<FONT face="Default Sans Serif, Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size=2><DIV><FONT face="Default Sans Serif, Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif">Prezados Helena e Jorge, </FONT></DIV><DIV><FONT face="Default Sans Serif, Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif">  </FONT></DIV><DIV><FONT face="Default Sans Serif, Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size=3><FONT size=2><FONT face="Default Sans Serif, Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif">Discordo inteiramente de vocês, pois sou pelo termo <STRONG>Performance Musical</STRONG>. Penso se não há uma <STRONG>xenofobia</STRONG> por tras do seu ponto de vista. Se formos levar em conta o Aurélio ou outras referências que não conseguem acompanhar a mobilidade da língua portuguesa, o termo performance, de fato, se restringe a <STRONG>desempenho</STRONG>. Mais do que isto, o termo <STRONG>interpretação </STRONG>é que está ligado à idéia romântica do intérprete que não faz pesquisa e é tratado sempre como secundário ao texto, à figura do compositor. Por outro lado, <STRONG>Performance Musical</STRONG> é muito mais do que o que foi sugerido por vocês e inclui, entre outras coisas, processos criativos, processos interativos (dentro da música, com outras artes e com outras áreas), aspectos psicológicos (ansiedade, medo de palco etc.), aspectos fisiológicos (postura, lesões etc.) e aspectos do comportamento motor (controle e aprendizagem) envolvidos na performance musical. Quando houve um <EM>referendum</EM> sobre esta questão em 2000 (um congresso nacional com mais de 120 pesquisadores apresentando trabalhos de pesquisa na área de <STRONG>Performance Musical</STRONG>) o termo <U>performance foi debatido</U> e o <U>preferido</U> pela comunidade (em detrimento de todos os outros apresentados). Assim, voto e conclamo a todos a votarem no termo <STRONG>Performance Musical</STRONG></FONT></FONT>.</FONT><BR> </DIV><DIV>Fausto Borém<br>Escola de Música da UFMG<br>Av. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha<br>31.270-010   Belo Horizonte  -   MG<BR><DIV><BR></DIV><FONT color=#990099>-----anppom-l-bounces@iar.unicamp.br escreveu: -----<BR><BR></FONT>Para: Helena Jank <hjank@iar.unicamp.br><BR>De: Jorge Antunes <antunes@unb.br><BR>Enviado por: anppom-l-bounces@iar.unicamp.br<BR>Data: 22/10/2005 11:40AM<BR>cc: anppom-l@iar.unicamp.br<BR>Assunto: Re: [ANPPOM-L] Re:praticas interpretativas<BR><BR><font size=+1>Cara Helena:</font><font size=+1></font><p><font size=+1>Concordo totalmente com você.</font><br><font size=+1>Acho bem mais pertinentes e coerentes essas duas denominações:"Processos Interpretativos" ou "Teoria e prática da interpretaçãomusical".</font><br><font size=+1>Seus argumentos, que evocam os tempos especulativos deAristóteles, são definitivos.</font><br><font size=+1>Realmente a palavra "performance" se reporta à"presença no palco". A palavra "performático" se refere apenasaos aspectos cênicos e gestuais.</font><br><font size=+1>O estudo da elocução, "léxis" nodizer de Aristóteles, conceito que se opõe ao de "dianóia",pode ser teórico, estudando-se o processo antes de se chegar aopalco.</font><br><font size=+1>Abraço,</font><br><font size=+1>Jorge Antunes</font><br> <br> <p>Helena Jank wrote:<blockquote TYPE="CITE">Colegas:<p>Eu não me conformo com a insistência em usar este termo"performance", a<br>meu ver completamente equivocado, desde a sua origem.<p>Vejam meus argumentos:<br>Em todos os dicionários que consultei, encontrei este termo_sempre_<br>aliado à idéia de _desempenho_.  Mesmo quando usadoem relação a<br>atividades artísticas, tem a ver com o desempenho no palco,com a<br>apresentação pública.  O termo, quando começoua ser usado nas<br>univesidades e escolas de música, vinha influenciado pela idéia<br>romântica do artista- intérprete / "performer", aqueleque tem um<br>desempenho espetacular no palco.  Aquele que não se preocupavanem um<br>pouco com pesquisa histórica, com análise musical, com"Zeitgeist"<br>(ainda mais  - era antagônico a tudo isso).  Sónas últimas décadas do<br>sec.XX começou a surgir algo como a "pesquisa em interpretação",até<br>hoje ainda um tanto incipiente e sofrendo muito a dificuldade de _se_<br>definir corretamente.<br>Daí vem também a minha preocupação como termo.<br>A pesquisa em interpretação, como nós a conhecemoshoje,  propõe o<br>envolvimento do intérprete com todo o caminho retóricopercorrido pelo<br>autor quando cria a obra, para levar ao resultado final, que é<br>prerrogativa do intérprete.<br>- o *exordium*, que é o momento da criação<br>- o *dispositio*, que é o momento da organizaçãodo discurso: que forma<br>terá, como serão trabalhadas suas partes, etc..<br>- o *divisio*, que é o momento de elaboração dasfiguras retóricas, de<br>acordo com as intenções do autor e as qualidades do públicoao     qual<br>o discurso se direciona<br>- a *memoria*, que é a preparação do discurso<br>- a *actio* (ação) -  /Este é o momento da"performance".<p>Claro que um excelente desempenho, como entendemos hoje em dia, deveser<br>conseqüência de uma excelente pesquisa, mas insisto em defenderque a<br>pesquisa não será em "performance" - a pesquisa serános elementos que<br>levarão a uma boa performance.<br>Insisto que o corpo teórico e a metodologia própria,que sem dúvida já<br>existem, existem para o conceito de "performance" apenas nas duas partes<br>finais do discurso retórico: a *memoria* e a *actio*.<p>/Alguns exemplos:<br>o motor a gasolina tem uma melhor performance do que o motor a álcool.<br>Esta melhor performance não é resultado da pesquisa em"performance de<br>motores", mas em "combustíveis", "projeto e construçãode motores",<br>"produção de cana de açúcar", "petróleo",etc....<br>Para melhorar a performance de um atleta, a pesquisa se desenvolveem:<br>"movimento", "alimentação", "aparelhos desportivos" ... ...<p>Gostaria que aqueles que defendem o termo procurassem argumentos mais<br>sólidos do que apenas: "já estamos acostumados a usareste termo".  Pior<br>ainda, quando o termo vira "performance practice": a "práticado<br>desempenho" ... ... ... ...<p>Quero lembrar também que muito da pesquisa em interpretaçãoque fazemos<br>hoje não chega ao palco - não se transforma em /performance/: faz parte<br>do processo, quando em elaboração.  Lembro o trabalhoque fazem hoje os<br>intérpretes  juntamente com os compositores, à procurapor novas<br>sonoridades,  surgidas do domínio técnico do instrumento,aliado ao<br>domínio teórico e à criação. Estesresultados vão aparecer em muitas<br>situações desvinculadas da "performance" e nãomerecem ser desprezados.<p>Sou por *Processos Interpretativos* - ou, como proposto recentemente<br>pela Carol *teoria e prática da interpretaçãomusical*<p>Sei que isto é um problema para os cursos que já nasceramcom o nome de<br>"performance", mas não gostaria de me render ao termo sóporque alguém,<br>muito antes de nós, começou por uma trilha que hoje éerrada.<p>Saudações<br>Helena<p>________________________________________________<br>Lista de discussões ANPPOM<br><a href="http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l" target=blank  >http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l</a><br>________________________________________________</p></blockquote><pre>________________________________________________Lista de discussões ANPPOM <a href="http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l" target=blank>http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l</a>________________________________________________</pre></DIV></FONT>