Ooops, desculpem, 1996 não, acho que foi depois, 2002, por aí. <br><br>
<div><span class="gmail_quote">Em 12/06/07, <b class="gmail_sendername">Luciana Gifoni</b> <<a href="mailto:nanagifoni@gmail.com">nanagifoni@gmail.com</a>> escreveu:</span>
<blockquote class="gmail_quote" style="PADDING-LEFT: 1ex; MARGIN: 0px 0px 0px 0.8ex; BORDER-LEFT: #ccc 1px solid"><br><br>
<div><span class="gmail_quote">Em 12/06/07, <b class="gmail_sendername">Luciana Gifoni</b> <<a onclick="return top.js.OpenExtLink(window,event,this)" href="mailto:nanagifoni@gmail.com" target="_blank">nanagifoni@gmail.com
</a>> escreveu:</span>
<div><span class="e" id="q_1132215588a3cabe_1">
<blockquote class="gmail_quote" style="PADDING-LEFT: 1ex; MARGIN: 0px 0px 0px 0.8ex; BORDER-LEFT: #ccc 1px solid">
<div>Prezado professor Antunes,</div>
<div> </div>
<div>interessante seu depoimento, gostaria mesmo de ter visto esse espetáculo, mas apenas esclarecendo um ponto do relato: Claudinho E Bochecha formavam uma dupla, o primeiro morreu em um acidente de carro em 1996, quanto ao outro não faço idéia do que anda fazendo.
</div>
<div> </div>
<div>Abraços,</div>
<div> </div>
<div>Luciana<br><br>p.s.: quanto ao Luar Trovado, assisti no domingo, não teve Tom Zé nem discurso nenhum do Gerald Thomas. Ufa.</div>
<div> </div>
<div><span class="gmail_quote">Em 12/06/07, <b class="gmail_sendername">Jorge Antunes</b> <<a onclick="return top.js.OpenExtLink(window,event,this)" href="mailto:antunes@unb.br" target="_blank">antunes@unb.br</a>> escreveu:
</span>
<blockquote class="gmail_quote" style="PADDING-LEFT: 1ex; MARGIN: 0px 0px 0px 0.8ex; BORDER-LEFT: #ccc 1px solid">
<div><span>Caros Zé Luiz, Fernando e Carlos: </span></div>
<p>
<div><span>Gostei muito da discussão sobre o tema do diálogo Pierrot & Funk. <br>Não vi e não gostei. <br>As opiniões de vocês, que assistiram, corroboram meu vaticínio. </span></div>
<p>
<div><span>Gostaria de informar que apresentei, em 2005, nos CCBBs do Rio e de Brasília, espetáculos que também colocavam no palco linguagens tradicionalmente consideradas antagônicas. <br>Estou me referindo à série intitulada Speculum Brasilis.
<br>Os espetáculos eram do tipo "non stop". Cada um deles mesclava música eletroacústica (pré-gravada, sintetizador analógico e computador) com uma manifestação musical popular. O primeiro espetáculo usava o chorinho com bandolim (Hamilton de Holanda). No segundo tínhamos o grupo de bumba-meu-boi do Seu Teodoro. O terceiro contava com a participação de um coro de câmara cantando canções folclóricas. O quarto tinha a viola caipira (Roberto Corrêa).
<br>Cada um desses espetáculos usava a simultaneidade das linguagens. Diálogos esporádicos, linguagens alternadas, também eram usados, mas com breves durações. Assim, o que acontecia predominantemente era a fusão. <br>Em boa parte do tempo em que a tradição popular atuava, eu a processava no computador em tempo real com o GRM-Tools no G4.
</span></div>
<p>
<div><span>A seguir relato o que mais interessa. <br>No Rio teríamos que apresentar um quinto espetáculo. Para este estava prevista, no projeto, a participação do funk carioca com a Tati Quebra-Barraco. <br>O meu produtor entrou em contato com ela, que o enviou ao seu empresário (creio que este era seu próprio marido).
<br>Não deu certo, porque o empresário era arrogante e exigia uma fortuna de cachê. <br>Depois convidamos o Claudinho Bochecha. O empresário desse foi mais cordial e interessado e o valor pedido como cachê era bem mais coerente e acessível para nós. Quando ficou tudo acertado, o Bochecha me pediu um "demo" da "tal" música eletroacústica.
<br>A conversa acabou logo. Segundo o empresário, o Claudinho Bochecha não gostou, ou ficou amedrontado. <br>Finalmente, fizemos o quinto espetáculo com uma dupla caipira. </span></div>
<p>
<div><span>Devo salientar que todas as músicas, com exceção daquela do bumba-meu-boi, eram de minha autoria. Tanto as eletroacústicas quanto as "populares" : choros, canções, coco, embolada, cantoria etc. </span>
</div>
<p>
<div><span>Modestia à parte, deu tudo muito certo, com resultado muito bom. O público que assistiu era eclético e gostou. Dos nossos colegas membros da Anppom que assistiram, lembro-me de apenas três nomes: Carlos Kater, Isabel Montandom e Ricardo Tacuchian.
</span></div>
<p>
<div><span>Creio que o acerto foi conseqüência de dois fatores que não estiveram presentes nessa experiência do Sesc Pinheiros, com o diálogo Schoenberg & Funk: <br>1- O predomínio da simultaneidade de linguagens, em lugar da alternância;
<br>2- A utilização de obras do mesmo autor. </span></div>
<p>Abraço, <br>Jorge Antunes
<p>
<div><span>PS. A seguir, para que se divirtam um pouco, reproduzo as redondilhas que escrevi para os cantadores do quinto espetáculo. </span></div>
<p>
<div><span><font color="#4a05bf">CANTORIAS de Jorge Antunes para o Speculum Brasilis</font> <br><font color="#4a05bf">para serem cantadas por Chico de Assis e João Santana</font><font color="#4a05bf"> </font></span></div>
<p>
<div><span><font color="#4a05bf">O dotô da Academia</font> <br><font color="#4a05bf">sabe tudo de montão.</font> <br><font color="#4a05bf">Ele faz até transplante</font> <br><font color="#4a05bf">de rim e de coração.</font>
<br><font color="#4a05bf">Só não quero que ele cante:</font> <br><font color="#4a05bf">vai tirá meu ganha-pão.</font><font color="#4a05bf"></font> </span></div>
<p>
<div><span><font color="#4a05bf">Mas tem coisa que o dotô</font> <br><font color="#4a05bf">não tem a menor noção.</font> <br><font color="#4a05bf">É saber que quem conhece</font> <br><font color="#4a05bf">é o cabôco do sertão,
</font> <br><font color="#4a05bf">que sabe de muita prece</font> <br><font color="#4a05bf">pra curá todo cristão.</font><font color="#4a05bf"></font> </span></div>
<p>
<div><span><font color="#4a05bf">Da cozinheria na roça</font> <br><font color="#4a05bf">vou contar segredo dela:</font> <br><font color="#4a05bf">pro arroz não se queimar</font> <br><font color="#4a05bf">não ficar como a barrela
</font><br><font color="#4a05bf">é uma cruz você riscar</font> <br><font color="#4a05bf">bem no fundo da panela.</font><font color="#4a05bf"></font> </span></div>
<p>
<div><span><font color="#4a05bf">Quando tem dois cantadô</font> <br><font color="#4a05bf">nossa voz a gente dobra.</font> <br><font color="#4a05bf">Na noite escura e sombria</font> <br><font color="#4a05bf">o cuidado se redobra:
</font><br><font color="#4a05bf">ai daquele que assobia</font> <br><font color="#4a05bf">pois está chamando cobra.</font><font color="#4a05bf"></font> </span></div>
<p>
<div><span><font color="#4a05bf">O dotô não sabe tudo,</font> <br><font color="#4a05bf">acho que nem sabe rima.</font> <br><font color="#4a05bf">Se a ferida de sarar</font> <br><font color="#4a05bf">pó e banha não anima,
</font> <br><font color="#4a05bf">de manhã, ao levantar,</font> <br><font color="#4a05bf">cospe três vezes em cima.</font><font color="#4a05bf"></font> </span></div>
<p>
<div><span><font color="#4a05bf">O mestre do contraponto</font> <br><font color="#4a05bf">sabe até fazê uma fuga.</font> <br><font color="#4a05bf">Mas aponta uma estrela</font> <br><font color="#4a05bf">que no infinito madruga,
</font> <br><font color="#4a05bf">pois não sabe que ao vê-la</font> <br><font color="#4a05bf">vem no dedo uma verruga.</font><font color="#4a05bf"></font> </span></div>
<p>
<div><span><font color="#4a05bf">O maestro que dá aula</font> <br><font color="#4a05bf">lá na Universidade</font> <br><font color="#4a05bf">sabe tudo de Chopén,</font> <br><font color="#4a05bf">sabe de tonalidade,</font>
<br><font color="#4a05bf">dizem que sabe também</font> <br><font color="#4a05bf">fazer música que agrade.</font><font color="#4a05bf"></font> </span></div>
<p>
<div><span><font color="#4a05bf">O meu filho Joãozinho</font> <br><font color="#4a05bf">e minha sobrinha Mônica</font> <br><font color="#4a05bf">estudaram com um mestre</font> <br><font color="#4a05bf">que tinha doença crônica:
</font> <br><font color="#4a05bf">só compunha Sinfonia</font> <br><font color="#4a05bf">misturada em eletrônica.</font><font color="#4a05bf"></font> </span></div>
<p>
<div><span><font color="#4a05bf">Muitas coisas eles ouvem</font> <br><font color="#4a05bf">desde Bach até Beethoven.</font> <br><font color="#4a05bf">Gravam sons que vêm do céu,</font> <br><font color="#4a05bf">fazem musca com o mause,
</font><br><font color="#4a05bf">ouvem Bruckner, Ravel,</font> <br><font color="#4a05bf">até mesmo Stockrrause.</font><font color="#4a05bf"></font> </span></div>
<p>
<div><span><font color="#4a05bf">Eles ligam as orelha</font> <br><font color="#4a05bf">num sonzinho muito doido.</font> <br><font color="#4a05bf">Fazem zumbidos de abelha</font> <br><font color="#4a05bf">som de pato, som de cuco,
</font><br><font color="#4a05bf">tocam o que dá na telha,</font> <br><font color="#4a05bf">fazem um som bem maluco.</font> <br><font color="#4a05bf"></font> <font color="#4a05bf"></font> </span></div>
<p>
<div><span><font color="#4a05bf">Nós aqui fora do campus</font> <br><font color="#4a05bf">só fazemos som singelo.</font> <br><font color="#4a05bf">Não entendo o que houve,</font> <br><font color="#4a05bf">eu me espanto, eu me gelo:
</font><br><font color="#4a05bf">o maestro que nos ouve</font> <br><font color="#4a05bf">diz que nosso som é belo.</font><font color="#4a05bf"></font> </span></div>
<p>
<div><span><font color="#4a05bf">Nosso canto é matuto</font> <br><font color="#4a05bf">mas não chega ao fracasso.</font> <br><font color="#4a05bf">Eu insisto e eu luto</font> <br><font color="#4a05bf">pra mostrar tudo que faço,
</font> <br><font color="#4a05bf">e tô sempre muito puto</font> <br><font color="#4a05bf">quando não encontro espaço.</font><font color="#4a05bf"></font> </span></div>
<p>
<div><span><font color="#4a05bf">Também diz a mesma coisa</font> <br><font color="#4a05bf">o maestro sabichão.</font> <br><font color="#4a05bf">Só de ópera tem quatro</font> <br><font color="#4a05bf">com muita bela canção,
</font> <br><font color="#4a05bf">não encontra um teatro</font> <br><font color="#4a05bf">pra mostrar a produção.</font><font color="#4a05bf"></font> </span></div>
<p>
<div><span><font color="#4a05bf">Muita obra tem o home,</font> <br><font color="#4a05bf">sinfonias e quartetos.</font> <br><font color="#4a05bf">Ele escreve em qualquer data</font> <br><font color="#4a05bf">acordes muito bem feitos.
</font><br><font color="#4a05bf">Ele tem até cantata,</font> <br><font color="#4a05bf">muitos trios e duetos</font><font color="#4a05bf"></font> </span></div>
<p>
<div><span><font color="#4a05bf">Com apoio dos ricaço</font> <br><font color="#4a05bf">por aí tem muita droga.</font> <br><font color="#4a05bf">O que é bom não tem espaço,</font> <br><font color="#4a05bf">não tem grana, não tem folga.
</font><br><font color="#4a05bf">(<i>tirando o chapéu</i>)</font> <br><font color="#4a05bf">O chapéu que agora eu passo</font> <br><font color="#4a05bf">vai todo pra óp'ra Olga. </font><font color="#4a05bf"></font></span>
</div>
<p>
<div><span><font color="#4a05bf">Se esse trabalho do mestre</font> <br><font color="#4a05bf">tá um pouco esquecido,</font> <br><font color="#4a05bf">ele tá que nem a gente,</font> <br><font color="#4a05bf">sem apoio, bem fudido.
</font><br><font color="#4a05bf">Se juntá a gente sente</font> <br><font color="#4a05bf">vai ficar fortalecido.</font><font color="#4a05bf"></font> </span></div>
<p>
<div><span><font color="#4a05bf">Música que tem ciência,</font> <br><font color="#4a05bf">tem beleza, tem poema,</font> <br><font color="#4a05bf">que tem alma, tem essência,</font> <br><font color="#4a05bf">que tem som um tanto novo,
</font><br><font color="#4a05bf">pode fundir sem problema</font> <br><font color="#4a05bf">com o canto do meu povo.</font><font color="#4a05bf"></font> </span></div>
<p>
<div><span><font color="#4a05bf">O saber da Academia</font> <br><font color="#4a05bf">não pode estacionar.</font> <br><font color="#4a05bf">Toda aquela teoria</font> <br><font color="#4a05bf">ganha muito se juntar</font>
<br><font color="#4a05bf">a busca do dia-a-dia</font> <br><font color="#4a05bf">com o saber popular.</font><font color="#4a05bf"></font> </span></div>
<p>
<div><span><font color="#4a05bf">O cantar do erudito</font> <br><font color="#4a05bf">tá perdido no mercado.</font> <br><font color="#4a05bf">É que nem canto na feira</font> <br><font color="#4a05bf">que em busca de um trocado
</font> <br><font color="#4a05bf">anda sem eira nem beira</font> <br><font color="#4a05bf">e sai sempre machucado.</font><font color="#4a05bf"></font> </span></div>
<p>
<div><span><font color="#4a05bf">Pega a voz do cantador</font> <br><font color="#4a05bf">e transforma em alquimia.</font> <br><font color="#4a05bf">Mete no computador</font> <br><font color="#4a05bf">transformando a noite em dia.
</font><br><font color="#4a05bf">É liquidificador</font> <br><font color="#4a05bf">que enlouquece a melodia.</font><font color="#4a05bf"></font> </span></div>
<p>
<div><span><font color="#4a05bf">Eletrônica e canto</font> <br><font color="#4a05bf">vão juntando energia.</font> <br><font color="#4a05bf">Ri o jovem, chora a dona,</font> <br><font color="#4a05bf">ri o home, chora a moça.
</font> <br><font color="#4a05bf">É fusão que emociona,</font> <br><font color="#4a05bf">é união que faz a força.</font>
<div><span><br> <br>
<p>José Luiz Martinez wrote:
<blockquote type="CITE">Caros colegas,
<p>Eu e o Fernando Iazzetta assistimos o espetáculo "Luar Trovado", baseado em <br>"Pierrot Lunaire" de Schoenberg, sábado passado. O espetáculo aconteceu no <br>teatro do Sesc Pinheiros, em São Paulo. A direção cênica é assinada por
<br>Gerald Thomas e a direção musical é de Lívio Tratenberg.
<p>Embora eu e o Fernando não tenhamos nos encontrado no teatro, concordamos <br>sobre o resultado. Repasso agora para as listas onde foi realizada (alguns <br>dias antes do espetáculo) uma proveitosa discussão sobre Pierrot, Deise
<br>Tigrona, bizarrices, etc. as mensagens trocadas hoje entre eu, o Fernando e <br>mais alguns colegas.
<p>Confesso que toda a nossa discussão na lista da Anppom e na Musikeion foi me <br>instigando. Eu estava curioso para ver o "Luar Trovado". Afinal, o <br>espetáculo portava boas promessas como a obra de Schoenberg com tradução de
<br>Augusto de Campos e diversos convidados que no mínimo garantiriam algo de <br>bizarro. A partitura de "Pierrot Lunaire" foi executada corretamente. Mas, <br>infelizmente, o espetáculo foi decepcionante. Valeu apenas pela iniciativa.
<br>Que outras experiências venham à luz e que o Sesc possa continuar bancando <br>algo fundamental em ópera contemporânea. Criar e colocar em cena para que o <br>público veja e julgue.
<p>Gostaria de advertir que concordamos em não omitir ou utilizar quaisquer <br>eufemismos para os títulos dos funks cantados pela Deise Tigrona. Assim, <br>aqueles que possivelmente se ofenderiam com palavras de baixo calão, por
<br>favor, desconsiderem essa mensagem e não leiam o que segue.
<p>Cordialmente, <br>Martinez
<p>-- <br>Prof. Dr. José Luiz Martinez <br>Departamento de Linguagens do Corpo <br>Faculdade de Comunicação e Filosofia - PUC-SP
<p>Rede Interdisciplinar de Semiótica da Música <br><a onclick="return top.js.OpenExtLink(window,event,this)" href="http://www.pucsp.br/pos/cos/rism" target="_blank">http://www.pucsp.br/pos/cos/rism</a>
<p>Musikeion - fórum sobre signficação musical <br><a onclick="return top.js.OpenExtLink(window,event,this)" href="http://listas.pucsp.br/mailman/listinfo/musikeion" target="_blank">http://listas.pucsp.br/mailman/listinfo/musikeion
</a><br><a onclick="return top.js.OpenExtLink(window,event,this)" href="http://listas.pucsp.br/pipermail/musikeion/" target="_blank">http://listas.pucsp.br/pipermail/musikeion/</a>
<p>**********************************************************************
<p>Caro Fernando,
<p>Eu também estava lá no sábado, pena que a gente não se encontrou na saída <br>para bebericar uma crítica ferina ao espetáculo, chamado de ópera. Eu <br>pretendia escrever alguma coisa na lista da Anppom e na Musikeion. Afinal,
<br>depois de tanta conversa, nossos colegas devem estar curiosos. Você <br>permitiria que eu citasse sua mensagem e postasse na lista da Anppom? Será <br>que teremos que usar eufemismos para o funk "a porra da boceta é minha"?
<p>Eu concordo com tudo o que você disse. E acrescentaria o desnível entre as <br>composições do Lívio Tratenberg e as peças do "Pierrot" de Schoenberg. É uma <br>responsabiliade muito grande você compor peças para serem executadas ao lado
<br>de um clássico do séc. XX. Na minha opinião, as do Lívio eram todas muito <br>fracas, inclusive as eletroacústicas. Outra coisa difícil de aguentar eram <br>as "interações" entre a Lucila Tratenberg e a Adélia Issa. A coisa foi
<br>colocada como um conflito entre as duas cantoras, inclusive resvalando sobre <br>uma politicamente incorreta briga entre a gorda e a magra (respectivamente <br>Adélia e Lucila). Musicalmente era fraquíssimo. Num ponto da cena entrava um
<br>clarone e uma tuba, mas os dois músicos passavam sem nenhuma interação <br>cênica com as duas. Se é para fazer uma cena grotesca e politicamente <br>incorreta, que se faça direito!
<p>O diálogo ficou mesmo entre a Deise e os músicos fazendo o "Pierrot". O <br>público aplaudia fortemente a funqueira. Poderia ter sido construído por aí. <br>Mas era uma simples alternância. Os músicos e a Adélia ficavam no escuro e
<br>entrava a Deise. A Deise saia e voltavam os músicos. Seria melhor do que <br>toda a cenografia obvia e efeitos desperdiçados. Até uma encenação de <br>algumas das canções de Schoenberg teria sido melhor. "Lavadeira Lívida", por
<br>exemplo, poderia ter uma cena correspondente com a bailarina. Qualquer coisa <br>seria melhor do que aquele casal de atores fazendo piquenique na lua, ou um <br>fotógrafo que entrava em cena disparando o flash, personagens completamente
<br>inexpressivos e dispensáveis. Ainda que óbvio por outro lado, eu preferiria <br>que o cenário fosse uma favela. Seria mais instigante do que o pastiche <br>lunar.
<p>Acho que a Elke Maravilha (dublando horrivelmente sua voz gravada, num texto <br>fraco e mal interpretado) representa bem a idéia central da direção cênica <br>de colocar alguns ícones da mídia, mais pelo nome do que pela atuação, para
<br>compor algo muito bizarro, mas que no fim implodiu pela inconsistência <br>musical e cênica.
<p>Para mim a amplificação da voz da Adélia tinha um problema técnico. Não sei <br>se você (Fernando) concorda. Mas estava tudo bem enquanto ela cantava em pp <br>ou mf, mas quando ela ia para o f e ff a amplificação fazia a voz da Adélia
<br>ficar insuportavelmente forte, encobrindo completamente os instrumentos. <br>Faltou aí um compressor?
<p>A história do Tom Zé era o que faltava para acabar com toda a "ópera". <br>Talvez o G. Thomas tenha percebido ao final que nada daquilo parava de pé e <br>resolveu transformar tudo em programa de auditório. Ao menos disfarçou a
<br>reação da platéia...
<p>Abraços, <br>Martinez
<p>On 10/06/2007 02:50, "Fernando Iazzetta" <<a onclick="return top.js.OpenExtLink(window,event,this)" href="mailto:iazzetta@usp.br" target="_blank">iazzetta@usp.br</a>> wrote:
<p>> Meus caros, <br>> <br>> Foi alarme falso. Me dei ao trabalho de ir conferir o pierrot com funk. A <br>> deise tigrona funkeou com "a buceta é minha, eu dou pra quem eu quiser", a <br>> Elke maravilha fez um "dueto" com a lucilia tragtemberg e a adelia issa
<br>> cantou direitinho umas partes do pierrot schoenberguiano. Tudo normal. <br>> Fizeram boa música até. <br>> <br>> O bizarro ficou mesmo por conta do Gerald Thomas e põe bizarro nisso. O <br>> espetáculo é horroroso, dos cenários à direção de cena, parecia trabalho de
<br>> estudantes de artes cênicas que ainda não entenderam como se juntam idéias e <br>> realização. <br>> <br>> Para completar no finalzinho da encenação o G Thomas entrou no palco e falou <br>> que no Brasil tem um cara mais fantástico e radical que Schoenberg, e chamou
<br>> o Tom Zé que levantou da primeira fila da platéia e fez um discurso <br>> gaguejado em que misturou assuntos como "o cromatismo de Mahler" com a <br>> buceta da tigrona e por aí vai... De repente chamaram o Danilo Miranda
<br>> (manda-chuva do SESC), depois o cara que fez a cenografia, depois a deise <br>> tigrona com a Elke, todo mundo se cumprimentou palco (tudo bem, os músicos <br>> ficaram num canto sem saber o que fazer). Quando a coisa começou a sair de
<br>> controle o G Thomas pediu para baixar a cortina, e... acabou! <br>> <br>> Tão bizarro que muita gente não sabia se era pra bater palma ou se a "coisa" <br>> ia recomeçar depois de um intervalo.
<br>> <br>> <br>> Abraços, fernando <br>> <br>>
<p>________________________________________________ <br>Lista de discussões ANPPOM <br><a onclick="return top.js.OpenExtLink(window,event,this)" href="http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l" target="_blank">http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l
</a><br>________________________________________________</p>
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http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l</a><br>________________________________________________<br></span>
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