<html><head><style type="text/css"><!-- DIV {margin:0px;} --></style></head><body><div style="font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:12pt"><div style="font-family: arial,helvetica,sans-serif; font-size: 12pt;">Professor Antunes, <br>Minha crítica não foi a respeito de seu novo livro que, como declarei, ainda não li. Não quer dizer que não gostei ou que não gostarei. Fiquei verdeiramente curioso, sobretudo pelo título "Sons novos para a Voz", que me lembrou o clássico " New Sounds for Woodwinds" de 1967, escrito pelo brilhante Bruno Bartolozzi. <br><br>Numa mensagem anterior o senhor me cumprimentava por meus trabalhos
sobre vozes "difônicas", coisa que nunca foi objeto principal de meu
estudo. Agora vejo que não posso nem aceitar tais salamaleques, pois o
senhor provavelmente nunca leu meus trabalhos. <br>
<br>Minha crítica foi a respeito de um termo que o senhor utilizou numa mensagem dirigida a esta comunidade toda. <br>Não conheço nenhuma obra que se refira à voz do Louis Armstrong como sendo VOCAL FRY. <br>Também Elza Soares frequentemente usa o GROWL. Se ela usa o FRY, não é algo tão característico de sua voz.  <br>Estou lhe respondendo dentro desta lista, pois todos as citações são a partir de suas mensagens dirigidas a todos. Todos são convidados a emitirem opinião, darem informações, discordarem ou concordarem, e desafio o senhor a dizer que cada um que discordar será anti-acadêmico e anti-ético e anticientificista infantil e academicamente leviano. <br>Se o seu livro contém este tipo de afirmativa, e suponho que o tenha, agradeceria saber a fonte bibliográfica de tais considerações. <br>Desta vez o senhor provavelmente não apenas errou nos termos que utiliza com seus colegas da academia, mas também errou ao utilizar
 de maneira equivocada os termos FRY e GROWL. Nada humilhante, nada vergonhoso; nós que acreditamos em atitudes academicamente éticas e científicas na pesquisa admitimos sem problemas cometer pequenos (ou grandes) enganos. <br>Felizmente, para esta segunda categoria de erros cabe uma ERRATA. <br><br>Sobretudo quando é um autor " que estuda todas as manifestações sonoro-musicais do mundo
 produzidas com o aparelho fonador, e os sons produzidos com outras partes
 do corpo, com objetos externos alterando a voz ou com a função de
 caixa de ressonância e todos os fonemas das línguas faladas do mundo
 desde aquelas do ocidente até o tâmil, o urdu, o árabe, o grego, o
 russo, o karbadiano, o esquimó, o talago, o hotentote, etc."<br><br>A propósito, se são "sons novos para a voz", reunindo todos os estudos sobre todas as manifestações de todo o mundo de todas as línguas do planeta etc, onde mora o NOVO no seu livro novo ?<br><br>A respeito de sua última recomendação, que depende da posse de seu livro ("Vai pra página 135, item 129, sem sons vocais!"), gostaria que o senhor a citasse explicitamente, para que saibamos se o senhor agora comete algo que vá além de um simples erro.<br><br>Boa noite, <br>Leonardo<br><br>++++++++++++++++++++++++++++++<div style="font-family: times new roman,new york,times,serif; font-size: 12pt;">Colegas:<br><br>Esta lista de discussão realmente alcança, no momento, estágio de
 enorme utilidade para a discussão acadêmica e científico-musical.<br>Mais do que um meio de propaganda de papers publicados eletronicamente,
 funciona como uma instância crítica que nos ajuda a produzir os
 trabalhos acadêmicos.<br>Opiniões sobre temas de interesse da área, enriquecem nosso debate e,
 mais importante ainda, o intercâmbio de nossas idéias e nossas
 pesquisas.<br>Entretanto, ao se pretender emitir opinião sobre um trabalho, é
 importante, a bem da responsabilidade e para não se correr o risco de um
 anticientificismo infantil ou de uma leviandade acadêmica, fazê-lo sem
 conhecer o trabalho.<br>É altamente anti-acadêmico e anti-ético emitir uma opinião sobre um
 livro e, em seguida, ter o desplante de dizer: "confesso não o ter
 ainda  lido."<br>Sendo assim, fica evidente que o professor Leonardo Fuks se utiliza de
 um comentário exagerado quando duvida da extensão do conteúdo de um
 livro que estuda todas as manifestações sonoro-musicais do mundo
 produzidas com o aparelho fonador, e os sons produzidos com outras partes
 do corpo, com objetos externos alterando a voz ou com a função de
 caixa de ressonância e todos os fonemas das línguas faladas do mundo
 desde aquelas do ocidente até o tâmil, o urdu, o árabe, o grego, o
 russo, o karbadiano, o esquimó, o talago, o hotentote, etc.<br>A propósito, é importante lembrar que o autor optou pelo uso da
 designação genérica "voz fry", para identificar e estudar os sons graves
 produzidos pela voz humana quando as cartilagens aritenóide se
 posicionam juntas de modo a que somente a parte anterior das cordas vocais
 vibrem.<br>A designação desse tipo de produção vocal recebe os mais diversos
 nomes por diferentes autores: voz "creaky", voz "growl", voz "fry", voz
 "rumble"", voz "constricted".<br>Para agrupar diferentes cantores e indivíduos que usam o mesmo tipo de
 técnica, foi adotada a nomenclatura "fry" para exemplificar com as
 performances de Ida Cox, Louis Armstrong, Elza Soares, nativos da língua
 africana hausa, da língua mon-khmer do Vietnam e outros.<br>Para eventuais novos opinadores futuros que também adotem a
 não-acadêmica atitude do "não li e não gostei", só me restará uma nova
 resposta:<br>Vai pra página 135, item 129, sem sons vocais!<br>Humanamente,<br>Jorge Antunes<br><br><br><br><br><br><br><br>Leonardo Fuks wrote:<br><br>> Estou certo de que esta lista pode prestar um grande serviço ao
 interlóquio dos nossos pesquisadores e demais interessados.<br>> Mais do que um meio de propaganda de lançamentos de nossos produtos,
 funciona como uma instância crítica que nos ajuda a produzir os
 trabalhos acadêrmicos.<br>> Concordo com o físico e músico Alexandre Bräutigam com relação
 à multiplicidade de efeitos e contextos vocais, dos quais a ampla
 antologia do Museu do Homem (Le Voix du Monde) por exemplo, representa
 apenas uma pequena fração do que existe. Sendo assim, fica evidente que o
 professor Antunes se utiliza de um termo exagerado quando descreve a
 extensão de seu trabalho ("estudando todas as manifestações musicais
 do mundo, produzidas com o aparelho fonador")...<br>> Mas a propaganda é a alma do negócio:)<br>><br>> Por outro lado, acho bem ousada e interessante a inclusão de sons
 fisiológicos no trabalho de Antunes (que confesso ainda não ter lido),
 alguns tidos como nojentos pela maioria, mas que certamente podem ser
 controlados e utilizados musicalmente. Recentemente li o livro infantil
 "AH, ECA, A ENCICLOPÉDIA DE TUDO QUE  É NOJENTO" de JOY MASOFF, da
 Ediouro, e me diverti um bocado!<br>><br>> Devo, entretanto, observar que a voz de Louis Armstrong nada tem a
 ver com o Vocal Fry, segundo é descrito pelos principais autores do
 assunto em fisiologia da voz (e.g. Holien, Blomgren M & Chen Y, Herzel ,
 Titze, entre outros ).<br>><br>> Em um trabalho com o cientista japonês Ken-Ichi Sakakibara e outros
 colaboradores nipônicos, pudemos demonstrar em maior detalhe o
 mecanismo do GROWL, que é o modo de voz de fato atribuído a Armstrong
  (K.-I. Sakakibara, L. Fuks, H. Imagawa, and N. Tayama, “Growl voice in
 ethnic and pop styles” in Proc. Int. Symp. on Musical Acoustics (ISMA
 2004), Nara, Japan, April 2004.).<br>> O paper pode ser encontrado em
 <a href="http://www.brl.ntt.co.jp/people/kis/paper/isma04.pdf" target="_blank">http://www.brl.ntt.co.jp/people/kis/paper/isma04.pdf</a><br>><br>> É muito animador vermos que esta lista está congregando um número
 crescente de vozes pensantes, não raro colidentes e dissonantes, nos
 temas da música e musicologia.<br>><br>> Leonardo<br>><br>><br>><br>> >Antunes escreveu: -"Eu, de minha parte, tenho exemplos que demostram
 justamente o contrário.<br>> > Para escrever meu mais recente livro, intitulado Sons Novos para a
 Voz,<br>> > passei dois anos, de setembro de 2005 a agosto de 2007, estudando
 todas as<br>> > manifestações musicais do mundo, produzidas com o aparelho
 fonador.<br>> > Estudei todos os trabalhos de Hugo Zemp, Trân Quang Hai,
 Jean-Michel<br>> > Beaudet, Jacques Bouët, Gilles Léothaud e Bernard Lortat-Jacob,
 sobre as<br>> > práticas vocais contrapontísticas de Taiwan, Georgia, Albania,
 Itália, Ilhas<br>> > Solomon, República da África Central (Pigmeus e Banda Linda),
 Etiópia e<br>> > Indonésia."<br>><br>> > Caro Eduardo:<br>> ><br>> > Obrigado por essas suas novas e brilhantes<br>> > ponderações.<br>> > Não vou me estender em minha resposta a você, porque<br>> > acabei de enviar mensagem ao Carlos Sandroni que<br>> > serve também como resposta para você.<br>> > Lá, você verá, coloquei a questão das definições dos<br>> > verbos compreender, entender, ouvir, escutar, etc.<br>> > Possivelmente estejamos todos de acordo, mas<br>> > enfrentando problemas de definições prévias de<br>> > certos verbos e certos conceitos.<br>> > Até mesmo com relação ao conceito de "música",<br>> > sinto, neste rico e salutar debate, certas<br>> > divergências.<br>> > Mas eu gostaria de lhe dizer de minha total<br>> > discordância com relação à sua hipótese, a mim<br>> > aplicada, que aponta "a
 eleição de certos padrões<br>> > sonoros como aceitáveis e de outros como<br>> > não-aceitáveis, ou desviantes etc."<br>> > Por favor, longe de mim tal atitude. Certamente você<br>> > não conhece a minha história.<br>> > Passei os mais importantes anos de minha juventude,<br>> > no Rio de Janeiro, no período compreendido entre<br>> > 1961 e 1964, sendo chamado de "doido" por colegas e<br>> > professores, quando comecei a fazer minhas primeiras<br>> > obras e experiências com o som eletrônico.<br>> > Acusavam-me, na época, justamente dessa heresia:<br>> > "uso de certos padrões sonoros não-aceitáveis, ou<br>> > desviantes".<br>> > Aliás, sempre e ainda hoje, a cada novo passo<br>> > estético que dei e dou, ouvi e ouço a mesma<br>> > avaliação dos conservadores.<br>> > Assim, de meu ponto de vista não existe, no universo<br>> >
 sonoro e musical de todo este planeta e de outros,<br>> > nada que possa ser qualificado como padrão sonoro<br>> > não-aceitável ou desviante.<br>> > Aproveito para, mais uma vez, fazer propaganda de<br>> > meu novo livro "Sons novos para a Voz". Lá você<br>> > verá, na página 57, que faço um estudo sobre os sons<br>> > do peido, que na página 50 está um estudo sobre os<br>> > sons do arroto, que na página 46 estão técnicas de<br>> > produção do som de vomição, e que na página 135<br>> > estão referências ao repertório sonoro dos letristas<br>> > que inclui o som de masturbação e o do coito anal<br>> > sem sons vocais.<br>> > Nas páginas 73-75 eu faço um estudo sobre a voz fry<br>> > (Armstrong e Ida Cox). Aí está incluída a técnica<br>> > usada pela confraria Bwiti, do Gabão,  que consiste<br>> > na ingestão de ervas excitantes
 e irritantes que<br>> > provoca a inflamação da laringe. Dessa forma o<br>> > solista consegue os sons mais graves em sua voz fry.<br>> > Em obras para coro, já usei, além do assobio, sons<br>> > de pigarro e tosse.<br>> > Você acha, então, que eu seria capaz de considerar<br>> > não aceitável ou desviante algum padrão sonoro de<br>> > outra cultura?<br>> > Abraço,<br>> > Jorge Antunes<br></div><br></div></div><br>
      <hr size=1><a href="http://us.rd.yahoo.com/evt=48250/*http://searchmarketing.yahoo.com/arp/sponsoredsearch_v9.php?o=US2226&cmp=Yahoo&ctv=AprNI&s=Y&s2=EM&b=50">Pinpoint customers </a>who are looking for what you sell. 

</body></html>