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<BODY bgColor=#ffffff>
<DIV><FONT face=Arial size=2> caros amigos e
colegas,</FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2></FONT> </DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2> informo a todos que a Orquestra
Sinfônica Brasileira (OSB), sob regência do maestro convidado Ronald Zollman
(Bélgica), vai apresentar minha composição sinfônica "Candelárias - uma abertura
trágica", no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, no próximo dia 2 de agosto,
quinta-feira, às 20h (no mesmo programa também serão apresentadas obras de
Tchaikovisky e Piazzolla),</FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2></FONT> </DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2> agradeço a atenção,</FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2></FONT> </DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2> Prof. Rubens Ricciardi -
ECA-USP/Ribeirão Preto</FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2></FONT> </DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2>________</FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2></FONT> </DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2> segue um texto sobre a
obra redigido pela colega Bárbara Luz...</FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2></FONT><FONT face=Arial size=2></FONT> </DIV>
<DIV>
<DIV>
<P class=MsoNormal
style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-INDENT: 35.4pt; TEXT-ALIGN: right"
align=right><B style="mso-bidi-font-weight: normal"><I
style="mso-bidi-font-style: normal">Candelárias – uma abertura
trágica<o:p></o:p></I></B></P>
<P class=MsoNormal
style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-INDENT: 35.4pt; TEXT-ALIGN: justify">A primeira
obra sinfônica de Rubens Ricciardi, <I
style="mso-bidi-font-style: normal">Candelárias - uma abertura trágica</I>, teve
sua versão definitiva estreada por Roberto Minczuk frente à Orquestra Sinfônica
de Ribeirão Preto (Teatro Municipal de Ribeirão Preto, a 14 de junho de 1995).
Posteriormente, a obra foi apresentada por esta mesma orquestra no Festival de
Campos de Jordão, pela OSESP na Sala São Paulo e ainda por orquestras no
exterior (Canadá e México), tendo sido premiada no México.</P>
<P class=MsoNormal
style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-INDENT: 35.4pt; TEXT-ALIGN: justify">Composta
entre 1994 e 1995, foi desenvolvida segundo sugestões do libretista alemão
Wolfgang Herbert, parceiro do compositor em vários projetos. Trata-se de uma
reflexão musical sobre a tragédia ocorrida junto à Igreja da Candelária, no Rio
de Janeiro, quando oito crianças ("Pimpolho", "Neguinho", "Caolho", "Careca",
"Gambazinho", Paulo da Silva, "Nojento" e Marco Antônio da Silva - o "Russo")
foram assassinadas na noite de 21 de julho de 1993, numa chacina que teve
repercussão mundial. <I style="mso-bidi-font-style: normal">In Memoriam</I>,
esta obra é dedicada a elas.</P>
<P class=MsoNormal
style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-INDENT: 35.4pt; TEXT-ALIGN: justify">O título
no plural, "Candelárias", designa uma situação em que aquela tragédia
infelizmente não se resume a um fato isolado.</P>
<P class=MsoNormal
style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-INDENT: 35.4pt; TEXT-ALIGN: justify">O clima
inicial da obra corresponde à sensação do desconforto de dormir na rua: um sono
leve, interrompido a cada ruído, ou ao mínimo presságio de perigo, sempre no
contexto sonoro de uma grande cidade. As distorções dos acordes estáticos com
pequenos <I style="mso-bidi-font-style: normal">glissandi</I> procuram criar uma
tensão sempre crescente a partir de texturas numa tradição poético-musical que
remonta a Webern (<I style="mso-bidi-font-style: normal">Opus 10</I>) e Ligeti
(<I style="mso-bidi-font-style: normal">Atmosphères</I>). O medo e a insegurança
confirmam-se na cena dos tiros (percussão em fortíssimo) - ponto culminante da
obra - restando depois as linhas retas dos clusters das cordas, representando a
morte. O solo de cuíca - e depois num duo com trombone - é um lamento,
manifestação de tristeza, mas ao mesmo tempo, um "choro de malandro", um
"expressionismo tropical".</P>
<P class=MsoNormal
style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-INDENT: 35.4pt; TEXT-ALIGN: justify"><I
style="mso-bidi-font-style: normal">Candelárias</I> é uma obra sem final feliz -
ao contrário da tradição clássica otimista, como, por exemplo, na abertura <I
style="mso-bidi-font-style: normal">Egmont</I> de Beethoven. A seqüência de
acordes estáticos no final de <I
style="mso-bidi-font-style: normal">Candelárias</I> simboliza a falta de
perspectiva e a impossibilidade de solução diante de um quadro estarrecedor. Não
há aqui triunfo das idéias (como nos ideais iluministas). No entanto, é uma obra
ainda assim concebida como atitude de transformação: um espírito de
resistência e negação diante da indiferença predominante nestes bárbaros dias
(Bárbara Luz).<FONT face=Arial size=2></FONT></P></DIV></DIV></BODY></HTML>