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<b>CARTA ABERTA à Associação dos Docentes da Universidade

de Brasília (ADUnB):</b><b></b>

<p>Brasília, UnB, 19 de março de 2006<b></b>

<p>Prezados colegas:

<p>Em novembro de 2005, em uma Assembléia Geral antecedendo o fim

da greve docente, propus que a ADUnB organizasse um seminário e

uma série de debates sobre o tema "GREVE". Minha proposta foi aprovada

por unanimidade pela Assembléia.

<p>Infelizmente a ADUnB nunca cumpriu com aquela deliberação

unânime.

<p>Minha intenção, ao apresentar a proposta, era colocar

em discussão o tema "greve", em reflexão e debate a serem

feitos por toda a comunidade da UnB, tendo em vista os resultados pífios

no saldo de conquistas dos últimos movimentos de paralisação,

e também o importantíssimo fato de que a Lei de Greve, no

Brasil, ainda não foi regulamentada.

<p>O governo apresentou no ano passado uma proposta de regulamentação

que fere amplamente o tradicional direito.

<p>Caso a série de debates viesse a ser promovida, eu iria introduzir

nela um sub-tema de extrema importância e que é praticamente

esquecido no Brasil: refiro-me à chamada Greve Solidária.

<p>Entendo que vivemos, neste final do mês de março de 2006,

o momento exato de inaugurarmos e exercitarmos essa ação

reivindicatória democrática.

<br>Precisamos manifestar explícita e clamorosamente nosso apoio

aos professores e funcionários recentemente demitidos da PUC-SP.

<p>A comunidade universitária da PUC, através de Assembléia

Geral dos três segmentos, deliberou pela greve. A construção

dessa greve aponta para uma resistência contra os ataques da Igreja,

da Fundação São Paulo e de banqueiros.

<p>Assim, solicito que a ADUnB convoque, com urgência, uma Assembléia

Geral, para que possamos discutir a seguinte proposta: deflagração

de uma Greve Solidária de 24 horas, da comunidade universitária

da UnB, em solidariedade aos professores e funcionários demitidos

da PUC-SP.

<p>Concretamente, sugiro a data de 23 de março, quinta-feira, para

a Assembléia, e a data de 24 de março, sexta-feira, para

a Greve Solidária de 24 horas.

<p>Cordialmente,

<p>Jorge Antunes

<br>Professor do Departamento de Música</html>