<html><div style='background-color:'><DIV class=RTE>
<P>   Prezado Carlos, na verdade, a coisa é bem mais antiga: na civilização ocidental, vai ao grego antes de Cristo; depois, ao latim, língua materna; aos idiomas "bárbaros" invadindo o latim e depois, a todas as miscigenações na Idade Média. Após os movimentos nacionalistas, com as crises identitárias não apenas na lingüistica , como também na música e em planos terrivelmente mais sutis, a preservação do idioma se afirma como algo perto do sagrado, parecido ao território da identidade nacional ou cultural (como é o caso dos territórios indígenas, por exemplo).</P>
<P>   Discutir tais problemas na língua nos remete, na verdade, às origens mais remotas e às raízes mais profundas. Podemos refletir que o problema da dominação política ocorre também no campo dos idiomas. Isto para mim ficou muito claro no Canadá onde a fragmentação lingüística (inglês <EM>versus </EM>francês) reflete uma crise de identidade muito séria.  </P>
<P>   Não acho que o francês seja língua morta, nem tampouco o grego e o latim. Como no campo da política, há, na verdade, dominadores e dominados num momento do processo dialético da história que está sempre em mutação. Por isto cabe aos cidadãos preservar os valores que consideram mais importantes. Com a nossa atuação como cidadãos, podemos elevar a nossa língua a um nível mais alto ou contribuir para que ela se torne um lixo. É lógico que a máxima aristotélica " nequid nimis" (nada de exagero) é fundamental para não cairmos nos erros extremistas que  sempre causaram horrores na história da humanidade.</P>
<P>   Abraço da Sandra.<BR></P></DIV>
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<BLOCKQUOTE style="PADDING-LEFT: 5px; MARGIN-LEFT: 5px; BORDER-LEFT: #a0c6e5 2px solid; MARGIN-RIGHT: 0px"><FONT style="FONT-SIZE: 11px; FONT-FAMILY: tahoma,sans-serif">
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<DIV></DIV>From:  <I>Carlos Palombini <palombini@terra.com.br></I><BR>To:  <I>anppom-l <anppom-l@iar.unicamp.br></I><BR>Subject:  <I>[ANPPOM-L] línguas</I><BR>Date:  <I>Wed, 26 Oct 2005 18:04:31 -0200</I><BR>><BR>>Mallarmé foi professor de francês e gostava de falar esta língua com <BR>>amigos. Ele escreveu que há mais palavras francesas na língua <BR>>inglesa do que no próprio francês. Há até palavras de origem <BR>>portuguesa e espanhola na língua inglesa: "palaver", significando <BR>>palavrório, e "siesta", significando aquilo que um anglo-saxão não <BR>>faz. Há palavras de todas as origens na língua inglesa. É uma das <BR>>razões de sua riqueza e de sua força. O francês tentou impedir o <BR>>ingresso de vocábulos estrangeiros, sobretudo ingleses, inventando <BR>>laboriosos equivalentes para os nossos 
samplear, deletar e craquear. <BR>>Hoje, ele é quase uma língua morta.<BR>><BR>>Salut!<BR>>________________________________________________<BR>>Lista de discussões ANPPOM <BR>>http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l<BR>>________________________________________________<BR></FONT></BLOCKQUOTE></div></html>