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Car@ amig@:
<p>O Correio Braziliense de hoje, segunda-feira, 19 de junho, publicou
meu artigo intitulado <b>A covarde invasão do Congresso</b>.
<br>Abaixo reproduzo o artigo e convido você à leitura.
<br>Na luta pela moralização e pela estetização
da Política, peço sua colaboração repassando
o texto aos amigos de sua lista de e-mails.
<br>Grato, abraço,
<br>Jorge Antunes
<br><b><font color="#ED181E"><font size=+4>-----------------------------------------------------</font></font></b>
<br><b><font size=+2>A covarde invasão do Congresso</font></b>
<br><b>Jorge Antunes</b>
<br><font size=-1>Professor titular da UnB, autor da Sinfonia das Buzinas
e da ópera Olga</font>
<p> No começo da era cristã alguns grupos de germanos
orientais, entre eles os asdingos e os silingos, atravessaram o Reno e
saquearam a Gália. Em 439, depois de vários roubos e saques,
conquistaram Cartago. Seis anos depois, fortalecidos, atacaram Roma por
mar. Ali novamente saquearam sem
<br>piedade. Esses grupos perseguidores de cristãos eram os chamados
vândalos.
<br> Grupos de vândalos ainda hoje saqueiam o povo desprotegido.
Isso acontece aqui, em nosso Congresso Nacional. À população
são exibidas cenas deprimentes que revelam prejuízo de milhões
de reais aos bolsos dos brasileiros.
<br> Hoje sabemos que foi tudo premeditado. Existem filmes que comprovam
isso. Lembro-me muito bem da campanha na TV em 2002. Os filmes estão
guardados nos arquivos dos partidos existentes à época. Algumas
emissoras de televisão guardam os filmes da cobertura jornalística
da cerimônia de
<br>posse. Os filmes, apresentados no horário gratuito de propaganda
eleitoral, levavam às casas dos brasileiros promessas falsas de
gente que por fora era boa viola mas que, por dentro, era pão bolorento.
Como verdadeiros lobos em pele de cordeiro, os olhos das feras, em suas
falações televisivas, se mexiam de um lado para outro, denunciando
a leitura vazia que faziam de textos pré-fixados em um teleprompter.
<br> Enfim, conseguiram ludibriar o povo brasileiro. Festanças
foram organizadas por seus apoiadores para comemorar a vitória.
O ano novo despontava para execução de planos mirabolantes.
Terno novo, gravata nova, sapato novo, vestidos elegantes para esposas,
amantes e filhas, iriam enfeitar o salão
<br>verde e o próprio plenário para a cerimônia de
posse.
<br>No primeiro dia eles se aproximaram, engravatados, eleitos pelo povo,
e roubaram algumas flores do jardim que fica em frente ao Anexo 2 do Congresso
Nacional. Os seguranças não disseram nada. Pelo contrário,
sorriram achando poética aquela agachadinha do novo tribuno, representante
do povo. As
<br>flores, é verdade, iriam murchar nos gabinetes. Mas, parecia
que eles queriam levá-las para as respectivas amadas que, lindamente
vestidas, aguardavam na entrada.
<br>No segundo dia, na maior cara de pau, eles pisaram no jardim esmagando
as flores. De novo, os seguranças não disseram nada. Ao invés
de se dirigirem ao plenário, foram matar a sessão, às
gargalhadas, no cafezinho. Os seguranças e os demais funcionários
não disseram nada. Os eleitores também não disseram
nada, apesar de noticiada a gazeta na imprensa.
<br>Até que um dia, o mais frágil deles entrou sozinho na
casa do povo e roubou-nos a luz da esperança, liderando uma quadrilha
que tramou compra de votos, mensalões e emendas escusas no orçamento.
Conhecendo o medo do povo e a ingenuidade do eleitorado, começaram
a ensaiar patifarias maiores. Com casuísmos e mentiras, passaram
a arrancar as vozes das gargantas dos colegas que começaram a denunciar
as ações criminosas. Achavam que os radicais, com as vozes
arrancadas, já não poderiam dizer nada. Enganavam-se redondamente.
<br>É criminoso usar a mentira, o subterfúgio e a hipocrisia
para, enganando o eleitor, ser sufragado nas urnas e tomar o Congresso,
de assalto, com intenções espúrias e inconfessáveis.
Corruptos, selvagens, sanguessugas, baderneiros: assim têm sido chamados
os deputados traidores do povo, que
<br>atacam a democracia em nosso país.
<br> Os deputados pisadores de flores e arrancadores de vozes de gargantas
honestas são hoje tratados pelo povo como arruaceiros e criminosos,
chegando até a serem comparados com o PCC. Mas o sentimento corporativo
da corrupção livrou os enlameados tribunos da prisão
e da cassação.
<br>Computadores foram apreendidos e um carro foi virado pelo avesso na
busca de documentos comprometedores. Era sabido que todos os corruptos
tinham telhado de vidro. Assim, vidraças foram atingidas pelas pedras
retóricas de discursos inflamados. Mas, não deu em nada.
<br> A fúria dos deputados corruptos os faz vândalos.
Enquanto as forças imperialistas se fartam em seus domínios,
centenas de representantes do povo, não contando com o oficial financiamento
público de suas campanhas, querem lutar pela reeleição.
Muitos têm de se sujeitar ao trabalho escravo, servindo
<br>aos empresários doadores de campanha. A solução,
então, passa a ser a luta desenfreada para a formação
de um gordo caixa dois que garanta a riqueza e a independência da
próxima propaganda eleitoral.
<br>A covarde invasão do Congresso Nacional que vândalos,
corruptos, baderneiros e ladrões realizaram no dia 1º de janeiro
de 2003, vai ser repudiada pelo povo brasileiro, com todo vigor, nas urnas,
em 1º de outubro do corrente ano.
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