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<html>
Oi, Didier:
<p>Achei bem interessantes seus comentários.
<p>Mudança de letra de uma música tem um nome técnico:
paródia (parodie, en français).
<p>A lei do direito autoral brasileira, em seu art. 47 (Lei 9.610/98),
permite a paródia, até mesmo sem autorização
do autor. São permitidas, legalmente, a paráfrase e a paródia.
<p>Na lei francesa é a mesma coisa: "Le principe de la parodie:
la parodie constitue une exception au droit d'auteur, ainsi qu'il ressort
de l'article L. 122-5 4° du Code de la Propriété Intellectuelle
: "Lorsque l'œuvre a été divulguée, l'auteur ne peut
interdire : 4º La parodie, le pastiche et la caricature, compte tenu
des lois du genre."
<p>Admite-se a mudança de letra com intenções até
humorísticas, desde que seja passada a impressão de que a
nova versão não é a original. O humorístico
e lúdico, em minha versão, está bem presente. Observe-se,
por exemplo, o uso da expressão "líder nacional", no lugar
de "Internacional".
<p>A melodia da Internacional, composta por Pierre Degeyter, é lindíssima.
A letra (em francês) de Eugène Potier também é
maravilhosa. Mas as versões correntes em português, cantadas
no Brasil e em Portugal, são horríveis. Nela encontramos
coisas estranhíssimas como "famélicos" e "povo ativo". En
espanhol, também é muito ruim.
<p>A doutrina do Internacionalismo continua intacta na nova letra que fiz.
Não poderia ser de outra forma, porque o Programa do PSOL inclui
essa proposta: "A defesa de um internacionalismo ativo. (...) A retomada
do internacionalismo é objetivo do novo partido. Para além
do nosso continente, temos que empenhar todo o esforço no apoio
ao movimento anti-globalização, com seus fóruns sociais
e suas mobilizações de massas iniciadas a partir de Seattle.
No caso das sistemáticas agressões, guerras de ocupação
das grandes potências capitalistas, como no caso do Iraque, devemos
defender de forma inequívoca a auto-determinação dos
povos e condenar qualquer tipo de intervenção militar."
<p>Foi exatamente por todas essas razões por mim apontadas, e por
todas as observações que você colocou, que minha mensagem
não era e não é spam, cabendo perfeitamente no escopo
temático da Anppom. Bom seria se jovens pesquisadores musicais se
interessassem por temas nessa área: paródia, paráfrase,
hinos revolucionários, versões de letras de músicas,
métrica, prosódia, ...
<p>Abraço forte,
<br>Jorge Antunes
<br> 
<br> 
<br> 
<br> 
<p>Didier Guigue wrote:
<blockquote TYPE=CITE>Ola!
<p>Já que o Jorge, futuro Ministro da Música, Política,
Reflexão Acadêmica e
<br>Música para Adultos e Crianças do governo Heloisa Helena,
postou na lista,
<br>assegurando que não é Spam, vou azucrinar…
<p>Usar uma música tão dramaticamente alcunhada na História
politico-social
<br>do Séc XX para uma campanha eleitoral, de quem quer que seja,
jogando fora
<br>uma letra a qual está intrinsicamente associada, para botar
no lugar nome
<br>de candidato, releva de uma prática política discutível,
alienante, a
<br>mesma que é supostamente combatida por HH. Constitui também,
penso, uma
<br>falta de respeito para com o autor da obra e sua intenção
original,
<br>ancorada, como todos sabemos, num pensamento internacionalista, a-nacional
<br>portanto, do progresso social.
<p>Jorge, pô, você é compositor, não podia colocar
uma música sua? Sei das
<br>restrições a participação de artistas (que
portanto dificultam, mas não
<br>impedem, a difusão de obras originais) e tambem que esta música,
mais do
<br>que outras, ajuda a induzir o sentimento de resgate de um espirito
<br>esquerdista “puro”, “radical”, veiculado pela sua letra e pelo próprio
<br>Psol, mas enfim, era tão bom que a “nova esquerda” começasse
com o pê…
<br>direito (!), não desviando obras e mensagens de artistas, para
fins
<br>eleitorais...
<p>Obs. Por coincidência rara, eu sou amicíssimo de Brigitte
Degeyter,
<br>bisneta do compositor.  Não fosse a obra do domínio
público desde 1986,
<br>ela botava você na Justiça, ha ha! Tá vendo, Jorge,
como é perigoso mandar
<br>Spams? ;)
<p>Abraços e bola pra frente!
<p>Didier
<p>Jorge Antunes escreveu:
<br>> Amigos e companheiros:
<br>>
<br>>
<br>>
<br>> Para a oportunidade estou propondo o lançamento do Hino da
Frente de
<br>> Esquerda.
<br>> Nos atos e comícios não é permitida a participação
de artistas, mas é
<br>> permitido, ao povo, cantar.
<br>> Abaixo segue a letra, com a música d'"A Internacional".
<br>>
<br>> Abraços,
<br>>
<br>> Jorge Antunes
<br>> (candidato a deputado distrital, nº 50050, Psol)
<br>>
<br>> PS. Não há porque considerar esta mensagem como spam.
Ela tem a ver com
<br>> música, política, reflexão acadêmica e
música para adultos e crianças.
<br>>
<br>>
<br>> De pé, companheiros!
<br>> (Hino da Frente de Esquerda 2006)
<br>>
<br>> Letra de Jorge Antunes
<br>> Música: A Internacional, de Pierre Degeyter
<br>>
<br>> De pé, autênticas esquerdas!
<br>> Marchemos em frente todos nós.
<br>> Na História tivemos muitas perdas
<br>> mas honraremos os heróis.
<br>>
<br>> Se os grandes ratos seguem no poder,
<br>> lutemos contra os roedores.
<br>> Unamo-nos para vencer:
<br>> paz entre nós, guerra aos senhores!
<br>>
<br>> Bem unidos façamos
<br>> a justiça social,
<br>> com o povo livre sem amos,
<br>> fraterno e mais igual.
<br>>
<br>> Nossa luta serena
<br>> é classista e radical.
<br>> Heloisa Helena
<br>> é líder nacional.
<br>>
<br>>
<br>>
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<br>Didier Guigue
<br>UFPB--Departamento de Música
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