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<DIV><FONT face=Arial size=2>Parabéns Jorge, venho acompanhando suas
reflexões. São super pertinentes. Um abraço, Sekeff </FONT></DIV>
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style="PADDING-RIGHT: 0px; PADDING-LEFT: 5px; MARGIN-LEFT: 5px; BORDER-LEFT: #000000 2px solid; MARGIN-RIGHT: 0px">
<DIV style="FONT: 10pt arial">----- Original Message ----- </DIV>
<DIV
style="BACKGROUND: #e4e4e4; FONT: 10pt arial; font-color: black"><B>From:</B>
<A title=antunes@unb.br href="mailto:antunes@unb.br">Jorge Antunes</A> </DIV>
<DIV style="FONT: 10pt arial"><B>To:</B> <A title=anppom-l@iar.unicamp.br
href="mailto:anppom-l@iar.unicamp.br">anppom-l@iar.unicamp.br</A> </DIV>
<DIV style="FONT: 10pt arial"><B>Sent:</B> Tuesday, December 19, 2006 2:20
PM</DIV>
<DIV style="FONT: 10pt arial"><B>Subject:</B> [ANPPOM-L] no meio do caminho
tinha um rock</DIV>
<DIV><BR></DIV><A href="mailto:Car@s">Car@s</A> colegas:
<P>Gostaria de lhes apresentar algumas considerações referentes às últimas
mensagens sobre o "curso de rock".
<P>Em primeiro lugar quero manifestar meu contentamento com o fato de que o
assunto despertou a lista de discussão da Anppom. <BR>Infelizmente ela andou
totalmente apagada, sem mensagens, sem conversas, sem troca de idéias, sem
debate, sem discussão e, portanto, alimentando nosso tão triste e habitual
distanciamento. <BR>A lista existe para isto: nossa troca de idéias, contatos
e debates. Então, o anunciado curso de rock acaba de dar sua primeira grande
contribuição.
<P>Em segundo lugar, gostaria de comentar aquelas mensagens opinativas, que
diziam estar a Universidade sem sintonia com a realidade. Existem colegas que
defendem a idéia de que a Universidade deve estar atenta às demandas do
mercado. Eu, como socialista convicto, que sonho com uma sociedade futura de
direitos e oportunidades iguais para todos, uma sociedade fraterna, solidária,
penso justamente o contrário. Acho que a Universidade deve, sim, estar
atenta às demandas do mercado, mas de modo crítico, para não correr o risco de
trazer o inimigo para dentro da barricada. Entendo que a Universidade deve ser
uma trincheira de luta contra a má realidade externa, forjada na ganância do
capitalismo e de empresários que fabricam demandas de modo a aumentar a
competição, a disputa fratricida e a exploração do homem pelo homem,
aumentando cada vez mais as desigualdades, à custa do embrutecimento do povo e
da repressão de sua capacidade criativa. A banalização cultural e as "musicas"
comerciais de rápido e fácil consumo fazem parte desse processo. <BR>Digo que
a Universidade não deve ser um supermercado. No Carrefour, quando existe uma
forte demanda de yoghurt pelo público consumidor, seus proprietários enchem as
prateleiras de yoghurt. A Universidade não pode ser assim. Nossas prateleiras
não devem se encher de rap, hip hop, rock, samba, funk, techno, só porque o
mercado apresenta grande demanda desses gêneros. <BR>Devo esclarecer que nada
tenho contra essas manifestações culturais. Pelo contrário, adoro samba, rap,
hip hop, rock, funk, techno, quando eles são bem feitos. Mas a "academização"
desses gêneros certamente mataria suas espontaneidades e belezas. <BR>A
totalidade dos rocks e roqueiros que conheço, e que fizeram e fazem bom rock,
não estudou rock na Universidade. Pelo contrário, muitos deles estudaram
música erudita na Universidade, ou outras áreas do conhecimento na
Universidade, desembocando seus saberes, adquiridos na academia, na linguagem
pop. <BR>É preciso se convencer de que não é qualquer atividade que pode ou
deve ou precisa ser aprendida na Universidade. Muitas delas podem e devem ser
estudadas em outros lugares. Por exemplo, o corte e costura não precisa, ou
não deve, ser estudado na Universidade. O bumba-meu-boi também não. Ao
trabalhar com meu queridíssimo amigo Seu Teodoro, de 80 anos idade, no projeto
Speculum Brasilis, aprendi mil saberes novos. Seu Teodoro é o maranhense
criador e diretor do famoso bumba-meu-boi de Brasília. Para economizar grana,
o boi que eu queria usar adotaria o tambor-onça, dois pandeiros, o puxador e
apenas uma matraca. Seu Teodoro rebelou-se: "- Com uma matraca só, não dá a
tonalidade!" Depois, experimentando, vi que ele tinha razão. Conclusão: a
poliritmia e o politimbrismo do boi do Seu Teodoro, com duas matracas, com sua
"tonalidade" perfeita, casou maravilhosamente com a atonalidade de meus sons
eletrônicos. <BR>Existem saberes que não podem correr o risco de serem
contaminados pelos virus acadêmicos, porque correriam o risco de se
transmutarem, se deformarem. <BR>Abraços para tod@s, com votos de boas festas.
<BR>Jorge Antunes <BR> <BR> <BR> <BR> <BR>
<P>
<HR>
<P></P>________________________________________________<BR>Lista de discussões
ANPPOM
<BR>http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l<BR>________________________________________________
<P>
<HR>
<P></P>No virus found in this incoming message.<BR>Checked by AVG Free
Edition.<BR>Version: 7.1.409 / Virus Database: 268.15.24/592 - Release Date:
18/12/2006<BR></BLOCKQUOTE></BODY></HTML>