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<BODY bgColor=#ffffff>
<DIV><FONT face=Arial size=2>meus caros,</FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2></FONT> </DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2>só que agora se manipula através da Indústria
Cultural (fenômeno que não havia no tempo de Marx!) - distorção
ideológica típica sim de classe dominante (e da pior
espécie)...</FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2></FONT> </DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2>Rubens Ricciardi</FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2></FONT> </DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2>(eu havia solicitado que retirassem meu nome da
lista, não retiraram, e não pude resistir ao comentário)</FONT></DIV>
<BLOCKQUOTE
style="PADDING-RIGHT: 0px; PADDING-LEFT: 5px; MARGIN-LEFT: 5px; BORDER-LEFT: #000000 2px solid; MARGIN-RIGHT: 0px">
<DIV style="FONT: 10pt arial">----- Original Message ----- </DIV>
<DIV
style="BACKGROUND: #e4e4e4; FONT: 10pt arial; font-color: black"><B>From:</B>
<A title=antunes@unb.br href="mailto:antunes@unb.br">Jorge Antunes</A> </DIV>
<DIV style="FONT: 10pt arial"><B>To:</B> <A title=palombini@terra.com.br
href="mailto:palombini@terra.com.br">carlos palombini</A> ; <A
title=anppom-l@iar.unicamp.br
href="mailto:anppom-l@iar.unicamp.br">anppom-l@iar.unicamp.br</A> </DIV>
<DIV style="FONT: 10pt arial"><B>Sent:</B> Friday, August 03, 2007 3:15
PM</DIV>
<DIV style="FONT: 10pt arial"><B>Subject:</B> Re: [ANPPOM-L]Charles Baudelaire
e o vanguardismo retrógrado</DIV>
<DIV><BR></DIV>Caro Palombini:
<P>Os parágrafos que você comenta não são de autoria da Anppom. Eles são meus.
<BR>Os comentários que você faz são seus. Por isso você é o destinatário de
minha resposta. <BR>É pouco desconfiar de algumas vanguardas. Faça como eu,
que desconfio de tudo e de todos. <BR>Por favor, não me venha com frases de
efeito de Baudelaire. <BR>O livro que você menciona é a ediçao póstuma de seus
diários. Nestes só encontramos ódio. <BR>Os traumas de infância alimentaram o
ódio ao general Aupick e ao mundo. <BR>As críticas à civilização moderna,
expressas nos diários, são desvarios inclusos no bojo daquele ódio. <BR>Logo
depois de Baudelaire abandonar os ideais da revolução de 1848, ele tornou-se
aristocrata elitista. <BR>Ser contra bandeiras, militância e luta, não é
postura exclusiva do poeta descobridor de Poe. <BR>Isso é pensamento
permanente da direita. Vatimmo continua tentando convencer-nos de que o
capitalismo e a democracia burguesa são o auge. <BR>A Vanguarda não acabou e a
História não acabou, simplesmente porque a Luta de Classes não acabou.
<BR>Abraço, <BR>Jorge Antunes <BR> <BR>
<P>carlos palombini wrote:
<BLOCKQUOTE TYPE="CITE">Acredito em algumas vanguardas, mas desconfio muito
de outras. <BR>Sobretudo, desconfio de vanguardas artísticas que vociferam
seu direito <BR>de serem sustentadas pelo estado (i.e. pelo contribuinte,
que sou eu) e, <BR>na falta de tal sustento, atacam o governo vigente, seja
este qual for.
<P>> Existe um oceano de coisas distintas, que não são distintas aos
olhos <BR>> e aos ouvidos de leigos, de surdos, de musicólogos, de cegos
e de <BR>> críticos musicais da grande imprensa. Esse oceano é chamado de
<BR>> pós-modernismo. <BR>>
<P>Existem idéias nebulosas que gradualmente configuram um fato novo.
<BR>"Pós-modernismo" pode ser uma destas. A possibilidade de que isto
<BR>aconteça foi demonstrada por Thomas Kuhn, filósofo da ciência, em 1962,
<BR>no livro _The Structure of Scientific Revolutions_.
<P>> Existe uma parte desse oceano que é formada por compositores
<BR>> /soi-disant /pós-modernos, mas que não passam de neoclássicos
<BR>> envergonhados que tentam tapar o sol com a peneira. Aproveitando-se
da <BR>> ignorância perceptiva e estética de incautos, alguns conseguem,
apesar <BR>> do sol escaldante, fazer sombra com a peneira. <BR>>
<P>Aproveitar-se da ignorância perceptiva e estética de incautos não é,
<BR>absolutamente, apanágio dos compositores pós-modernos.
<P>> Existe outra parte formada por compositores viciados ou
recém-viciados <BR>> no ópio do povo (religião), que, em busca de uma
hipotética e falsa <BR>> êxtase espiritual das esferas, aderem à
retaguarda, alardeando uma <BR>> mentira: o fim das vanguardas. <BR>>
Em verdade vos digo que a História não acabou e que a Vanguarda não <BR>>
acabou. <BR>> <BR>Que a história enquanto disciplina não tenha acabado é
evidente. Não <BR>acabou porque soube reconsiderar suas premissas e
objetivos em vista de <BR>novos paradigmas (homenagem a Kuhn) narrativos.
<P>No que diz respeito a vanguardas e retaguardas, Baudelaire discordou de
<BR>você há um século e meio, quando a idéia de uma vanguarda artística
<BR>nascia ainda. Veja o que ele escreveu em meados do século XIX, num livro
<BR>extraordinário chamado _Mon coeur mis a nu_.
<P>XXIII
<P>Do amor, da predileção dos franceses pelas metáforas militares. Toda a
<BR>metáfora aqui usa bigodes.
<P>Literatura militante. <BR>Estar pronto para a luta. <BR>Carregar alta a
bandeira. <BR>Segurar a bandeira alto e firme. <BR>Jogar-se na batalha.
<BR>Um dos veteranos.
<P>Todas estas fraseologias gloriosas aplicam-se geralmente a pernósticos e
<BR>moscas de bar.
<P>***
<P>Metáforas francesas
<P>Soldado da imprensa judicial (Bertin). <BR>A imprensa militante.
<P>***
<P>Para acrescentar às metáforas francesas:
<P>Os poetas de combate. <BR>Os literatos de vanguarda. <BR>Estes hábitos de
metáforas militares denotam espíritos, não militantes, <BR>mas feitos para a
disciplina, isto é, para a conformidade, espíritos <BR>nascidos domésticos,
espíritos belgas, que só podem pensar em sociedade.</P></BLOCKQUOTE>
<P>
<HR>
<P></P>________________________________________________<BR>Lista de discussões
ANPPOM
<BR>http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l<BR>________________________________________________
<P>
<HR>
<P></P>Internal Virus Database is out-of-date.<BR>Checked by AVG Free Edition.
<BR>Version: 7.5.476 / Virus Database: 269.10.2/893 - Release Date: 9/7/2007
17:22<BR></BLOCKQUOTE></BODY></HTML>