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Estendendo a discussão sobre o compositor, seu papel, seus meios de produção e registro assim como a delicada discussão dos direitos autorais (tudo o que envolve dinheiro, no mundo dos Homens, é complicado), qual a opinião dos professores a respeito dos remixes e dos DJs como compositores? Cito um exemplo : o DJ Tiësto (holandês) e sua música 'Adagio for strings'. <br><br>http://www.youtube.com/watch?v=O666kGBEvF0 (aqui encontra-se o início dela, a partir de 30 segundos do começo do vídeo até o fim)<br><br>Todos sabemos que o tema usado por Tiësto não é de sua autoria. Mas sua música difere totalmente do Adagio. <br><br>Não é a primeira experiência no gênero (recentemente o Jorge Aragão tocou 'Ave Maria' em ritmo de samba, e Jacques Loussier também já brincou com o uso de temas e músicas 'eruditas' em seu trio de jazz a décadas atrás (só pra citar dois outros exemplos em campos musicais bem distintos). <br><br>Tiësto não conhece o contraponto florido, mas tem muita sensibilidade rítmica e de textura. A aprovação, vê-se na pista. É possível dizer que se compreendeu a música de Tiësto sem ter essa experiência que transborda o domínio do sonoro?<br><br>Quais seriam os métodos de análise que poderíamos utilizar neste contexto multi-artístico, em que o elemento sonoro é um mas não o único?<br><br>Só pra acentuar: enquanto que num concerto exige-se silêncio da platéia, ele fala com o público e fala em som, barulho.<br><br>abraços a todos,<br><br>Alexandre Bräutigam.<br><br><blockquote><hr>From: rrrr@usp.br<br>To: marcosfilhomusica@yahoo.com.br; antunes@unb.br; anppom-l@iar.unicamp.br<br>Date: Thu, 18 Oct 2007 09:52:29 -0300<br>Subject: Re: [ANPPOM-L] Res: Qual a música que queremos em nossasUniversidades?<br><br>
<div><font face="Arial" size="2">meus caros da ANPPOM,</font></div>
<div><font face="Arial" size="2"></font> </div>
<div><font face="Arial" size="2">é bem provável que o "contraponto florido" (5a
espécie de Fux) não seja desconhecido por "milhões de excelentes
compositores" - há um exagero descabido nesta afirmação (no mínimo
irreverente),</font></div>
<div><font face="Arial" size="2"></font> </div>
<div><font face="Arial" size="2">no entanto, se incluirmos hoje o universo dos
produtos da Indústria Cultural (na qual a figura do compositor
torna-se muitas vezes supérflua), aí sim, haverá um número grande - mas
precisamos também rever, neste caso, o que se entende por compositor
enquanto conceito,</font></div>
<div><font face="Arial" size="2"></font> </div>
<div><font face="Arial" size="2">Rubens Ricciardi</font></div>
<blockquote style="border-left: 2px solid rgb(0, 0, 0); padding-right: 0px; padding-left: 5px; margin-left: 5px; margin-right: 0px;">
<div style="font-family: arial; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 10pt; line-height: normal; font-size-adjust: none;">----- Original Message ----- </div>
<div style="background: rgb(228, 228, 228) none repeat scroll 0% 50%; -moz-background-clip: -moz-initial; -moz-background-origin: -moz-initial; -moz-background-inline-policy: -moz-initial; font-family: arial; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 10pt; line-height: normal; font-size-adjust: none;"><b>From:</b>
<a title="marcosfilhomusica@yahoo.com.br" href="mailto:marcosfilhomusica@yahoo.com.br">Marcos Filho</a> </div>
<div style="font-family: arial; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 10pt; line-height: normal; font-size-adjust: none;"><b>To:</b> <a title="antunes@unb.br" href="mailto:antunes@unb.br">antunes@unb.br</a> ; <a title="anppom-l@iar.unicamp.br" href="mailto:anppom-l@iar.unicamp.br">anppom-l@iar.unicamp.br</a> </div>
<div style="font-family: arial; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 10pt; line-height: normal; font-size-adjust: none;"><b>Sent:</b> Wednesday, October 17, 2007 6:09
PM</div>
<div style="font-family: arial; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 10pt; line-height: normal; font-size-adjust: none;"><b>Subject:</b> [ANPPOM-L] Res: Qual a música
que queremos em nossasUniversidades?</div>
<div><br></div>
<div style="font-size: 12pt; font-family: times new roman,new york,times,serif;">
<div style="font-size: 12pt; font-family: times new roman,new york,times,serif;"><br>Querido
Jorge,<br><br>
<p class="EC_MsoNormal">Existem quantos milhões de excelentes compositores (no
Brasil e fora dele) não fazem nem idéia do que seja contraponto florido?</p>
<p class="EC_MsoNormal"></p>
<p class="EC_MsoNormal">Um abraço forte,</p>
<p class="EC_MsoNormal"></p>
<p class="EC_MsoNormal">Marcos Filho.</p><br><br><br>
<div style="font-size: 12pt; font-family: times new roman,new york,times,serif;">-----
Mensagem original ----<br>De: Jorge Antunes <<a href="mailto:antunes@unb.br">antunes@unb.br</a>><br>Para: <a href="mailto:anppom-l@iar.unicamp.br">anppom-l@iar.unicamp.br</a><br>Enviadas:
Sexta-feira, 12 de Outubro de 2007 8:53:54<br>Assunto: Re: [ANPPOM-L] Qual a
música que queremos em nossasUniversidades?<br><br>Caro Silvio:
Você me apavora. <br>Quando você diz ter ouvido música ruim de quem cursou
<u>até</u> contraponto florido, dá a impressão de que existem cursos formando
compositores que não estudaram contraponto florido. <br>A técnica,
evidentemente, não basta por si só. Mas sem ela a criatividade não dá frutos.
<br>Quanto à disposição dos sistemas na teoria dos conjuntos, devo lembrar que
o próprio sistema tonal e o sistema temperado já são sub-conjuntos da
totalidade espectral, cuja consciência foi despertada pelo advento da música
eletrônica (1950), pela análise espectral, pela síntese aditiva e pelo domínio
científico sobre ruído branco. <br>Abraço, <br>Jorge Antunes <br>
<br> <BR>
silvio wrote: <BR>
<blockquote>caro antunes
entendo o que vc está querendo dizer com conjuntos que contém outros.
<br>até podemos dizer que é correto, mas tem suas <br>arestas que permitem
leituras equivocadas e <br>preconceituosas e totalmente WAPs. <br>tenho
ouvido muita música ruim de quem cursou até <br>contraponto florido ou
escreveu primeiro <br>movimento de sonata. <br>talvez as coisas não sejam
tão simples assim. <BR>
>Os estudantes que chegam, com paciência e muito <br>>trabalho, até
ao contraponto florido a dois <br>>coros, acabam por entender e dominar
<br>>complexidade que abarca qualquer construção <br>>musical com
menor nivel de complexidade. <BR>
>A polirrítmia da música afro-brasileira é <br>>sub-conjunto da
complexidade maior englobada <br>>pelo contraponto a que me referi. <BR>
não tem como, pois os conjuntos no caso (música <br>ocidental e música
africana) não são tão <br>facilmente integráveis. O livro de John Blacking
<br>traz pencas de exemplos disto. Simha Arom também <br>dedicou-se a
demonstrar q os conjuntos são <br>distintos e não têm tão fáceis pontos em
comum. <BR>
por outro lado, nossos cursos têm de se tornar <br>menos engessados,
incorporando disciplinas como <br>música e tecnologia, trajetória da música
de <br>mercado no séc.XX (q é social e funcionalmente <br>bem distinta da
música urbana do séc.XIX), <br>história e análise de música do séc.XX e XXI.
<BR>
talvez a pergunta não seja q música queremos na <br>universidade, mas que
música podemos oferecer aos <br>alunos, com o máximo de competência q nos
cabe, <br>em nossas universidades? <BR>
abs <br>silvio <BR>
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