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<DIV><SPAN class=453533314-15102007><FONT face=Arial color=#0000ff size=2>Meus
caros... como sempre... "cutucando"... ;-)</FONT></SPAN></DIV>
<DIV><SPAN class=453533314-15102007><FONT face=Arial color=#0000ff
size=2>Concordo com Sandroni na questão do uso do verbo "compreender".
</FONT></SPAN></DIV>
<DIV><SPAN class=453533314-15102007><FONT face=Arial color=#0000ff size=2>Desde
o inicio deste assunto venho pensando que o verbo deveria ser "entender". Embora
sejam verbos com significados "emparentados" possuem nuances que permitiriam
conciliar ambos discursos confrontados nesta discussão...</FONT></SPAN></DIV>
<DIV><SPAN class=453533314-15102007><FONT face=Arial color=#0000ff
size=2>Insisto... Já pensaram se não se ensinasse mais a língua portuguesa, a
sua gramática, ortografia e/ou sintaxe? Até a poesia concreta faz uso delas...
;-)</FONT></SPAN></DIV>
<DIV><SPAN class=453533314-15102007><FONT face=Arial color=#0000ff
size=2>Ainda... como muito bem cantava a "grande" Mercedes Sosa... "Donde iremos
a parar si se apaga Valderrama?"</FONT></SPAN></DIV>
<DIV><SPAN class=453533314-15102007><FONT face=Arial color=#0000ff
size=2>;-))</FONT></SPAN></DIV>
<DIV><SPAN class=453533314-15102007><FONT face=Arial color=#0000ff
size=2></FONT></SPAN> </DIV>
<DIV><SPAN class=453533314-15102007><FONT face=Arial color=#0000ff
size=2>Saudações...</FONT></SPAN></DIV>
<DIV><SPAN class=453533314-15102007>
<P><FONT size=2>======================================<BR>Prof. Dr. Pablo Sotuyo
Blanco<BR>Programa de Pós-Graduação em Música<BR>Escola de
Música<BR>Universidade Federal da
Bahia<BR>======================================<BR>e-mailto:
psotuyo@ufba.br<BR>homepage: <A href="http://www.ufba.br/~psotuyo/"
target=_blank>http://www.ufba.br/~psotuyo/</A><BR>======================================</FONT>
</P></SPAN></DIV>
<BLOCKQUOTE>
<DIV class=OutlookMessageHeader dir=ltr align=left><FONT face=Tahoma
size=2>-----Mensagem original-----<BR><B>De:</B>
anppom-l-bounces@iar.unicamp.br [mailto:anppom-l-bounces@iar.unicamp.br]<B>Em
nome de </B>Carlos Sandroni<BR><B>Enviada em:</B> segunda-feira, 15 de outubro
de 2007 09:14<BR><B>Para:</B> antunes@unb.br<BR><B>Cc:</B>
anppom-l@iar.unicamp.br; hugoleo75@gmail.com<BR><B>Assunto:</B> Re:
[ANPPOM-L]Qual a música que queremos em nossas
Universidades?<BR><BR></FONT></DIV>Prezado Antunes,<BR><BR>Obrigado pelo tom
cordial e pela disposição a debater revelados em sua mensagem. Tentarei seguir
o seu exemplo, embora infelizmente não possa me alongar muito.<BR>Talvez uma
parte da discordância tenha a ver com o uso da palavra "compreender". O que
seria "compreender" as polifonias vocais do Pacífico? Mensagens prévias de
Sílvio e Eduardo Luedy já apontaram na direção que considero apropriada.
<BR>Você, com sua formação contrapontística e musical, certamente "compreende"
de alguma maneira aquelas polifonias. A maneira como você as compreende pode
tê-lo ajudado a escrever o seu livro mencionado, e pode ajudá-lo em outras
coisas eventualmente. <BR>Mas você próprio reconhece que a compreensão que
tem, se deve em parte também à leitura de livros de etnomusicólogos sobre
aquelas culturas musicais. Ora, estes livros não são livros de contraponto,
são livros sobre culturas, sobre sistemas simbólicos. Sistemas dentro dos
quais, exclusivamente, a música, inclusive no que se refere às estruturas
sonoras, pode ser "compreendida", pelo menos da maneira que os etnomusicólogos
entendem o verbo "compreender". A referência mais imediata é Blacking, já
mencionado aqui duas ou três vezes. Mas a gente pode pensar no Clifford Geertz
também - "A arte como sistema simbólico", em \O Saber Local - novos ensaios de
Antropologia Interpretativa\. <BR>Sim, Zemp usa a palavra contraponto, mas eu
seria capaz de jurar que ele não domina contraponto florido a oito vozes, que
eu saiba ele era jazzista antes de ser etnomusicólogo, como tampouco o
Lortat-Jacob, ou o Beaudet, que foi o meu orientador. <BR>Você é um compositor
que estuda a diversidade musical do mundo com objetivos diferentes daqueles
que estão dedicados a compreender o que significam estas diversas músicas para
as pessoas que as fazem. Estes, incluindo os etnomusicólogos que você cita -
integrantes da tal "torcida do Flamengo" a que me referi - não subscreveriam
aquelas duas frases suas que citei no meu primeiro email. O tipo de
"compreensão" que eles proporcionam serve a objetivos diferentes, mas é também
na minha opinião mais rica, mais nuançada, mais - vá lá - compreensiva
(também no sentido do inglês "comprehensive"). <BR>Não excluo que você
possa ter feito um excelente uso das polifonias vocais do mundo no seu livro,
ao contrário. Minha discordância se relaciona à idéia de que proficiência em
música de tradição ocidental capacite a "compreender outras
tradições musicais" (num sentido diferente de "usá-las para fins indiferentes
a seus significados contextuais"), no mesmo gesto considerando-as "menos
complexas". <BR>Espero ter ajudado a deixar mais claro meu ponto de vista. Em
todo caso, acho que não vou poder dar muito mais que estes dez centavos nos
próximos dias.<BR>Abraços,<BR>Carlos<BR><BR><BR>
<DIV><SPAN class=gmail_quote>On 10/14/07, <B class=gmail_sendername>Jorge
Antunes</B> <<A href="mailto:antunes@unb.br">antunes@unb.br</A>>
wrote:</SPAN>
<BLOCKQUOTE class=gmail_quote
style="PADDING-LEFT: 1ex; MARGIN: 0pt 0pt 0pt 0.8ex; BORDER-LEFT: rgb(204,204,204) 1px solid">Prezado
Carlos Sandroni:
<P>Você afirma que o domínio do contraponto europeu não capacita a
compreender as polifonias vocais do Pacífico. <BR>Essa afirmação é
interessante, porque bombástica para mim. <BR>Não me considero dono da
verdade e, assim, gostaria de me fazer todo ouvidos, para que você me
convença acerca dessa sua convicção. <BR>Talvez isso seja possível, se você
me der exemplos concretos. Você poderia citar nomes de pessoas que dominam o
contraponto "europeu" e que, apesar de possuirem esse domínio, não estão
capacitadas para compreender as polifonias vocais do Pacífico. </P>
<P>Eu, de minha parte, tenho exemplos que demostram justamente o contrário.
<BR>Para escrever meu mais recente livro, intitulado Sons Novos para a Voz,
passei dois anos, de setembro de 2005 a agosto de 2007, estudando todas as
manifestações musicais do mundo, produzidas com o aparelho fonador.
<BR>Estudei todos os trabalhos de Hugo Zemp, Trân Quang Hai, Jean-Michel
Beaudet, Jacques Bouët, Gilles Léothaud e Bernard Lortat-Jacob, sobre as
práticas vocais contrapontísticas de Taiwan, Georgia, Albania, Itália, Ilhas
Solomon, República da África Central (Pigmeus e Banda Linda), Etiópia e
Indonésia. <BR>O estudo abordou as construções mais complexas, desde os
cantos a duas vozes de Malita (Ilhas Solomon), passando pela polifonia a
três vozes de Tai-Tung, no Taiwan, até as polifonias a doze vozes dos
portuários de Gênova, na Itália (o canto trallallero) e as canções
himarioçe, no estilo Himara, cantadas em Vlorë no sul da Albânia, que também
são a 12 vozes. <BR>Para compreender essas polifonias, entendo eu que o que
me capacitou foi o domínio que tenho do contraponto que você chama de
europeu. O que eu chamo de domínio do contraponto, não é aquela capacidade
desenvolvida ao se praticar contraponto modal a apenas duas vozes. Estou me
referindo ao domínio do contraponto florido a oito vozes, nas linguagens
tonal e atonal. São a essas práticas que chegam meus alunos em final de
curso: tonalismo clássico bachiano a 8 vozes e atonalismo integral de Julien
Falk a 8 vozes. <BR>A maioria dos etnomusicólogos que mencionei acima,
também dominam o contraponto florido a dois coros, porque foram alunos do
Conservatório de Paris. <BR>Talvez eu esteja enganado, e é possível que
minha compreensão das polifonias vocais dos diversos povos do mundo não se
deva ao domínio que tenho da técnica contrapontística. Talvez o que me
capacitou para tanto foi algum outro fator de que não tenho consciência.
Deixo então a você a incumbência de me passar exemplos que demonstrem a sua
convicção de que o contraponto "europeu" não capacita a compreender as
polifonias vocais do Pacífico. <BR>Abraço, <BR><SPAN class=sg>Jorge Antunes
</SPAN></P></BLOCKQUOTE></DIV><BR>-- <BR>Carlos Sandroni<BR>Departamento de
Música, UFPE<BR>Programa de Pós-Graduação em Música, UFPB<BR>Setembro
2007/Fevereiro 2008:<BR>Pesquisador Associado ao Centre de Recherches en
Ethnomusicologie <BR>CNRS - LESC UMR 7186 - Paris<BR>Endereço pessoal na
França:<BR>Chez Duflo-Moreau<BR>199, rue de Vaugirard<BR>75015 -
Paris<BR>Telefone profissional no Brasil<BR>(81) 2126 8596 (telefone e
fax)<BR>(Recados com Anita)<BR>Endereço pessoal no Brasil:<BR>Rua das
Pernambucanas, 264/501<BR>Graças - 52011-010<BR>Recife - PE
</BLOCKQUOTE></BODY></HTML>