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<DIV><SPAN class=609133511-12102007><FONT face=Arial color=#0000ff size=2>Caro
Hugo... </FONT></SPAN></DIV>
<DIV><SPAN class=609133511-12102007><FONT face=Arial color=#0000ff
size=2>Entendo as suas palavras... mas se fosse tentar compreende-las posso
correr o risco de querer tirar do currículo mínimo obrigatório disciplinas tais
como ortografia e gramática da língua portuguesa (ou de qualquer outra
língua...). Como ficaria, então, a nossa comunicação escrita e a nossa história
comum? Que futuro teríamos enquanto cientistas?</FONT></SPAN></DIV>
<DIV><SPAN class=609133511-12102007><FONT face=Arial color=#0000ff
size=2></FONT></SPAN> </DIV>
<DIV><SPAN class=609133511-12102007><FONT face=Arial color=#0000ff
size=2>Saudações,</FONT></SPAN></DIV>
<DIV><SPAN class=609133511-12102007><FONT face=Arial color=#0000ff
size=2></FONT></SPAN> </DIV>
<DIV><SPAN class=609133511-12102007>
<P><FONT size=2>======================================<BR>Pablo Sotuyo
Blanco<BR>Programa de Pós-Graduação em Música<BR>Escola de
Música<BR>Universidade Federal da
Bahia<BR>======================================<BR>e-mailto:
psotuyo@ufba.br<BR>homepage: <A href="http://www.ufba.br/~psotuyo/"
target=_blank>http://www.ufba.br/~psotuyo/</A><BR>======================================</FONT>
</P></SPAN></DIV>
<DIV><SPAN class=609133511-12102007><FONT face=Arial color=#0000ff
size=2></FONT></SPAN> </DIV>
<BLOCKQUOTE>
<DIV class=OutlookMessageHeader dir=ltr align=left><FONT face=Tahoma
size=2>-----Mensagem original-----<BR><B>De:</B>
anppom-l-bounces@iar.unicamp.br [mailto:anppom-l-bounces@iar.unicamp.br]<B>Em
nome de </B>Hugo Leonardo Ribeiro<BR><B>Enviada em:</B> sexta-feira, 12 de
outubro de 2007 03:57<BR><B>Para:</B> anppom-l@iar.unicamp.br; eduardo
luedy<BR><B>Assunto:</B> Re: [ANPPOM-L]Qual a música que queremos em nossas
Universidades?<BR><BR></FONT></DIV>Realmente, parece que voltamos uns cem
anos. Há tempos não lia um discurso evolucionista desse...<BR>Pensar a análise
musical somente em seus aspectos formais-tecnicistas é muito reducionista. É
como se descartássemos toda a contribuição da Etnomusicologia e da New
Musicology (altamente influenciada pela primeira) para a compreensão das
experiências musicais. Talvez Nicholas Cook tenha realmente ficado "biruta"
quando escreveu "agora somos todos (etno)musicólgos". <BR><A
onclick="return top.js.OpenExtLink(window,event,this)"
href="http://www.ictus.ufba.br/index.php/ictus/article/viewFile/110/84"
target=_blank>http://www.ictus.ufba.br/index.php/ictus/article/viewFile/110/84</A><BR><BR>********<BR>Será
que vocês acham que sou um garotinho revoltado com essas disciplinas? Algo
estranho para alguém que se formou em Composição na UFBA, e cuja área de
atuação é justamente as disciplinas de contraponto, harmonia e análise.
Falando em contraponto, quem já deu uma olhada em minha edição do Gradus ad
Parnassum em português (quem sabe até o final do ano eu finalmente tenha a
paciência de completar a tradução completa...)? <BR><A
onclick="return top.js.OpenExtLink(window,event,this)"
href="http://www.hugoribeiro.com.br/textos/fux.pdf"
target=_blank>http://www.hugoribeiro.com.br/textos/fux.pdf </A><BR><BR>Para
não falar em minha tese de doutorado em etnomusicologia (sob orientação de
Manuel Veiga), recheada de análise musical tradicional, sem a qual não
conseguiria entender a música das bandas estudadas. Mas, obviamente, como todo
bom etnomusicólogo, meu olhar analítico não se restringiu somente aos aspectos
sonoros... <BR><A onclick="return top.js.OpenExtLink(window,event,this)"
href="http://www.hugoribeiro.com.br/textos/tese_crua.pdf"
target=_blank>http://www.hugoribeiro.com.br/textos/tese_crua.pdf</A><BR><BR>******<BR>Nunca
disse que não gostava de contraponto ou harmonia. O que eu questionei é se
essas disciplinas devem fazer parte do currículo obrigatório de todos que
pretendam um curso superior em música? <BR><BR>Durante esse encontro da ABEM
teve um momento que pudemos discutir um pouco sobre a importância em se
definir quais as teorias sobre música que estão subjacentes aos currículos dos
cursos de graduação e música no Brasil. Ou seja, quais as bases
epistemológicas sobre as quais definimos qual o conhecimento musical deve ser
exigido como o mínimo para se reconhecer determinado músico como merecedor de
um diploma de graduado em música. Digo dessa forma porque, atualmente, existe
um conjunto de disciplinas centrais que são consideradas como condição "sine
qua non" para qualquer um que deseje se formar em música. Seja ele um
compositor, regente, violinista ou educador musical. Refletir sobre essas
bases epistemológicas é importante para se definir o que e como avaliar. E
mais ainda, voltando para o assunto que gerou toda essa discussão, definir
qual o conhecimento que deve ser exigido numa prova de conhecimento específico
de música. <BR><BR>Mas o que é triste mesmo, é constatar que alguns
profissionais se recusam a refletir sobre suas práticas e quais as teorias que
as orientam, preferindo não se envolver nos processos de reformulação
curricular, ou mesmo na produção de conhecimento acadêmico sobre sua área de
atuação. Lembro-me de um concurso que participei há pouco tempo atrás, no qual
um dos candidatos havia nos dito (aos demais candidatos), pouco antes da
divulgação do resultado, que compositor não tem que escrever artigos, não tem
que ir para congresso, não tem que se envolver em questões pedagógicas.
Compositor tem que compor. E que uma tese de doutorado de um compositor
deveria ser somente uma composição e pronto. E olha que ele havia acabado de
retornar de um doutorado nos E.U.A. <BR><BR>São profissionais como esses que
acabam transformando nossas graduações em música em conservatórios
musicais...<BR><BR>*******<BR>Interessante também como, em uma lista tão
grande, tal assunto só desperte interesse de quatro pessoas (2x2). Talvez seja
hora de eu me abster. Talvez Luedy faça o mesmo. Não estou afim de representar
uma bandeira tão controversa, mesmo que seja somente pelo prazer de exercitar
a retórica, e sofrer as consequências sozinho. Afinal, quem é esse tal de
Hugo, de Sergipe? <BR>Aliás, onde fica Sergipe mesmo? :)<BR><BR>Um abraço de
caranguejo,<BR><SPAN class=sg><BR>Hugo Ribeiro</SPAN>
</BLOCKQUOTE></BODY></HTML>