<!doctype html public "-//w3c//dtd html 4.0 transitional//en">
<html>
Prezado Sandroni:
<p>Sinto discordar.
<br>Em primeiro lugar, nas Ilhas Solomon não existe polifonia: só
existe bifonia.
<br>Em segundo lugar Hugo Zemp chama aquelas práticas musicais de
" Contrepoint" e "Counterpoint" (linhas melódicas diferenciadas
e autônomas), que é conceituação universal,
embora etimologicamente ocidental (punctus contra punctus).
<br>Abraço,
<br>Jorge Antunes
<br> 
<br> 
<br> 
<p>Carlos Sandroni wrote:
<blockquote TYPE=CITE>Prezado Antunes e demais colegas, Citando: "A
fuga nº 24 é bem complexa estruturalmente. A lamentação
de funeral das Ilhas Solomos é bem menos complexa estruturalmente.
<br>O estudo da estrutura dos cantos a duas vozes dessas lamentações
não garante sucesso no estudo da estrutura da fuga. Mas o estudo
da estrutura da fuga, garante o sucesso no estudo da estrutura dos cantos
a duas vozes das lamentações fúnebres."Fim da citação. "Mais
complexo" e "menos complexo", aqui, do ponto de vista do contraponto europeu.
A harmonia de Wagner também é mais complexa que a dos Beatles.
Mas saber harmonia e contraponto nao nos habilitam a compreender nem formalmente,
e muito menos estruturalmente, música vocal das Ilhas Salomon ou
rock. (No caso do rock saber alguns acordes pode às vezes ajudar). Se
voce analisa polifonias do Pacífico ou dos pigmeus com instrumentos
teóricos de contraponto europeu, o resultado é a primeira
e a segunda frases citada acima. Esta é uma das razões pelas
quais a terceira e a quarta frases citadas acima são, na opinião
dos etnomusicólogos, falsas (isto inclui Hugo Zemp, que estudou
a fundo as polifonias das Ilhas Salomon). Abraços,Carlos
<br> <span class="gmail_quote">On 10/12/07, <b>Jorge Antunes</b> <<a href="mailto:antunes@unb.br">antunes@unb.br</a>>
wrote:</span>
<blockquote class="gmail_quote" style="PADDING-LEFT: 1ex; MARGIN: 0px 0px 0px 0.8ex; BORDER-LEFT: #ccc 1px solid">Eduardo:
<p>Você está usando a palavra "forma", que nunca utilizei.
No escopo de nosso debate ela não cabe.
<br>Você fala em "complexidade formal" e em se "compreender formalmente
o contraponto".
<br>Nunca me referi a forma. Sempre estou me referindo a estrutura.
<br>Estou falando em complexidade estrutural.
<br>Também nunca disse que a análise se sustenta unicamente
pela abordagem estrutural e formal.
<br>As aspectos simbólicos e contextuais hão de vir, numa
boa análise, a ser estudados profundamente após as análises
estrutural e formal.
<br>Mas aquela ficará solta, descontextualizada e superficial, se
estas não se estabelecerem antes.
<br>A fuga nº 24 é bem complexa estruturalmente. A lamentação
de funeral das Ilhas Solomos é bem menos complexa estruturalmente.
<br>O estudo da estrutura dos cantos a duas vozes dessas lamentações
não garante sucesso no estudo da estrutura da fuga. Mas o estudo
da estrutura da fuga, garante o sucesso no estudo da estrutura dos cantos
a duas vozes das lamentações fúnebres.
<br>Veja, estou falando em estrutura. Quanto à forma, os níveis
de complexidade são altos nos dois casos. As lamentações
fúnebres têm, em geral, a forma ABAB CBCB. A fuga nº
24, segundo caderno, tem forma de fuga tripla, com a complexidade imposta
pelo uso de três sujeitos.
<br>Para completar as análises, aí sim, seria necesssário
abordar as questões que você menciona. Seria então
preciso abordar a religiosidade de Bach, suas construções
quiasmáticas, sua época, seu entorno, sua fixação
na cristologia e seu encantamento pelas letras de seu próprio nome
(b, a, c, h). Quanto às Lamentações fúnebres
das imediações da Polinésia, seria necessário,
na etapa final da análise, considerar a coreografia da dança
ritual <i>suahongi</i>, as escalas usadas, suas simbologias, ritmos, andamentos,
textos, o gestual da distribuição de alimentos durante o
velório, etc.
<br>Abraço,
<br>Jorge Antunes
<br> 
<br> 
<br> 
<br> </blockquote>
Carlos Sandroni
<br>Departamento de Música, UFPE
<br>Programa de Pós-Graduação em Música, UFPB
<br>Setembro 2007/Fevereiro 2008:
<br>Pesquisador Associado ao Centre de Recherches en Ethnomusicologie
<br>CNRS - LESC UMR 7186 - Paris
<br>Endereço pessoal na França:
<br>Chez Duflo-Moreau
<br>199, rue de Vaugirard
<br>75015 - Paris
<br>Telefone profissional no Brasil
<br>(81) 2126 8596 (telefone e fax)
<br>(Recados com Anita)
<br>Endereço pessoal no Brasil:
<br>Rua das Pernambucanas, 264/501
<br>Graças - 52011-010
<br>Recife - PE</blockquote>
</html>