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<BR>Queridos colegas, "a música é a escrita simbólica e intuitiva da vida, da natureza e da história" ou ainda " a tradução poética da vida, da natureza e da história" (REIS, A correspondência das artes e a metafísica da música, in <EM>Revista do IHGMG</EM>,volume XXVI. Belo Horizonte: Imprensa Oficial de Minas Gerais/IHGMG, 2005. p.235-252). Vejam o exemplo em anexo.<BR>
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As idéias de melodia, de harmonia e contraponto podem ser identificadas, fenomenologicamente, originando-se das formas da natureza, na vida em sociedade e na história, sob múltiplas e imprevisíveis formas. <BR>
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Elaborei textos sobre isto no meu livro <EM>Essais sur l' art: Musicologie, Sémiologie et Philosophie, Volume I</EM>, lançado em Montreal (Cercle de Musicologie e UdM) e Paris(Sorbonne, Paris IV), respectivamente nos anos de 2004 e 2006. Este trabalho está com edição esgotada. A versão em português,ampliada e ilustrada, deverá estar pronta em breve à disposição de todos.<BR>
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Um grande abraço e parabéns pela importante discussão,<BR>
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Sandra Loureiro de Freitas Reis<BR>
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From: rrrr@usp.br<BR>> To: eluedy@yahoo.com; carlos.sandroni@gmail.com; antunes@unb.br<BR>> Date: Sat, 13 Oct 2007 18:12:18 -0300<BR>> CC: hugoleo75@gmail.com; anppom-l@iar.unicamp.br<BR>> Subject: Re: [ANPPOM-L] Qual a música que queremos em nossas Universidades?<BR>> <BR>> meus caros,<BR>> <BR>> nem pensei que alguém seja xenófobo ou use num sentido pejorativo o conceito <BR>> de contraponto,<BR>> <BR>> apenas digo que um contraponto (existem sempre vários) é um recurso poético <BR>> que serve à construção de uma determinanda linguagem musical...<BR>> <BR>> só isso: o contraponto não tem pátria, nem é monopólio de quem quer que <BR>> seja, quem quiser que use ou não a tal ferramenta de acordo com seus <BR>> critérios e... talento...<BR>> <BR>> mas vejo que a discussão cunduz talvez a uma confusão entre música enquanto <BR>> arte (pois se trata aí das questões do métier e do processo poético, da <BR>> singularidade, da exposição de um mundo, de enigmas e revelações <BR>> existenciais - mas sem regras que a garantam) e o caráter incontornavelmente <BR>> mesquinho da(s) cultura(s)...<BR>> <BR>> Rubens Ricciardi<BR>> <BR>> <BR>> ----- Original Message ----- <BR>> From: 'eduardo luedy' <eluedy@yahoo.com><BR>> To: 'Rubens Ricciardi' <rrrr@usp.br>; 'Carlos Sandroni' <BR>> <carlos.sandroni@gmail.com>; <antunes@unb.br><BR>> Cc: <hugoleo75@gmail.com>; <anppom-l@iar.unicamp.br><BR>> Sent: Friday, October 12, 2007 10:00 PM<BR>> Subject: Re: [ANPPOM-L] Qual a música que queremos em nossas Universidades?<BR>> <BR>> <BR>> > Tenho a impressão que o Rubens não está compreendendo<BR>> > muito bem o por quê de estarmos discutindo<BR>> > etnocentrismo, repertório canônico (suas práticas e<BR>> > valores associados) e a necessidade (ou não) de tornar<BR>> > os currículos em música mais abertos à diversidade<BR>> > cultural. Também não me parece que o adjetivo<BR>> > 'europeu' tenha sido empregado com conotações<BR>> > pejorativas ou xenófobas pelo Sandroni.<BR>> ><BR>> > Eduardo Luedy<BR>> ><BR>> ><BR>> > --- Rubens Ricciardi <rrrr@usp.br> wrote:<BR>> ><BR>> >> meus caros...<BR>> >><BR>> >> onde estamos????<BR>> >><BR>> >> 'contraponto europeu'??? - que bobagem é esta???<BR>> >><BR>> >> ha, então o futebol (invenção inglesa!) também é<BR>> >> europeu (aliás, não é o esporte mais popular por lá<BR>> >> também)????<BR>> >><BR>> >> nossa senhora, por que será então que eu torço aqui<BR>> >> pro meu glorioso Comercial de Ribeirão Preto???<BR>> >><BR>> >> certamente uma postura eurocentrista e com certeza<BR>> >> politicamente incorreta (estes corinthianos, estes<BR>> >> flamenguistas, todos uns vendidos à submissão<BR>> >> eurocêntrica)...<BR>> >><BR>> >> pois viva a nossa identidade, viva a nossa<BR>> >> verdadeira cultura, abaixo toda e qualquer forma de<BR>> >> inteligência estrangeira!!!...<BR>> >><BR>> >> Rubens Ricciardi<BR>> >><BR>> >> PS: caro Silvio Ferraz, concordo com vc que o estudo<BR>> >> dos contrapontos deve ser sempre desenvolvido nos<BR>> >> contextos das linguages, porisso, já há alguns anos<BR>> >> venho dando aulas do contraponto da Polifonia Gótica<BR>> >> em seus primórdios, da Ars Antiqua (em especial<BR>> >> Perotinus) e da Ars Nova (em especial Machault e<BR>> >> Landini), até os primeiros polifonistas<BR>> >> franco-flamengos quando se inicia o Renascimento,<BR>> >> realmente é muito mais enriquecedor que trabalhar só<BR>> >> com as 5 espécies do Fux ou com os recursos dos<BR>> >> contrapontos em meio aos diversos estilos e época do<BR>> >> sistema tonal...<BR>> >> ----- Original Message ----- <BR>> >> From: Carlos Sandroni<BR>> >> To: antunes@unb.br<BR>> >> Cc: anppom-l@iar.unicamp.br ; hugoleo75@gmail.com<BR>> >> Sent: Friday, October 12, 2007 3:10 PM<BR>> >> Subject: Re: [ANPPOM-L]Qual a música que queremos<BR>> >> em nossas Universidades?<BR>> >><BR>> >><BR>> >> Prezado Antunes e demais colegas,<BR>> >><BR>> >> Citando:<BR>> >><BR>> >> 'A fuga nº 24 é bem complexa estruturalmente. A<BR>> >> lamentação de funeral das Ilhas Solomos é bem menos<BR>> >> complexa estruturalmente.<BR>> >> O estudo da estrutura dos cantos a duas vozes<BR>> >> dessas lamentações não garante sucesso no estudo da<BR>> >> estrutura da fuga. Mas o estudo da estrutura da<BR>> >> fuga, garante o sucesso no estudo da estrutura dos<BR>> >> cantos a duas vozes das lamentações fúnebres.'<BR>> >><BR>> >> Fim da citação.<BR>> >><BR>> >> 'Mais complexo' e 'menos complexo', aqui, do ponto<BR>> >> de vista do contraponto europeu. A harmonia de<BR>> >> Wagner também é mais complexa que a dos Beatles. Mas<BR>> >> saber harmonia e contraponto nao nos habilitam a<BR>> >> compreender nem formalmente, e muito menos<BR>> >> estruturalmente, música vocal das Ilhas Salomon ou<BR>> >> rock. (No caso do rock saber alguns acordes pode às<BR>> >> vezes ajudar).<BR>> >><BR>> >> Se voce analisa polifonias do Pacífico ou dos<BR>> >> pigmeus com instrumentos teóricos de contraponto<BR>> >> europeu, o resultado é a primeira e a segunda frases<BR>> >> citada acima. Esta é uma das razões pelas quais a<BR>> >> terceira e a quarta frases citadas acima são, na<BR>> >> opinião dos etnomusicólogos, falsas (isto inclui<BR>> >> Hugo Zemp, que estudou a fundo as polifonias das<BR>> >> Ilhas Salomon).<BR>> >><BR>> >> Abraços,<BR>> >> Carlos<BR>> >><BR>> >><BR>> >> On 10/12/07, Jorge Antunes <antunes@unb.br> wrote:<BR>> >><BR>> >> Eduardo:<BR>> >> Você está usando a palavra 'forma', que nunca<BR>> >> utilizei. No escopo de nosso debate ela não cabe.<BR>> >> Você fala em 'complexidade formal' e em se<BR>> >> 'compreender formalmente o contraponto'.<BR>> >> Nunca me referi a forma. Sempre estou me<BR>> >> referindo a estrutura.<BR>> >> Estou falando em complexidade estrutural.<BR>> >> Também nunca disse que a análise se sustenta<BR>> >> unicamente pela abordagem estrutural e formal.<BR>> >> As aspectos simbólicos e contextuais hão de vir,<BR>> >> numa boa análise, a ser estudados profundamente após<BR>> >> as análises estrutural e formal.<BR>> >> Mas aquela ficará solta, descontextualizada e<BR>> >> superficial, se estas não se estabelecerem antes.<BR>> >> A fuga nº 24 é bem complexa estruturalmente. A<BR>> >> lamentação de funeral das Ilhas Solomos é bem menos<BR>> >> complexa estruturalmente.<BR>> >> O estudo da estrutura dos cantos a duas vozes<BR>> >> dessas lamentações não garante sucesso no estudo da<BR>> >> estrutura da fuga. Mas o estudo da estrutura da<BR>> >> fuga, garante o sucesso no estudo da estrutura dos<BR>> >> cantos a duas vozes das lamentações fúnebres.<BR>> >> Veja, estou falando em estrutura. Quanto à<BR>> >> forma, os níveis de complexidade são altos nos dois<BR>> >> casos. As lamentações fúnebres têm, em geral, a<BR>> >> forma ABAB CBCB. A fuga nº 24, segundo caderno, tem<BR>> >> forma de fuga tripla, com a complexidade imposta<BR>> >> pelo uso de três sujeitos.<BR>> >> Para completar as análises, aí sim, seria<BR>> >> necesssário abordar as questões que você menciona.<BR>> >> Seria então preciso abordar a religiosidade de Bach,<BR>> >> suas construções quiasmáticas, sua época, seu<BR>> >> entorno, sua fixação na cristologia e seu<BR>> >> encantamento pelas letras de seu próprio nome (b, a,<BR>> >> c, h). Quanto às Lamentações fúnebres das imediações<BR>> >> da Polinésia, seria necessário, na etapa final da<BR>> >> análise, considerar a coreografia da dança ritual<BR>> >> suahongi, as escalas usadas, suas simbologias,<BR>> >> ritmos, andamentos, textos, o gestual da<BR>> >> distribuição de alimentos durante o velório, etc.<BR>> >> Abraço,<BR>> >> Jorge Antunes<BR>> >><BR>> >><BR>> >><BR>> >><BR>> >><BR>> >> Carlos Sandroni<BR>> >> Departamento de Música, UFPE<BR>> >> Programa de Pós-Graduação em Música, UFPB<BR>> >> Setembro 2007/Fevereiro 2008:<BR>> >> Pesquisador Associado ao Centre de Recherches en<BR>> >> Ethnomusicologie<BR>> >> CNRS - LESC UMR 7186 - Paris<BR>> >> Endereço pessoal na França:<BR>> >> Chez Duflo-Moreau<BR>> >> 199, rue de Vaugirard<BR>> >> 75015 - Paris<BR>> >> Telefone profissional no Brasil<BR>> >> (81) 2126 8596 (telefone e fax)<BR>> >> (Recados com Anita)<BR>> >> Endereço pessoal no Brasil:<BR>> >> Rua das Pernambucanas, 264/501<BR>> >> Graças - 52011-010<BR>> >> Recife - PE<BR>> >><BR>> >><BR>> >><BR>> > ------------------------------------------------------------------------------<BR>> >><BR>> >><BR>> >> ________________________________________________<BR>> >> Lista de discussões ANPPOM<BR>> >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l<BR>> >> ________________________________________________<BR>> >><BR>> >><BR>> >><BR>> > ------------------------------------------------------------------------------<BR>> >><BR>> >><BR>> >> No virus found in this incoming message.<BR>> >> Checked by AVG Free Edition.<BR>> >> Version: 7.5.488 / Virus Database: 269.14.5/1058 -<BR>> >> Release Date: 8/10/2007 16:54<BR>> >> > ________________________________________________<BR>> >> Lista de discussões ANPPOM<BR>> >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l<BR>> >> ________________________________________________<BR>> ><BR>> ><BR>> ><BR>> > <BR>> > ____________________________________________________________________________________<BR>> > Don't let your dream ride pass you by. 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