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<BODY bgColor=#ffffff>
<DIV><FONT face=Georgia color=#000080>Flo, no meu ver os compositores que
você citou (Schoenberg, Berg, Webern, Berio, Boulez e
Stockhausen) se comparados com Villa-Lobos atingem, em uma visão das
mais otimistas</FONT><FONT face=Georgia color=#000080>, pé de igualdade com
ele. Na verdade, com a perspectiva de um século XX
terminado, tudo indica que estes são compositores de segunda categoria
(alguns deles até terceira) se comparados com Villa-Lobos. </FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Georgia color=#000080></FONT><FONT face=Georgia
color=#000080></FONT><FONT face=Georgia color=#000080></FONT> </DIV>
<DIV><FONT face=Georgia color=#000080>Aproveito também para informar aos
responsáveis pela lista da ANPPOM que não tenho recebido os e-mails
remetidos a lista, somente recebo os e-mails de alguns poucos nomes
que integram a lista. A Sandra Reis me disse que sofreu um problema
semelhante no passado.</FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Georgia color=#000080>Espero que alguém saiba como resolver este
problema.</FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Georgia color=#000080></FONT> </DIV>
<DIV><FONT face=Georgia color=#000080>Grato,</FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Georgia color=#000080>Dimitri Cervo</FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Georgia color=#000080></FONT> </DIV>
<BLOCKQUOTE
style="PADDING-RIGHT: 0px; PADDING-LEFT: 5px; MARGIN-LEFT: 5px; BORDER-LEFT: #000080 2px solid; MARGIN-RIGHT: 0px">
<DIV style="FONT: 10pt arial">----- Original Message ----- </DIV>
<DIV
style="BACKGROUND: #e4e4e4; FONT: 10pt arial; font-color: black"><B>From:</B>
<A title=sandramontreal@hotmail.com
href="mailto:sandramontreal@hotmail.com">Sandra Reis</A> </DIV>
<DIV style="FONT: 10pt arial"><B>To:</B> <A title=sbrandao@nyc.rr.com
href="mailto:sbrandao@nyc.rr.com">sbrandao@nyc.rr.com</A> ; <A
title=rrrr@usp.br href="mailto:rrrr@usp.br">rrrr@usp.br</A> ; <A
title=rudrasena@uol.com.br
href="mailto:rudrasena@uol.com.br">rudrasena@uol.com.br</A> ; <A
title=musikeion@pucsp.br
href="mailto:musikeion@pucsp.br">musikeion@pucsp.br</A> ; <A
title=anppom-l@iar.unicamp.br
href="mailto:anppom-l@iar.unicamp.br">anppom-l@iar.unicamp.br</A> ; <A
title=comuarte@yahoogrupos.com.br
href="mailto:comuarte@yahoogrupos.com.br">comuarte@yahoogrupos.com.br</A>
</DIV>
<DIV style="FONT: 10pt arial"><B>Cc:</B> <A title=dmneto@usp.br
href="mailto:dmneto@usp.br">dmneto@usp.br</A> ; <A title=flomenezes@uol.com.br
href="mailto:flomenezes@uol.com.br">flomenezes@uol.com.br</A> ; <A
title=machadocoelho@terra.com.br
href="mailto:machadocoelho@terra.com.br">machadocoelho@terra.com.br</A> ; <A
title=rcoelho@bighost.com.br
href="mailto:rcoelho@bighost.com.br">rcoelho@bighost.com.br</A> </DIV>
<DIV style="FONT: 10pt arial"><B>Sent:</B> Tuesday, August 14, 2007 11:05
AM</DIV>
<DIV style="FONT: 10pt arial"><B>Subject:</B> Re: [ANPPOM-L] FW: Flo &
Villa</DIV>
<DIV><BR></DIV>
<DIV>
<DIV class=RTE>
<P>Stela, faço minhas suas palavras. </P>
<P>Um grande abraço,</P>
<P>Sandra Loureiro de Freitas Reis<BR><BR></P></DIV>
<DIV></DIV>
<BLOCKQUOTE
style="PADDING-LEFT: 5px; MARGIN-LEFT: 5px; BORDER-LEFT: #a0c6e5 2px solid; MARGIN-RIGHT: 0px"><FONT
style="FONT-SIZE: 11px; FONT-FAMILY: tahoma,sans-serif">
<HR color=#a0c6e5 SIZE=1>
<DIV></DIV>From: <I>"Stela Brandao" <<A
href="mailto:sbrandao@nyc.rr.com">sbrandao@nyc.rr.com</A>></I><BR>To: <I>"Rubens
Ricciardi" <<A href="mailto:rrrr@usp.br">rrrr@usp.br</A>>, Jos é Luiz
Martinez <<A
href="mailto:rudrasena@uol.com.br">rudrasena@uol.com.br</A>>, "Musikeion"
<<A href="mailto:musikeion@pucsp.br">musikeion@pucsp.br</A>>, "ANPPOM
lista" <<A
href="mailto:anppom-l@iar.unicamp.br">anppom-l@iar.unicamp.br</A>>,
"Comuarte (lista)" <<A
href="mailto:comuarte@yahoogrupos.com.br">comuarte@yahoogrupos.com.br</A>></I><BR>CC: <I><A
href="mailto:dmneto@usp.br">dmneto@usp.br</A>, Lauro Machado Coelho <<A
href="mailto:machadocoelho@terra.com.br">machadocoelho@terra.com.br</A>>,
Flo Menezes <<A
href="mailto:flomenezes@uol.com.br">flomenezes@uol.com.br</A>>, Rodolfo
Coelho de Souza <<A
href="mailto:rcoelho@bighost.com.br">rcoelho@bighost.com.br</A>></I><BR>Subject: <I>Re:
[ANPPOM-L] FW: Flo & Villa</I><BR>Date: <I>Tue, 14 Aug 2007
00:51:35 -0400</I><BR>>Ah! Adorei esta resposta do Professor Ricciardi!
Agora, chovendo mais um<BR>>pouquinho no molhado, uma pergunta quanto à
curiosa constatação: "...diante<BR>>da constatação de que
artistas pouco exigentes, como Villa-Lobos, e que<BR>>escreviam pelos
cotovelos, apenas terão reconhecimento como "gênios" dentro<BR>>dos
limites, bastante restritos, de nossa "nação brasileira".<BR>>Ora bolas,
o que dizer então das inúmeras gravações da música de Villa-Lobos<BR>>que
são colocadas no mercado internacional a cada ano? Dizer que ele não
tem<BR>>reconhecimento fora do Brasil é no mínio desinformação. Além de
ser<BR>>constantemente gravado e regravado por artistas não brasileiros
(dêem uma<BR>>olhada na amazon.com) com as Bachianas, Choros,
Quartetos, música para<BR>>piano, música para violão, canções, música de
câmara diversa, sinfonias...!,<BR>>é o compositor erudito brasileiro mais
frequente nas salas de concerto aqui<BR>>dos EUA. Porque? Por
que sua música é bela, emociona, tem impacto, tem<BR>>força, tem lirismo,
tem espírito! Como o próprio Villa já o disse: existem<BR>>compositores
de papel e aqueles que compõem em sintonia com o coração. Não<BR>>faltam
compositores eruditos cuja inspiração não vai além do aspecto
formal<BR>>e técnico e, se escutamos uma vez sua música, já não dá
vontade de escutar<BR>>uma segunda vez , de tão fria. Entretanto,
Villa-Lobos, que "escrevia pelos<BR>>cotovelos", nos deixou inúmeras
obras destinadas à eternidade e<BR>>universalidade. Ele foi
moderno e muito à frente do seu tempo. Quanto mais<BR>>estudo, ensino e
canto Villa-Lobos, mais fascinada eu fico com a riqueza e<BR>>poder de
sua música. Foi uma encarnação de gênio que Deus presenteou
ao<BR>>Brasil num momento de suma importância, que foi a afirmação da
identidade<BR>>nacional. Outro como esse vai ser difícil de "baixar" tão
cedo. Ainda vamos<BR>>levar mais uns 100 anos para descobrir
todo o significado e importância de<BR>>tal encarnação para a alma
musical brasileira.<BR>>Stela Brandão,<BR>>Nova York<BR>>-----
Original Message -----<BR>>From: "Rubens Ricciardi"
<rrrr@usp.br><BR>>To: "Jos é Luiz Martinez"
<rudrasena@uol.com.br>; "Musikeion"<BR>><musikeion@pucsp.br>;
"ANPPOM lista" <anppom-l@iar.unicamp.br>; "Comuarte<BR>>(lista)"
<comuarte@yahoogrupos.com.br><BR>>Cc: <dmneto@usp.br>; "Flo
Menezes" <flomenezes@uol.com.br>; "Lauro Machado<BR>>Coelho"
<machadocoelho@terra.com.br>; "Rodolfo Coelho de
Souza"<BR>><rcoelho@bighost.com.br><BR>>Sent: Tuesday, August
14, 2007 4:30 AM<BR>>Subject: Re: [ANPPOM-L] FW: Flo &
Villa<BR>><BR>><BR>>meus caros,<BR>><BR>>estamos falando de
Villa-Lobos...<BR>><BR>>quais são afinal as reais dimensões de
Villa-Lobos???<BR>><BR>>simplesmente Villa-Lobos é um dos maiores
compositores do século XX e sem<BR>>dúvida está no mesmo nível de um
Stravinsky, de um Prokofiev, de um Debussy,<BR>>de um Manuel de Falla, de
um Bartók - enfim, seja em seus momentos<BR>>futuristas dos choros e do
"Noneto", seja nos momentos neoclássicos das<BR>>bachianas, ou mesmo em
qualquer outro gênero, sempre há obras primas em<BR>>Villa-Lobos, sempre
há uma singularidade, sempre há o métier de um grande<BR>>mestre, um
mundo musical exposto da modernidade brasileira numa manifestação<BR>>de
verdade até hoje jamais superada...<BR>><BR>>tentar em vão diminuir as
reais dimensões de Villa-Lobos seria até ridículo,<BR>>se de fato não
fosse trágico (patologias de alguns poucos representantes da<BR>>velha
vanguarda exaurida e cansada e de seus epígonos estagnados
e<BR>>melancólicos)...<BR>><BR>>abraço a todos, Rubens
Ricciardi<BR>><BR>>----- Original Message -----<BR>>From: "Jos é
Luiz Martinez" <rudrasena@uol.com.br><BR>>To: "Musikeion"
<musikeion@pucsp.br>; "ANPPOM
lista"<BR>><anppom-l@iar.unicamp.br>; "Comuarte (lista)"
<comuarte@yahoogrupos.com.br><BR>>Sent: Monday, August 13, 2007
10:49 PM<BR>>Subject: [ANPPOM-L] FW: Flo &
Villa<BR>><BR>><BR>><BR>>------ Forwarded Message From: Eduardo
Guimarães Álvares<BR>><eduardogalvares@uol.com.br> Date: Mon, 13
Aug 2007 22:22:42 -0300 To: José<BR>>Luiz Martinez
<rudrasena@uol.com.br> Cc: silvio
<silvio.ferraz@terra.com.br><BR>>Subject: Re: Parar para se
pensar!!!<BR>><BR>>Parar para se pensar!!!<BR>><BR>>Prezado
Florivaldo<BR>><BR>>Como recebi um e-mail diretamente enviado por
você, teço aqui minha opinião<BR>>baseada nos dados que ele
continha:<BR>><BR>>Primeiro você reclama que toda a riqueza dos
assuntos abordados em sua<BR>>entrevista foram ofuscados pelo seu
comentário tecendo juízos de valor sobre<BR>>a obra de Villa-Lobos. Por
que será?<BR>><BR>>Segundo, seu comentário sobre a quantidade e
qualidade de obras boas e ruins<BR>>de Villa-Lobos é baseada em qual
quantidade de música que você conhece por<BR>>partituras ou escutou, em
gravações com um bom nível técnico e musical?<BR>>Quanto da obra do Villa
é conhecida ou registrada em gravações com boa<BR>>qualidade ou estão
disponíveis em partituras devidamente editadas
e<BR>>revisadas?<BR>><BR>>Terceiro, seu comentário: "artistas pouco
exigentes, como Villa-Lobos, e que<BR>>escreviam pelos cotovelos, apenas
terão reconhecimento como "gênios" dentro<BR>>dos limites, bastante
restritos, de nossa "nação brasileira". Bom, o Olivier<BR>>Messiaen,
professor de Boulez, que eu não considero um compositor "menor",<BR>>fez
alguns comentários positivos sobre alguns aspectos da música do
Villa.<BR>>Ou seja, o interesse por sua música ultrapassou um pouco as
nossas fronteira<BR>>nacionais.<BR>><BR>>Tenho certeza que, tanto
para o bem quanto para o mal, a obra com altos e<BR>>baixos do Villa é
referencial dentro da história da música brasileira.<BR>><BR>>Juízos
muito gerais sobre compositores grandes ou menores, ou pior
ainda<BR>>"geniais", só demonstram que tratamos a cultura musical
brasileira sem a<BR>>devida seriedade, pois só a pesquisa, o estudo e a
análise sérios poderão<BR>>avaliar sua real importância. Assim como é
feito, penso eu, com as grandes<BR>>obras dos gênios
internacionais.<BR>><BR>>Um abraço<BR>><BR>>Eduardo Guimarães
Álvares<BR>><BR>><BR>>----- Original Message ----- From: Flo
Menezes To: Lauro Machado Coelho Cc:<BR>>revistatropico@uol.com.br ;
Humberto Pereira da Silva ; João Luiz Sampaio<BR>>Sent: Monday, August
13, 2007 9:32 AM Subject: Parar para se
pensar!!!<BR>><BR>><BR>>Prezado Lauro Machado
Coelho,<BR>><BR>>chegaram-me a meu conhecimento comentários (sempre
benvindos quando vêm de<BR>>críticos de sua estatura) acerca de minha
recente entrevista na UOL, pelas<BR>>vias de um blog e de uma
recomendação a minha entrevista por parte do<BR>>jornalista João L.
Sampaio, a quem tomo a liberdade de enviar uma cópia<BR>>desta minha
mensagem, juntamente com outras pessoas que me são
caras.<BR>><BR>>Refiro-me mais precisamente às linhas abaixo, escritas
por você, transcritas<BR>>ao final desta minha
mensagem.<BR>><BR>>Gostaria de registrar aqui minhas impressões, dada
a responsabilidade de<BR>>homens da imprensa que são tanto vc quanto o
João L. Sampaio.<BR>><BR>>Minha entrevista na
UOL<BR>>(http://p.php.uol.com.br/tropico/html/textos/2880,1.shl),
respondendo a<BR>>perguntas muito bem elaboradas pelo filósofo e crítico
de cinema Humberto<BR>>Pereira da Silva (a quem tb envio esta mensagem,
para seu conhecimento),<BR>>versa sobre diversos aspectos de minha
postura estética e é, sem sombras de<BR>>dúvidas, uma das melhores que
concedi até hoje, ao longo de meu
percurso<BR>>criativo.<BR>><BR>>Nela falo de diversos aspectos de
minha produção, elucidando inclusive<BR>>muitas das noções que introduzo
em meus escritos e pelas vias de minha
obra<BR>>musical:<BR>><BR>><BR>>a.. conceito de maximalismo b..
noção de "laborinto" (em Berio etc) c..<BR>>noção de "perder-se para
achar e procurar" d.. referências a Trotsky e..<BR>>comentário sobre a
relevância da tonalidade e sobre sua prática no dia a dia<BR>>f.. sobre
os "sistemas" em arte e sobres seus "esgotamentos" g.. sobre
o<BR>>capitalismo tardio h.. sobre a pertinência de novas proposições
estéticas e<BR>>o Novo i.. noção de especulação no terremo na criação
musical j.. a relação<BR>>entre música e afetos k.. noção de que "gosto
se discute" em arte l.. noção<BR>>da música como "matemática dos afetos"
m.. a música como a mais difícil das<BR>>artes n.. a questão da
"tecnicidade musical" o.. a música como uma espécie<BR>>de "maçonaria"
p.. a importância de se ouvir o silêncio q.. o papel inovador<BR>>de Cage
r.. a relação novos meios / novos sons s.. a relação entre meios
e<BR>>fins em arte t.. a relação entre sons e contexto u.. a defesa
da<BR>>radicalidade estética (de cunho adorniano) v.. a relevância da
autenticidade<BR>>na criação artística w.. a tripartição poundiana entre
mestria, invenção e<BR>>diluição em arte x.. a questão em torno da
genialidade e a noção de gênio<BR>>y.. comentários sobre a MPB z.. as
diferenças e desavenças nos meandros da<BR>>Música Nova aa.. cometários
sobre a música dos DJs ab.. música e sociedade<BR>>ac.. a importância dos
ritos e sua relatividade ad.. a noção de u-topia ae..<BR>>a questão
acerca da música "européia", que tanto me imputam af.. a
proposta<BR>>utópica de uma nacionalidade post-mortem ag.. comentário
sobre o<BR>>nacionalismo ah.. Freud e o Novo ai.. a perversão e o Velho
aj.. sobre<BR>>Wagner ak.. defesa da pretensão em oposição à presunção e
à prepotência al..<BR>>os resíduos da história e sua relação com a
criação atual am.. Demócrito,<BR>>Merleau-Ponty, Barthes an.. a relação
entre música e matemática ao.. a<BR>>relação entre a complexidade
maximalista e a velocidade da luz ap.. a defesa<BR>>das simultaneidades,
do labirinto criativo, das ramificações aq.. sobre o<BR>>acorde de
Tristão e as entidades harmônicas ar.. relação entre ruptura
e<BR>>progresso: noção de "transgresso" as.. a arte como campo flexível
at.. os<BR>>baluartes da vanguarda musical au.. a situação da música no
Brasil av..<BR>>comentário sobre Villa-Lobos aw.. aspectos (parâmetros)
da textura sonora<BR>>ax.. o serialismo integral e a aversão cega dos
nacionalistas ay.. a<BR>>diferença entre a complexidade em Berio e em
Ferneyhough az.. balanço<BR>>crítico da Nova Complexidade de Ferneyhough
ba.. a noção de Manoury sobres<BR>>arquipélagos da contemporaneidade bb..
sistemas de referência comum em<BR>>música e sua superação na atualidade
bc.. a importância das novas<BR>>tecnologias bd.. sobre a divulgação da
música be.. minhas atuações à frente<BR>>do Studio PANaroma bf.. a
condenação das concessões em arte bg.. a<BR>>referência à imagem do "rio"
em arte (Joyce, Berio, Heráclito etc)<BR>><BR>><BR>>Por tudo isto,
espanta-me (sem surpreender-me!) como algumas pessoas se<BR>>ativeram ao
"simples" e direto comentário que fiz acerca da obra de<BR>>Villa-Lobos e
se silenciaram sobre todas as demais questões, a meu ver MUITO<BR>>mais
importantes do que essa discussão. (Até mesmo email anônimo
e<BR>>desrespeitoso cheguei a receber... não tiveram sequer a coragem de
assinar a<BR>>mensagem).<BR>><BR>>Quando vc "sai em defesa" de
Villa-Lobos (que vc afirma ser uma "chuva no<BR>>molhado", com o quê
sinceramente discordo!), tece comentários bastante<BR>>pertinentes, e
concordo com boa parte deles, especificamente com relação às<BR>>boas
obras de sua autoria a que vc se referiu.<BR>><BR>>Minha opinião
acerca do que vem a constituir um GRANDE compositor não se<BR>>altera,
porém, substancialmente em nada: a proporção entre as obras<BR>>medíocres
e as obras geniais tem de ser nitidamente favorável, na balança,<BR>>às
obras geniais, e isto de modo muito claro e evidente, como foram os
casos<BR>>de Webern, Berg, Schoenberg, Berio, Stockhausen, Stravinsky (e
não de<BR>>compositore menores, tais como Shostakóvitch, Martinu e
Milhaud, que vc cita<BR>>como exemplos - sei que estou pondo lenha na
fogueira, mas é minha opinião<BR>>sincera...).<BR>><BR>>Ademais,
não vejo como pertinente a comparação entre a música que se<BR>>praticou
a partir do início do século XX, em plena era da indústria cultural<BR>>e
diante das "rupturas" com os velhos códigos, "promulgadas" por
Schoenberg<BR>>e outros, com as práticas da música barroca, clássica e
mesmo romântica: os<BR>>critérios de excelência, naquelas épocas
(sobretudo na música barroca e<BR>>clássica) dobravam-se comumente às
exigências de uma produção ininterrupta,<BR>>socialmente subalterna às
"necessidades" religiosas ou das cortes. Algo,<BR>>pois, bem diverso da
época dita "moderna", em que o critério da criação<BR>>autônoma, por mais
relativa que possa ser tal autonomia, norteia o pensador,<BR>>e na qual
se deve constantemente "parar para pensar", para que quando se<BR>>faça
algo, se faça o MELHOR e sobretudo o que se DESEJA fazer! Pensemos,
por<BR>>exemplo, em Berg, Webern ou Boulez, com o rigor de suas (poucas,
porém<BR>>vastas, ao menos no que tange às suas ramificações posteriores)
obras!!!<BR>><BR>>Concluindo, é preciso que acordemos para a discussão
de tantos outros<BR>>aspectos mais interessantes do que nos sentirmos
afetados ou agredidos<BR>>diante da constatação de que artistas pouco
exigentes, como Villa-Lobos, e<BR>>que escreviam pelos cotovelos, apenas
terão reconhecimento como "gênios"<BR>>dentro dos limites, bastante
restritos, de nossa "nação brasileira".<BR>><BR>>Grande abraço a
todos.<BR>><BR>>___ Comentário de Lauro Machado:<BR>><BR>>A
respeito da entrevista de Flo Menezes: Ninguém é "forçado a
venerar<BR>>Villa-Lobos como o gênio nacional", é claro. Mas é uma
simples questão de<BR>>justiça reconhecer que o Brasil nunca produziu
outro compositor tão<BR>>completo. A obra de Villa-Lobos é irregular,
sim. Como todo compositor que<BR>>escreve com extrema facilidade, o
excepcional, em sua obra, se acotovela com<BR>>o medíocre, é verdade.
Isso acontece com outros autores do século XX (sem<BR>>mencionar os
prolíficos autores do Barroco ou do Classicismo). Eu citaria<BR>>Dimitri
Shostakóvitch, Bohuslav Martinu e Darius Milhaud, que são
igualmente<BR>>ecléticos e desiguais. Mas nem por isso questionamos a
genialidade deles.<BR>><BR>>Na verdade, que outro compositor
brasileiro praticou todos os gêneros --<BR>>inclusive a ópera -- com
igual número de acertos? (a afirmação de Flo<BR>>Menezes de que as peças
medíocres superam as excepcionais não resiste,<BR>>acredito, a uma
simples avaliação aritmética).<BR>><BR>>Não são só as Bachianas e os
Chôros, no domínio da música orquestral. Os<BR>>quartetos de cordas estão
entre as coleções mais importantes do século XX. E<BR>>a música para
piano tem verdadeiras preciosidades, entre elas, coisas como<BR>>as
Cirandas e o Guia Prático -- recentemente gravado pela Clara Sverner
-<BR>>que mapeam a riqueza melódica e rítmica do cancioneiro
luso-brasileiro. Há,<BR>>na música de câmara, coisas de uma originalidade
gritante, como o Noneto. E<BR>>o repertório das canções é um setor a ser
ainda explorado com mais<BR>>profundidade.<BR>><BR>>Sair em defesa
de Villa-Lobos, a esta altura do campeonato, é chover no<BR>>molhado, eu
sei. Só queria dizer que não preciso fazer esforço algum para
me<BR>>orgulhar de o Brasil ter produzido um artista dessa estatura.
___<BR>><BR>>Flo Menezes CP 141 06803-971 - Embu - SP
Brasil<BR>><BR>>- - - Compositor & Diretor Artístico do Studio
PANaroma e do PUTS -<BR>>PANaroma/Unesp: Teatro Sonoro<BR>><BR>>Tel
& Fax: ++55/11/4781-6775 Celular: ++55/11/8282-0960 Studio
PANaroma:<BR>>++55/11/6166-6513 email: flomenezes@uol.com.br
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