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Prezados colegas:
<p>Sinto ser total a desolação por que passamos. O rapaz
que vive cantando em falsete e continua ministro do governo Lula usurpou
a denominação "eletracústico". Depois de roubar-nos
a denominação "música eletrônica" o empresariado
da indústria musical nos sacaneia mais ainda. Em seguida vem o prêmio
"grama". Deixemos que eles continuem pastando e comendo o prêmio!
<p>Para confortar-lhes, nessa desolação, sinto-me no dever
de dizer que também temos vitórias nessa luta. A vitória
aconteceu há cinco meses atrás, em setembro de 2005. Eu achava
que por questões éticas eu não devia divulgar a notícia.
Mas, não! Agora sinto-me no dever de contá-la, para aliviar
um pouco os vossos corações desolados.
<p>Em 26 de setembro de 2005 o compositor português João Pedro
de Oliveira, da Universidade de Aveiro, enviou-me e-mail cujo subject era:
"Urgente".
<br>Dizia ele que a reitoria da Universidade de Aveiro pretendia conceder
o título de doutor honoris causa ao Gilberto Gil. Na verdade, o
que acontecia era um lobby do governo brasileiro, naquele sentido, precedendo
a visita que Lula e alguns de seus ministros fariam a Portugal.
<p>João Pedro me dizia que a reitora havia pedido a opinião
dele. João Pedro, então, pedia minha opinião. Claro,
desanquei a figura, falei da ridícula atuação do dito
cujo à frente do MinC, sempre priorizando a world music caçadora
de turistas e massacrando espaços da música erudita moderna
brasileira.
<p>Depois eu soube que João Pedro enviou o mesmo pedido de opinião
ao Flo Menezes e ao Rodolfo Coelho de Souza. Estes dois também desancaram
a figura, desaconselhando a concessão do título. João
Pedro formou sua opinião, levou-a à reitoria e o Gilzinho
não ganhou título algum em seu passeio turístico-cavador-de-shows
por Portugal.
<p>Assim, vejam que ainda temos alguma força, resistência
e respeitabilidade por aí.
<br>Então, gente: a luta continua!
<p>Abraço,
<br>Jorge Antunes</html>