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<DIV><A title=hugolribeiro@yahoo.com.br 
href="mailto:hugolribeiro@yahoo.com.br">Hugo Leonardo Ribeiro</A> 
escreveu:</DIV>
<DIV> </DIV>
<DIV> </DIV>
<DIV><4) Porque a disciplina Etnomusicologia (ou seus codinomes "fundamentos 
da música", "folclore" - ugh!) e parentes tais como sociologia e educação 
musical, somente são obrigatórias para os cursos de licenciatura da UFBA e da 
UFRGS? ></DIV>
<DIV> </DIV>
<DIV>Hugo, sem entrar no mérito de suas constatações --- que são bastante 
interessantes --- por absoluta falta de tempo nesse momento, gostaria de dizer 
que a UNIRIO aboliu os cursos de folclore e instituiu em seu lugar o curso --- 
obrigatório para a licenciatura --- de Introdução à Etnomusicologia, que tenho o 
prazer de ministrar.</DIV>
<DIV> </DIV>
<DIV>Em tempo, acho que saber contraponto florido não faria mal a nenhum músico 
com formação universitária, mas sabemos que os recursos são limitados e algo vai 
ficar faltando. Logo, um acúmulo ou desequilíbrio de exigências 
músico-técnicas favorecendo a tradição européia redunda em uma completa 
inocência/idealização dos estudantes de graduação frente a uma visão mais 
crítica da música. A realidade que constato com grande espanto na sala de aula é 
uma concepção --- a este ponto do século XXI --- da música como estudo dos 
Grande Homens, da Obra de Arte, do Gênio Universal, da "essência" do "povo", da 
"nação", música como repúdio à "massificação", à "manipulação" da "indústria 
cultural", etc. </DIV>
<DIV> </DIV>
<DIV>Apesar de músico, acho que há conspícua ausência de disciplinas que 
discutam de forma mais aprofundada e atualizada os elos entre música e sociedade 
--- reflexo da ideologia do século XIX da autonomia da música, e com a qual 
áreas como as Letras, por exemplo, não comungam, mesmo sendo talqualmente 
"artísticas". Por isso, não sou um ardente defensor da etnomusicologia como um 
conservatório de "world music", como se vê em muitas universidades 
norte-americanas, pois acho que precisamos de mais scholars profissionais que 
vejam a atividade acadêmica e de pesquisa como principal e não acessória. No 
entanto, é necessário ressaltar que esta é uma prática político-estética válida 
(não fosse a estética um ramo da ideologia) para desestabilizar a idéia de que 
só o que é sério é música de tradição européia. Por isso, face à afirmação que 
circulou por aqui, de que seria louco ou absurdo ensinar todas as músicas 
"folclóricas" ou "populares" do mundo nas universidades, é preciso dizer 
que esta é uma prática corrente. Não o ensino de todas elas, mas 
daquela(s) que acontece(m) ser a especialidade do professor contratado. Assim, 
certos cursos de etnomusicologia possuem um especialista em gamelão javanês, 
outros de samba, etc. Não é o ideal --- representar *todas* as tradições sem 
hierarquizá-las --- mas já é um início. E a idéia não é populista (ser 
condescendente com os mais fracos), mas o contrário: essa música é que está 
permitindo a regeneração de muita música ocidental popular e mesmo erudita, 
como, entre outros exemplos de outros compositores, parece também demonstrar a 
afirmação do Professor Jorge Antunes a respeito de seu último livro.</DIV>
<DIV> </DIV>
<DIV>Meus dois centavos (sou bem mais gastador quando tenho 
tempo...)  </DIV>
<DIV> </DIV>
<DIV>abraços a todos</DIV>
<DIV><BR>Alvaro</DIV>
<DIV><BR>=================================<BR>Alvaro Neder, PhD - Brazilian 
Literature, Language and Literary Theory, PUC-Rio<BR>Professional Freelance 
Translator/Tradutor Profissional<BR><A 
href="http://www.proz.com/profile/633480">http://www.proz.com/profile/633480</A>.</DIV>
<DIV> </DIV>
<DIV><BR><A href="http://alvaroneder.com/">http://alvaroneder.com</A><BR>e-mail: 
alvaro(at)alvaroneder.com<BR>+55 (21) 9663-3291<BR>Rio de Janeiro, Brazil<BR>+1 
(978) 286.0529<BR>Bedford MA, USA</DIV>
<DIV> </DIV>
<DIV>CV/Currículo CNPq/Lattes:<BR><A 
href="http://lattes.cnpq.br/0728793370003830">http://lattes.cnpq.br/0728793370003830</A> 
</DIV></BODY></HTML>