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<br>
Alexandre Bräutigam escreveu:
<blockquote cite="mid:BLU111-W566FBD0044470E4A783F27D1990@phx.gbl"
 type="cite">
  <style>
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}
body.hmmessage
{
FONT-SIZE: 10pt;
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}
  </style>Olá Carlos, Eduardo e demais interessados,<br>
  <br>
Carlos escreveu:<br>
  <br style="font-style: italic;">
  <span style="font-style: italic;">Em outras palavras, levar em
conta o Tratado, como você intuiu, não seria aplicar a tipo-morfologia
à análise do
Infected Mushroom, mas discernir que características sonoras se
manifestam como valores musicais nos trabalhos do IM e mostrar como
estes valores se expressam e interagem. </span><br>
  <br>
Para se entender o Tratado de Schaeffer é preciso lê-lo. É livro
extenso , com muitos novos conceitos (pra quem nunca estudou ou ouviu
falar de música eletroacústica/concreta), discussões estéticas e em
outra língua. E isso apenas centrando-se neste livro, que tem mais de
40 anos de existência. Os estudos sonológicos posteriores de Bayle,
Smalley, Chion e Wishart analisam ou buscam alternativas a partir da
tipo-morfologia schaefferiana. E tudo isso fica perdido (desde as
discussões práticas de discrição de um elemento sonoro-musical até as
discussões teórico-estéticas promovidas por estes autores) quando
monta-se a grade de um curso de composição em que se privilegia uma
tendência ou sistema a outros.  Não tenho nada contra o estudo do
contraponto, da harmonia tonal ou de qualquer outra. Mas também
incoerente que se gradue alguém em música passando-se ao largo destas
discussões.<br>
</blockquote>
Sim, ler o Tratado é o mínimo. Bayle, Smalley, Chion e Wishart são, em
ampla medida, decorrências acessórias. Que o Tratado não seja leitura
obrigatória, como o Fux em cursos de contraponto, ou Hindemith ou
Rimsky-Korsakov em cursos de harmonia, ou Schenker ou Alan Forte em
cursos de análise, tanto melhor. Você já pensou que sem graça se o
Tratado fosse o livro que você tivesse que ler para se formar na UFRJ?<br>
<blockquote cite="mid:BLU111-W566FBD0044470E4A783F27D1990@phx.gbl"
 type="cite"><br>
Finalizou Palombini:<br>
  <br>
  <span style="font-style: italic;">A maioria dos alunos da Escola de
Música da UFMG já ouviu falar no
Tratado: detenho a exclusividade de uma disciplina obrigatória,
portanto, todos têm que me suportar por pelo menos um semestre
(coitados!). Anteontem, um aluno (paulistano) estreou na Mostra de
Composições da Escola um funk (carioca) cujo break é uma mistura de
excertos do
Cinco Estudos de Ruídos. Chama-se "Funk do Palomba". Se vc quiser,
mando um mp3 pra vc analisar.</span><br style="font-style: italic;">
  <br>
Carlos, eu gostaria sim de ouvir a peça. Já tinha tido vontade antes..
depois de ler o email do Eduardo, fiquei ainda com mais vontade. Pode
me mandar, se puder! Mas te dou ainda uma sugestão: você (ou o seu
aluno) poderia mandá-la para o Rodolfo Caesar inseri-la no Sussurro.
Assim todos poderiam ouvir / baixar de lá. <br>
</blockquote>
Vou mandar pra você, mas o Eduardo não gostou. Também, o cara aprendeu
a gostar de funk batendo papo com Caetano Veloso... me pula!<br>
<br>
Abraços,<br>
<br>
Carlos<br>
<pre class="moz-signature" cols="72">-- 
carlos palombini (dr p)
professor adjunto de musicologia
universidade federal de minas gerais
<a class="moz-txt-link-rfc2396E" href="mailto:cpalombini@gmail.com"><cpalombini@gmail.com></a>

"...pra ser malandro, tem que ser muito malandro e, tirando alguns favelados, ninguém mais é malandro no Rio, porque malandragem que é malandragem já teria dado um jeito de formar com a favela e não ter que sair blindando carro: é muito gasto, e malandro nao gasta." (Denise Garcia, 2007)</pre>
</body>
</html>