Tacuchian explica a gênese do disco: "A motivação inicial veio do
(clarinetista) Paulo Passos, que queria gravar obras minhas e me perguntou
se eu tinha repertório suficiente para sustentar um CD inteiro." Após fazer
um levantamento entre suas 200 composições, ele reuniu algumas em que a
clarineta tem papel de destaque, criou uma nova ("Terra dos Homens") para
clarone, que é uma clarineta com registro mais baixo, e ainda adaptou a
esse instrumento uma sonatina para violoncelo e piano de 1963. "Um CD
funciona para um artista clássico como seu cartão de visita", observa
Tacuchian. Este, portanto, é o novo cartão dele, de Paulo Passos e de mais
dois músicos que participaram do empreendimento: a pianista Sara Cohen e o
barítono Marcelo Coutinho. A ABM não financia gravações, apenas cuida da
fabricação industrial e da arte final. Geralmente, os intérpretes arcam
com despesas de produção artística. Como este é um disco de compositor, foi
este quem se encarregou disso.



Com 68 anos recém-completos (dia 18 de novembro), Tacuchian é presidente da
ABM, professor de composição na Uni-Rio e responsável pela parte musical do
projeto de restauração da Catedral da Sé, que está sendo executado pela
prefeitura do Rio. "Queremos fazer um grande centro histórico de turismo e
cultura, com visitas guiadas", resume ele, que vem buscando patrocínios para
a construção de um órgão moderno naquele local. Este é o quarto CD dedicado
exclusivamente à sua música.



O compositor comenta as obras:



*Terra dos Homens* - Não queria um texto irônico ou folhetinesco.
Recorri a Gerson
Valle e lhe disse apenas que queria algo atual e filosófico. Uma semana
depois, ele me entregou o poema, que era exatamente o que eu tinha em mente.
Por sua vez, ele me disse que traduzi muito bem a poesia em música.
Começacom uma longa passagem do clarone, até que a voz humana emerge,
como vinda
da terra. O texto fala da saga do homem, que começa e acaba na terra.

*Sonatina para clarone e piano* - Tinha 24 anos, era aluno de composição na
UFRJ e José Siqueira era meu professor. Esta sonatina, feita originalmente
para violoncelo e piano, foi um trabalho de classe. É muito melódica e
nacionalista. Sempre fui um melodista. Mesmo quando compunha música de
vanguarda, experimental, na década de 1970, colocava um gancho melódico no
meio da massa sonora. Não queria perder contato com o público. No fim
daquela década, deixei de lado o experimentalismo. A primeira música que
marcou uma nova fase foi o "Ciclo Lorca".



*Ciclo Lorca* - Minha motivação foi política. O ano era 1979. Vivíamos na
ditadura. Fui um ativista informal. A morte de García Lorca na Guerra Civil
Espanhola, que foi a última guerra romântica da História, na qual
voluntários de 53 nacionalidades lutaram conta o nazi-fascismo, serviu de
metáfora para falar da falta de liberdade que vivíamos no Brasil. É quase
uma ópera trágica. É um lamento, que termina com uma mensagem de esperança.



*Três cantos de amor* - São três poemas que Drummond escreveu em épocas
diferentes, e cada um trata o amor de uma forma. Tentei traduzir o clima de
cada um com minha música. Ela está a serviço do texto. Numa das canções, por
exemplo, repete-se a pergunta "Que barulho é esse na escada?". No fim, o
poeta responde que é alguém abafando o rumor que salta do seu coração. Nessa
parte, o piano reproduz a pulsação cardíaca. É uma coisa sutil, porque, na
arte, nada pode ser óbvio. Esse ciclo foi uma encomenda de uma fundação
alemã para um evento em comemoração ao centenário de nascimento de Drummond
de Andrade em 2002. Estreou em Bayreuth.



*Pimenta do reino* - Composta em 1995, é parte de uma série instrumental
associada a temperos diversos. Já fiz "Manjericão", para piano,
"Alcaparras", para flauta, "Manjerona", para clarone, "Alecrim", para
trompete, e "Páprica", para violão.



*Delaware Park Suite* - Em 1987, cheguei aos Estados Unidos, onde morei até
1990. No primeiro dia lá, participei de um programa de visita ao Delaware
Park. Pela manhã, conheci um museu. Depois, foi feito um piquenique na grama
do parque. À noite, vi um show de jazz ao ar livre. No ano seguinte, vivendo
em Los Angeles, registrei em música aquelas primeiras impressões que tive
dos Estados Unidos.



Os intérpretes:



*Paulo Passos* (clarineta, clarone e saxofone) - Catarinense de Itajaí, Paulo
Passos é bacharel em clarineta pela Uni-Rio. Importantes compositores têm
dedicado a ele obras para clarineta, clarone e saxofone. É membro de um duo
com a pianista Sara Cohen e de outro com o percussionista Joaquim Abreu.
Participa como convidado de outros grupos camerísticos e já atuou, como
solista, em várias orquestras brasileiras. Tem se apresentado em quase todos
os estados do Brasil e na Alemanha, França, Holanda, Argentina e Colômbia. É
professor nos Seminários de Música Pró-Arte e na Escola de Música
Villa-Lobos.



*Sara Cohen* (piano) - Estudou piano com Esther Nailberger e Homero de
Magalhães. Graduou-se em piano com medalha de ouro pela UFRJ em 1984 e
recebeu o título de doutor em música pela Uni-Rio, em 2007. Ganhou diversos
prêmios, em concursos no Brasil. Sua carreira, como recitalista e camerista,
é voltada principalmente à música brasileira e à música contemporânea em
geral. Participa, com a pianista Miriam Braga, do Duo FortePiano e do Duo
Paulo Passos & Sara Cohen. É professora de música da UFRJ.



*Marcelo Coutinho* - Começou a carreira musical em 1976, aos 8 anos, ao
ingressar no coral "Canarinhos de Petrópolis", onde também estudou violino e
viola. Graduou-se em canto na UFRJ, na classe da professora Diva Abalada,
com o título magna cum laude. Fez seu aperfeiçoamento técnico em Linz, na
Áustria, com Althea Bridges e, em música de câmara, com Thomas Kerbl. Em
1990, ganhou o concurso Villa-Lobos, em Vitória-ES, na categoria canto,
levando ainda o prêmio de melhor intérprete do compositor. Tem atuado em
várias óperas no cenário lírico brasileiro, além de concertos sinfônicos e
camerísticos, com um repertório que vai da Renascença aos tempos atuais.




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