<!doctype html public "-//w3c//dtd html 4.0 transitional//en">
<html>
Prezado Leonardo:
<p>Vou lhe responder por e-mail particular.
<br>Essa discussão já está chegando ao limite do aceitável
e interessante para os outros membros da lista.
<br>Cordialmente,
<br>Jorge Antunes
<br> 
<br> 
<br> 
<br> 
<p>Leonardo Fuks wrote:
<blockquote TYPE=CITE><style type="text/css"><!-- DIV {margin:0px;} --></style>

<div style="font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:12pt">
<div style="font-family: arial,helvetica,sans-serif; font-size: 12pt;">Professor
Antunes,
<br>Minha crítica não foi a respeito de seu novo livro que,
como declarei, ainda não li. Não quer dizer que não
gostei ou que não gostarei. Fiquei verdeiramente curioso, sobretudo
pelo título "Sons novos para a Voz", que me lembrou o clássico
" New Sounds for Woodwinds" de 1967, escrito pelo brilhante Bruno Bartolozzi.
<p>Numa mensagem anterior o senhor me cumprimentava por meus trabalhos
sobre vozes "difônicas", coisa que nunca foi objeto principal de
meu estudo. Agora vejo que não posso nem aceitar tais salamaleques,
pois o senhor provavelmente nunca leu meus trabalhos.
<p>Minha crítica foi a respeito de um termo que o senhor utilizou
numa mensagem dirigida a esta comunidade toda.
<br>Não conheço nenhuma obra que se refira à voz do
Louis Armstrong como sendo VOCAL FRY.
<br>Também Elza Soares frequentemente usa o GROWL. Se ela usa o
FRY, não é algo tão característico de sua voz.
<br>Estou lhe respondendo dentro desta lista, pois todos as citações
são a partir de suas mensagens dirigidas a todos. Todos são
convidados a emitirem opinião, darem informações,
discordarem ou concordarem, e desafio o senhor a dizer que cada um que
discordar será anti-acadêmico e anti-ético e anticientificista
infantil e academicamente leviano.
<br>Se o seu livro contém este tipo de afirmativa, e suponho que
o tenha, agradeceria saber a fonte bibliográfica de tais considerações.
<br>Desta vez o senhor provavelmente não apenas errou nos termos
que utiliza com seus colegas da academia, mas também errou ao utilizar
de maneira equivocada os termos FRY e GROWL. Nada humilhante, nada vergonhoso;
nós que acreditamos em atitudes academicamente éticas e científicas
na pesquisa admitimos sem problemas cometer pequenos (ou grandes) enganos.
<br>Felizmente, para esta segunda categoria de erros cabe uma ERRATA.
<p>Sobretudo quando é um autor " que estuda todas as manifestações
sonoro-musicais do mundo produzidas com o aparelho fonador, e os sons produzidos
com outras partes do corpo, com objetos externos alterando a voz ou com
a função de caixa de ressonância e todos os fonemas
das línguas faladas do mundo desde aquelas do ocidente até
o tâmil, o urdu, o árabe, o grego, o russo, o karbadiano,
o esquimó, o talago, o hotentote, etc."
<p>A propósito, se são "sons novos para a voz", reunindo
todos os estudos sobre todas as manifestações de todo o mundo
de todas as línguas do planeta etc, onde mora o NOVO no seu livro
novo ?
<p>A respeito de sua última recomendação, que depende
da posse de seu livro ("Vai pra página 135, item 129, sem sons vocais!"),
gostaria que o senhor a citasse explicitamente, para que saibamos se o
senhor agora comete algo que vá além de um simples erro.
<p>Boa noite,
<br>Leonardo
<p>++++++++++++++++++++++++++++++
<div style="font-family: times new roman,new york,times,serif; font-size: 12pt;">Colegas:
<p>Esta lista de discussão realmente alcança, no momento,
estágio de enorme utilidade para a discussão acadêmica
e científico-musical.
<br>Mais do que um meio de propaganda de papers publicados eletronicamente,
funciona como uma instância crítica que nos ajuda a produzir
os trabalhos acadêmicos.
<br>Opiniões sobre temas de interesse da área, enriquecem
nosso debate e, mais importante ainda, o intercâmbio de nossas idéias
e nossas pesquisas.
<br>Entretanto, ao se pretender emitir opinião sobre um trabalho,
é importante, a bem da responsabilidade e para não se correr
o risco de um anticientificismo infantil ou de uma leviandade acadêmica,
fazê-lo sem conhecer o trabalho.
<br>É altamente anti-acadêmico e anti-ético emitir
uma opinião sobre um livro e, em seguida, ter o desplante de dizer:
"confesso não o ter ainda  lido."
<br>Sendo assim, fica evidente que o professor Leonardo Fuks se utiliza
de um comentário exagerado quando duvida da extensão do conteúdo
de um livro que estuda todas as manifestações sonoro-musicais
do mundo produzidas com o aparelho fonador, e os sons produzidos com outras
partes do corpo, com objetos externos alterando a voz ou com a função
de caixa de ressonância e todos os fonemas das línguas faladas
do mundo desde aquelas do ocidente até o tâmil, o urdu, o
árabe, o grego, o russo, o karbadiano, o esquimó, o talago,
o hotentote, etc.
<br>A propósito, é importante lembrar que o autor optou pelo
uso da designação genérica "voz fry", para identificar
e estudar os sons graves produzidos pela voz humana quando as cartilagens
aritenóide se posicionam juntas de modo a que somente a parte anterior
das cordas vocais vibrem.
<br>A designação desse tipo de produção vocal
recebe os mais diversos nomes por diferentes autores: voz "creaky", voz
"growl", voz "fry", voz "rumble"", voz "constricted".
<br>Para agrupar diferentes cantores e indivíduos que usam o mesmo
tipo de técnica, foi adotada a nomenclatura "fry" para exemplificar
com as performances de Ida Cox, Louis Armstrong, Elza Soares, nativos da
língua africana hausa, da língua mon-khmer do Vietnam e outros.
<br>Para eventuais novos opinadores futuros que também adotem a
não-acadêmica atitude do "não li e não gostei",
só me restará uma nova resposta:
<br>Vai pra página 135, item 129, sem sons vocais!
<br>Humanamente,
<br>Jorge Antunes
<br> 
<br> 
<br> 
<br> 
<br> 
<br> 
<p>Leonardo Fuks wrote:
<p>> Estou certo de que esta lista pode prestar um grande serviço
ao interlóquio dos nossos pesquisadores e demais interessados.
<br>> Mais do que um meio de propaganda de lançamentos de nossos
produtos, funciona como uma instância crítica que nos ajuda
a produzir os trabalhos acadêrmicos.
<br>> Concordo com o físico e músico Alexandre Bräutigam
com relação à multiplicidade de efeitos e contextos
vocais, dos quais a ampla antologia do Museu do Homem (Le Voix du Monde)
por exemplo, representa apenas uma pequena fração do que
existe. Sendo assim, fica evidente que o professor Antunes se utiliza de
um termo exagerado quando descreve a extensão de seu trabalho ("estudando
todas as manifestações musicais do mundo, produzidas com
o aparelho fonador")...
<br>> Mas a propaganda é a alma do negócio:)
<br>>
<br>> Por outro lado, acho bem ousada e interessante a inclusão
de sons fisiológicos no trabalho de Antunes (que confesso ainda
não ter lido), alguns tidos como nojentos pela maioria, mas que
certamente podem ser controlados e utilizados musicalmente. Recentemente
li o livro infantil "AH, ECA, A ENCICLOPÉDIA DE TUDO QUE  É
NOJENTO" de JOY MASOFF, da Ediouro, e me diverti um bocado!
<br>>
<br>> Devo, entretanto, observar que a voz de Louis Armstrong nada tem
a ver com o Vocal Fry, segundo é descrito pelos principais autores
do assunto em fisiologia da voz (e.g. Holien, Blomgren M & Chen Y,
Herzel , Titze, entre outros ).
<br>>
<br>> Em um trabalho com o cientista japonês Ken-Ichi Sakakibara
e outros colaboradores nipônicos, pudemos demonstrar em maior detalhe
o mecanismo do GROWL, que é o modo de voz de fato atribuído
a Armstrong   (K.-I. Sakakibara, L. Fuks, H. Imagawa, and N.
Tayama, “Growl voice in ethnic and pop styles” in Proc. Int. Symp. on Musical
Acoustics (ISMA 2004), Nara, Japan, April 2004.).
<br>> O paper pode ser encontrado em <a href="http://www.brl.ntt.co.jp/people/kis/paper/isma04.pdf" target="_blank">http://www.brl.ntt.co.jp/people/kis/paper/isma04.pdf</a>
<br>>
<br>> É muito animador vermos que esta lista está congregando
um número crescente de vozes pensantes, não raro colidentes
e dissonantes, nos temas da música e musicologia.
<br>>
<br>> Leonardo
<br>>
<br>>
<br>>
<br>> >Antunes escreveu: -"Eu, de minha parte, tenho exemplos que demostram
justamente o contrário.
<br>> > Para escrever meu mais recente livro, intitulado Sons Novos para
a Voz,
<br>> > passei dois anos, de setembro de 2005 a agosto de 2007, estudando
todas as
<br>> > manifestações musicais do mundo, produzidas com o
aparelho fonador.
<br>> > Estudei todos os trabalhos de Hugo Zemp, Trân Quang Hai,
Jean-Michel
<br>> > Beaudet, Jacques Bouët, Gilles Léothaud e Bernard Lortat-Jacob,
sobre as
<br>> > práticas vocais contrapontísticas de Taiwan, Georgia,
Albania, Itália, Ilhas
<br>> > Solomon, República da África Central (Pigmeus e Banda
Linda), Etiópia e
<br>> > Indonésia."
<br>>
<br>> > Caro Eduardo:
<br>> >
<br>> > Obrigado por essas suas novas e brilhantes
<br>> > ponderações.
<br>> > Não vou me estender em minha resposta a você, porque
<br>> > acabei de enviar mensagem ao Carlos Sandroni que
<br>> > serve também como resposta para você.
<br>> > Lá, você verá, coloquei a questão das
definições dos
<br>> > verbos compreender, entender, ouvir, escutar, etc.
<br>> > Possivelmente estejamos todos de acordo, mas
<br>> > enfrentando problemas de definições prévias
de
<br>> > certos verbos e certos conceitos.
<br>> > Até mesmo com relação ao conceito de "música",
<br>> > sinto, neste rico e salutar debate, certas
<br>> > divergências.
<br>> > Mas eu gostaria de lhe dizer de minha total
<br>> > discordância com relação à sua hipótese,
a mim
<br>> > aplicada, que aponta "a eleição de certos padrões
<br>> > sonoros como aceitáveis e de outros como
<br>> > não-aceitáveis, ou desviantes etc."
<br>> > Por favor, longe de mim tal atitude. Certamente você
<br>> > não conhece a minha história.
<br>> > Passei os mais importantes anos de minha juventude,
<br>> > no Rio de Janeiro, no período compreendido entre
<br>> > 1961 e 1964, sendo chamado de "doido" por colegas e
<br>> > professores, quando comecei a fazer minhas primeiras
<br>> > obras e experiências com o som eletrônico.
<br>> > Acusavam-me, na época, justamente dessa heresia:
<br>> > "uso de certos padrões sonoros não-aceitáveis,
ou
<br>> > desviantes".
<br>> > Aliás, sempre e ainda hoje, a cada novo passo
<br>> > estético que dei e dou, ouvi e ouço a mesma
<br>> > avaliação dos conservadores.
<br>> > Assim, de meu ponto de vista não existe, no universo
<br>> > sonoro e musical de todo este planeta e de outros,
<br>> > nada que possa ser qualificado como padrão sonoro
<br>> > não-aceitável ou desviante.
<br>> > Aproveito para, mais uma vez, fazer propaganda de
<br>> > meu novo livro "Sons novos para a Voz". Lá você
<br>> > verá, na página 57, que faço um estudo sobre
os sons
<br>> > do peido, que na página 50 está um estudo sobre os
<br>> > sons do arroto, que na página 46 estão técnicas
de
<br>> > produção do som de vomição, e que na
página 135
<br>> > estão referências ao repertório sonoro dos
letristas
<br>> > que inclui o som de masturbação e o do coito anal
<br>> > sem sons vocais.
<br>> > Nas páginas 73-75 eu faço um estudo sobre a voz fry
<br>> > (Armstrong e Ida Cox). Aí está incluída a
técnica
<br>> > usada pela confraria Bwiti, do Gabão,  que consiste
<br>> > na ingestão de ervas excitantes e irritantes que
<br>> > provoca a inflamação da laringe. Dessa forma o
<br>> > solista consegue os sons mais graves em sua voz fry.
<br>> > Em obras para coro, já usei, além do assobio, sons
<br>> > de pigarro e tosse.
<br>> > Você acha, então, que eu seria capaz de considerar
<br>> > não aceitável ou desviante algum padrão sonoro
de
<br>> > outra cultura?
<br>> > Abraço,
<br>> > Jorge Antunes</div>
</div>
</div>

<p><br>
<hr size=1><a href="http://us.rd.yahoo.com/evt=48250/*http://searchmarketing.yahoo.com/arp/sponsoredsearch_v9.php?o=US2226&cmp=Yahoo&ctv=AprNI&s=Y&s2=EM&b=50">Pinpoint
customers </a>who are looking for what you sell.
<pre WRAP>
<hr WIDTH="90%" SIZE=4>________________________________________________
Lista de discussões ANPPOM 
<a href="http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l">http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l
</a>________________________________________________</pre>
</blockquote>
</html>