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<DIV><FONT face=Arial size=2>Caros companheiros:</FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2></FONT> </DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2>A Universidade Federal da Bahia, pela sua
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, Dra. Maria de Fátima Dias Costa,
propiciou-nos a oportunidade de discutirmos as questões da nova tabela de áreas
de conhecimento das agências de fomento. Deu-se isto em vista da UFBA vir
sendo uma das universidades brasileiras que mais investiram na área das
artes.</FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2>Tivemos colaboradores com a
experiência de Maurício Loureiro e de Maria Lúcia Kern, ora representantes
nossos no CNPq, além de outros daqui que os precederam, entre os quais
Jamary e eu próprio. Martha Ulhoa veio pouco antes, particularmente para
abordagem de problemas de avaliação, sem ter podido estender sua permanência
para as discussões posteriores.</FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2>Conforme o que se havia proposto em
correspondência para a lista, olhamos "para cima", no sentido de tentarmos o
mais difícil, que é o reconhecimento da especificidade das artes, sua
"disciplinaridade", como áreas, cada uma delas. Isso, conseqüentemente, implica
na idéia de uma grande área de artes, pois do contrário, como sub-áreas,
continuaríamos sem existir nas agências. Este é o problema mais difícil, em
torno do qual teremos de nos unir.</FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2>Internamente, reuniram-se representantes de Música,
Artes Visuais, Teatro e Dança. Como essas discussões entre as áreas,
inclusive por motivos históricos, não é fácil, também estipulamos que não
meteríamos o nariz na janela do vizinho. Ainda assim, alguns conceitos tiveram
de ser moderados, como o de espetáculo, com o qual as artes cênicas nos
engoliriam a todos.</FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2>Tampouco, não nos preocupamos muito com as
especializações, subdivisões das sub-áreas. No caso das sub-áreas, optamos pela
abrangência, isto é, a inclusão do possível, mesmo já nos afastando do consenso
em relação a umas poucas. As especializações, por assim dizer, foram
adiadas quanto à intenção de se oferecer um quadro completo. Quando aparecem lá
estão à guisa de explicação. Entendam, por favor, de que estou falando de
Música.</FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2>Para todos os efeitos, o que vai aqui é uma
sugestão. Mas seria bom que na reunião pertinente do XV Congresso Nacional da
ANPPOM de lá saíssemos com uma demonstração de coerência e de
coesão.</FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2>Uma última observação: este documento, embora fruto
da reflexão, é ainda assim um documento político. Reforçou-se a disciplinaridade
neste momento em que a tendência à diluição das fronteiras disciplinares é um
fato. Numa etapa posterior, a busca da interdisciplinaridade pode
ser um fator para o desenvolvimento da base teórica de nossas disciplinas.
Pode ocorrer fragmentação, como no caso da Sociologia, a ponto de sociólogos
passarem a se entender menos entre si, do que entre eles e uma ou outra das
disciplinas híbridas que se foram gerando. Nessa fragmentação, algumas das
disciplinas tradicionais perderam o seu cerne, enquanto outras, como a
Lingüística e a Economia, de alguma forma conseguiram conservá-lo. Há também
disciplinas imperialistas. Talvez é o que se reflete no conjunto Música/Artes da
CAPES e de outros países europeus e americanos. </FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2>Um abraço, e até o dia 20, segundo creio, quando
este assunto das áreas será discutido no Rio de Janeiro, no XV
Congresso.</FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2>Manuel Veiga </FONT></DIV></BODY></HTML>