Oi, Denise:<br><br>Parabéns por seus comentários.<br>O trabalho do Conrado tem que ser reconhecido e enaltecido. Foi por essa razão que na Coletânea de 5 CDs um deles foi dedicado aos três precursores brasileiros e à homenagem ao saudoso Zé Maria.<br>
Creio que essa compilação com obras de 34 compositores é enorme contribuição à produção eleroacústica brasileira.<br>Você foi testemunha pessoal, no Rio, de minha insistência com Vânia para que ela participasse da Coletânea. Na Urca, você e o Bryan testemunharam ela dizer que não tinha nada gravado de interesse para o projeto. Por favor registre esse fato nas anotações históricas de sua bela pesquisa.<br>

Abraço,<br>Jorge Antunes<br><br><br><br><br><br><div class="gmail_quote">2009/7/4  <span dir="ltr"><<a href="mailto:d_garcia@iar.unicamp.br" target="_blank">d_garcia@iar.unicamp.br</a>></span><br><blockquote class="gmail_quote" style="border-left: 1px solid rgb(204, 204, 204); margin: 0pt 0pt 0pt 0.8ex; padding-left: 1ex;">

Prezados colegas,<br>
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Peço que desculpem pela longa mensagem que segue e sugiro para quem não se interessa pelo assunto, que apague antes de ler, economizando seu tempo e paciência.<br>
Tampouco, como o Conrado, gosto de participar ativamente de colóquios dessa ordem. Mas, como atuo como pesquisadora e oriento pesquisas na área de história e análise da música eletroacústica brasileira, me sinto no dever de participar.<br>


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É muito triste que sejam publicados documentos com pouco rigor de pesquisa musicológica. E se nota deslizes nesse sentido no caderno da "Coletânea" - não apenas a dedução até lógica de que o estúdio Panaroma seria fruto de um espaço institucional já aberto antes da chegada de Flô Menezes à Unesp - mas também outros que não caberia citar aqui, senão em um documento mais extenso e fundamentado.<br>


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Mas se há deslizes na "Coletânea", não deixa de haver em documentos publicados pelo próprio  Flô Menezes, como por exemplo, na sua cronologia da música eletroacústica, publicada em seu livro "Música Eletroacústica  - História e Estéticas", quando pontua apenas três eventos brasileiros antes da década de 1990 e depois da década de 90 as atividades de Flô Menezes se tornam o centro da cronologia (mesmo o resto do mundo desaparece)... Neste sentido, parece que, tanto na "Coletânea" quanto em "Música Eletroacústica - História e Estéticas" cada curador/autor tenha puxado a sardinha para o seu lado, dando uma versão pessoal da história da música brasileira sem muito rigor musicológico.<br>


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Caro Flô,  ninguém desconhece o mérito de seu empreendimento e produção à frente do PANaroma. É de se admirar a sua capacidade, obstinação e sucesso em conseguir financiamento para ter construído o Estúdio PANaroma na Escola Santa Marcelina, depois no I.A. Unesp na sua antiga sede e agora a construção de um novo estúdio na nova e bela sede do I.A. Unesp na Barra Funda. No Estado de São Paulo, o curso de graduação da Unesp é o primeiro curso a ter implantado de fato a formação em composição eletroacústica em nível de graduação, a partir dos anos 90 de forma definitiva graças à atuação de Flô Menezes. Também se deve observar que os Concursos internacionais de Música Eletroacústica promovido pelo PANaroma levaram São Paulo para o circuito internacional de difusão de música eletroacústica e que a Bienal de Música Contemporânea de São Paulo traz para nós um panorama importante da produção internacional.<br>


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Mas mesmo não havendo sobrado sequer uma fita cassete dos tempos de Conrado na Unesp, e que você tenha materialmente começado do zero, você não pode desconhecer a história do Departamento onde atua e deve saber que, tendo havido um trabalho anterior ao seu naquele espaço, havia a disponibilidade para que ele fosse retomado e desenvolvido da maneira admirável como você desenvolveu.<br>


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Além disso, uma observação de outra ordem que me permito fazer aqui pela amizade que tenho a você e ao Conrado, é que você não pode cobrar de um professor de uma Universidade a responsabilidade pela produção acadêmico/artística de outro professor da mesma universidade. Como que o Conrado, em lealdade a você (!!!) iria interferir na publicação de responsabilidade de Jorge Antunes?  Vê-se pelo estilo do texto histórico da "Coletânea" que o autor fez entrevistas tanto com Conrado Silva como com outros compositores. Depois de dada uma entrevista, o entrevistado não pode ser responsabilizado pelo texto final, nem mesmo tendo sido o autor um ex-aluno. Muito provavelmente, o entrevistado fala de suas atividades e realizações; outras atividades e realizações que vieram depois dele em uma mesma instituição não devem ter sido informações dadas por ele.<br>


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Enfim, me desculpem pela longa mensagem, mas é impossível acompanhar essas discussões passivamente quando o assunto é nosso tema de pesquisa.<br>
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um abraço,<br>
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Denise Garcia<br>
Depto. de Música I.A.<br>
UNICAMP<br>
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Lista de discussões ANPPOM<br>
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