[ANPPOM-Lista] Produtivismo acadêmico está acabando com a saúde dos docentes‏

luciano cesar lucianocesar78 em yahoo.com.br
Seg Jan 23 21:50:21 BRST 2012


Bom, foi dito que a diferença entre nós e os psicólogos, por exemplo, é que eles leem os trabalhos uns dos outros, os músicos não. Aceito a idéia do Silvio, claro que devemos nos referir mais as pesquisas uns dos outros. Mas voltamos então ao problema levantado no início desta discussão: O problema é achar tempo pra ler tudo dos colegas e incluir os trabalhos deles em nossas pesquisa, já que as aulas, a pesquisa e a exigência com a produtividade configura uma jornada as vezes quádrupla pra quem toca ou compõe?

   Mais uma vez, SIlvio, concordo que essa contingência vai gerar novos habitos de pesquisa, inclusive para o que se considera uma pesquisa. A Federal do Rio Grande do Sul apresenta trabalhos que me parecem conjuntos de resenhas dos trabalhos dos vizinhos e a nota é alta... Será que é por aí?

Abraços,

Luciano

--- Em seg, 23/1/12, silvioferrazmello <silvioferrazmello em uol.com.br> escreveu:

De: silvioferrazmello <silvioferrazmello em uol.com.br>
Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Produtivismo acadêmico está acabando com a saúde dos docentes‏
Para: "Damián Keller" <musicoyargentino em hotmail.com>
Cc: anppom-l em iar.unicamp.br
Data: Segunda-feira, 23 de Janeiro de 2012, 17:07

caro damian
o que vejo de mais contundente nisto que vcs colocam é que deverá, com o tempo, surgir novos habitos de produção e de referencia.
nos hábitos atuais escreve-se música, toca-se música, mas sem referir uma pesquisa de outro. 
refere-se sim, mas em trabalho escrito que possa estar vinculado a este trabalho prático.
ou seja, por um bom tempo ainda não teremos citados trabalhos que foram importantes para perfornances.
abs


On Jan 23, 2012, at 11:19 AM, Damián Keller wrote:

> 
> Caro Rogério,
> 
> 
> 
> O problema que vc
> aponta acontece em todas as áreas. Em psicologia, por exemplo, um
> experimento leva meses, as vezes anos para ser implementado. E o
> resultado é 1 artigo só. Uma revisão do estado da arte pode ser
> feita em algumas semanas e o resultado é o mesmo: 1 artigo. O
> trabalho musicológico com fontes primárias pode ser comparado ao
> trabalho experimental na relação investimento/resultado.
> 
> 
> 
> A grande diferença
> entre nós, músicos, e os psicólogos é que eles citam os trabalhos
> dos colegas, nós não. Esse tipo de prática era o que estava
> sugerindo quando falei em ajustar
> as nossas práticas para que a nossa produção não fique defasada
> com as outras áreas. 
> 
> 
> 
> 
>> Este
> é um problema: avaliar e permitir o que tem força impactante entre
> outros pesquisadores e que pode resultar não em citações mas em
> uso direto.
> 
> 
> 
> Silvio, quando respondi
> à colocação sobre o <código de barras> estava me referindo
> justamente a essa questão. Performance e composição geram produtos
> não escritos. Mas esses produtos podem ser registrados, indexados, e
> consequentemente citados. Para falar do caso que conheço mais de
> perto, eu como compositor uso técnicas que documento através de
> publicações. Se existisse um mecanismo para publicar o resultado
> sonoro referenciando os trabalhos que lhe dão suporte, cada peça
> geraria várias citações a outros trabalhos.
> 
> 
> 
> O que eu quero dizer é
> que a nossa produção como músicos não é muito diferente do tipo
> de trabalho que fazem os outros pesquisadores. O problema é que o
> nosso trabalho está <em negro>.
> 
> 
> 
> Abraços,
> Damián
> 
> 
> Dr. Damián Keller -
> Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal University of Acre -
> http://ccrma.stanford.edu/~dkeller
> 
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