<div>Carlos e demais colegas,</div>
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<div>Confesso que usei a palavra "independente" sem pensar. A demanda da minha amiga lá de Nova York foi a seguinte: a Biblioteca da NYU sabe que são produzidos CDs no Brasil com esquemas de distribuição restritos. Eles gostariam de ter acesso a informações sobre estes CDs, para eventual compra de alguns. Usei a palavra neste sentido. Poderia também dizer "fora da evidência do mercado", expressão empregada por José Miguel Wisnik quando curador do Programa Petrobras Música (2002). São expressões um tanto vagas, mas acredito que para os propósitos em questão, funcionam - sob risco de superlotar minha caixa postal, daí porque criei outro endereço email... 
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<div>Mas a mensagem do Carlos Palombini me interessou muito no sentido de pensar na categoria "CD independente", que acredito tenha se estabelecido nos anos 80. Era um momento em que o "normal" era gravar por grandes gravadoras. Tempo do LP, predominante no Brasil creio que até quase o final da década. Na verdade talvez faça mais sentido falar de LP independente do que de CD independente. Justamente, no caso do CD a gente tem muito mais independência pra gravá-lo por conta própria. CD independente é quase uma redundância!
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<div>Alguns marcos do LP independente (no Rio pelo menos) foram "Feito em casa", do Antonio Adolfo, e o primero LP do Boca Livre, que vendeu 30.000 discos, o que foi considerado enorme "para um independente".
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<div>Fará sentido hoje falar de "independente", no panorama fragmentado para o qual o Carlos apontou? Certamente muito menos do que nos anos 80. No entanto, me parece que a expressão ainda é usada. Salvo engano, existe uma Associação Brasileira de Produtores Independentes de Discos ou algo assim. Acho que o ponto se relaciona com a questão da presente transformação das categorias musicais, tais como: música popular/folclórica, MPB, música brasileira/estrangeira, nacional/regional etc... Elas estão em crise, mas ainda são usadas, muitas vezes com novos sentidos.
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<div>Mas a motivação inicial da minha mensagem foi um problema que é muito mais de hoje, que dos anos 80: é produzida hoje no Brasil uma quantidade grande de CDs sobre os quais eventuais interessados (em Nova York ou em Recife)  não possuem qualquer informação. Muitos destes CDs seriam de interesse dos participantes da ANPPOM. Posso disponibilizar para a lista da ANPPOM a lista de CDs. Mas talvez a gente pudesse pensar em algum mecanismo mais permanente de informações sobre estes CDs de difícil acesso.
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<div>Abraços,</div>
<div>Carlos<br><br> </div>-- <br>Carlos Sandroni<br>Departamento de Música, UFPE<br>Programa de Pós-Graduação em Música, UFPB<br>(81) 2126 8596 (telefone e fax)<br>(81) 88591476 (celular)<br>Endereço: <br>Rua das Pernambucanas, 264/501
<br>Graças - 52011-010<br>Recife - PE