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Oi, Silvio.
<p>Acho que você começou a entender o que eu chamo de "contraponto"
e "contraponto florido".
<br>Nunca usei a expressão "contraponto de fux".
<br>Sempre que trabalhei ou ensinei Contraponto, minha base foi e é
a escola francesa de Vincent D'Indy, mil passos à frente de Fux
e todo calcado na genialidade de Bach. Isso em sua aplicação
no sistema tonal. No contraponto atonal, a base é a teoria de Julien
Falk
<br>O alargamento do conceito de contraponto florido e da técnica
contrapontística eu o maturo desde 1965 quando compus a obra eletrônica
intitulada "Contrapunctus contra contrapunctus" (CD ABM Digital, 2002,
faixa 5).
<br>A última apostila de Contraponto que dou a meus alunos trás,
no final, depois do Contraponto a Dois Coros, elementos básicos
daquilo a que eu chamo "Contraponto com entidades sonoras macroscópicas".
Ali estão incluídos excertos, entre outros, de obras de Ligeti,
Penderecki, Xenakis e Luis de Pablo. Incluo também uma página
de minha Castastrophe Ultra-Violette, em que uso o policontraponto de sistemas.
<br>Xenakis, repito, dominava o contraponto como ninguém. Não
dominava o contraponto tonal clássico. Mas dominava o Contraponto
Atonal.
<br>O último grande mestre que conheci, do Conservatório
de Paris, que dominava o contraponto tonal clássico, e também
o atonal, foi Michel Philippot. O espectralismo ultracomplexo de Phillipe
Manoury é fruto dessa formação. Manoury foi discípulo
de Phillipot, bem antes de debandar para a turminha do Ircam e se pendurar
no Boulez (arqui-inimgo de Philippot).
<br>Quanto a Xenakis, dê uma olhada na partitura de Eonta. De modo
auto-didata e com a visão de artista-arquiteto ele tinha polifonias
na cabeça. Ele foi meu orientador no pós-doutorado que fiz
no Les Ateliers UPIC em 1993. O UPIC (Unité Polyagogique Informatique
du CEMAMu) foi idealizado por ele justamente para facilitar a realização
de projetos de grande complexidade vertical e horizontal.
<br>Abraço,
<br>Jorge Antunes</html>