<table cellspacing="0" cellpadding="0" border="0" ><tr><td valign="top" style="font: inherit;">Sônia, o assunto extrapola nossa área, mas creio ser relevante para todos que se preocupam com os rumos da universidade pública.<br><br>Cordialmente,<br><br>Alexandre Ficagna<br>Ms. Processos Criativos<br>www.myspace.com/alexandreficagna<br>
<br><blockquote style="border-left: 2px solid rgb(16, 16, 255); margin-left: 5px; padding-left: 5px;"><div class="plainMail">CARTA ABERTA DOS DOCENTES DO IFCH AO REITOR DA UNICAMP<br><br><br><br>O IFCH EM ESTADO DE EMERGÊNCIA<br><br><br><br><br><br>Ao Magnífico Reitor da Unicamp<br><br>Professor Dr. Fernando Costa<br><br><br><br><br><br> O IFCH está agonizando. O trabalho de pelo menos duas décadas,<br>que resultou na excelência desse Instituto, está em sério<br>risco de extinguir-se.<br><br> Nos últimos anos, temos encaminhado à Reitoria diversos<br>ofícios justificando pormenorizadamente a necessidade urgente<br>de novas contratações de docentes e nossas demandas não têm<br>sido atendidas. No contexto da limitada política de<br>contratações vigente, é preciso sublinhar que as quatro vagas<br>destinadas ao IFCH no ano de 2009 são
absolutamente<br>insuficientes para recompor o quadro docente no patamar em que<br>esse se encontrava há 15 anos.<br><br> Atendendo a necessidades acadêmicas ou a exigências da LDB, a<br>Graduação e a Pós-Graduação do IFCH experimentaram nos últimos<br>quinze anos uma expansão de cursos, de cargas horárias e de<br>vagas discentes sem precedentes. Desde 1994, o número de vagas<br>oferecidas no vestibular pelos cinco cursos de graduação<br>aumentou 28% (de 140 para 180 em 2008) - sem contar as vagas<br>do curso de Arquitetura, criado em 1998 e do qual participam<br>professores do IFCH - e o total de alunos matriculados na<br>graduação passou de 707 em 1998 para 1048 em 2008 (um aumento<br>de 48%). Chegamos assim ao índice de 11,6 alunos por<br>professor, superior à média da Unicamp que é de 8,3, conforme<br>pode ser constatado no Anuário Estatístico da Unicamp (2009).<br>No mesmo período, os
cursos na pós-graduação passaram de 5<br>mestrados e 4 doutorados para 7 mestrados e 11 doutorados - e<br>o total de alunos matriculados aumentou de 741 em 1998 para<br>885 em 2008. Se contarmos os alunos de graduação e<br>pós-graduação, num total de 1933 em 2008, a relação número de<br>alunos por professor sobe para 21,5. Nesse ano, também segundo<br>o Anuário Estatístico da Unicamp, o IFCH era a terceira<br>unidade em número de alunos na graduação e a segunda em número<br>de programas e alunos de mestrado e doutorado, ficando atrás<br>apenas da FCM. No mesmo período, entretanto, o número de<br>docentes diminuiu drasticamente. Éramos 128 docentes em 1994,<br>101 em 1998, 90 em 2008 - e somos hoje apenas 89: uma<br>diminuição de 30% do corpo docente.<br><br> Isso não significa apenas sobrecarga de trabalho. Certamente<br>há mais cursos a serem dados e mais alunos a serem
orientados,<br>mais bancas para participar, mais coordenações de programas<br>para serem exercidas. Ao mesmo tempo, as demandas por projetos<br>e pareceres cresceram, assim como aumentou muito a pressão<br>para ocupar cargos administrativos e acadêmicos. O crescimento<br>de nossa produção e dos indicadores numéricos que contabilizam<br>nossas atividades cotidianas básicas esconde, entretanto, uma<br>crise acadêmica substantiva.<br><br> É lamentável constatar, por exemplo, que nossos alunos podem<br>concluir a Graduação ou a Pós-Graduação sem a chance de cursar<br>disciplinas eletivas importantes, simplesmente por falta de<br>professores especialistas para ministrá-las. O vínculo entre<br>as aulas e a experiência de pesquisa, que sempre caracterizou<br>os cursos do IFCH está se perdendo: diante da necessidade de<br>cobrir a oferta de disciplinas obrigatórias, muitos de nossos<br>professores
não têm mais a oportunidade de oferecer<br>disciplinas nas áreas em que atuam e publicam - e nas quais<br>são nacional e internacionalmente reconhecidos. Nesse quadro é<br>praticamente impossível pensar em criar novas disciplinas na<br>graduação, mesmo as que têm sido demandadas pelos alunos nas<br>avaliações de curso feitas a cada semestre.<br><br> Áreas importantes de conhecimento na Antropologia, na Ciência<br>Política, na Demografia, na Filosofia, na História e na<br>Sociologia estão desguarnecidas, por falta de docentes<br>especialistas para ministrar aulas, coordenar pesquisas e<br>orientar novos pesquisadores. Há linhas de pesquisa na<br>pós-graduação e nos centros de pesquisa que tiveram uma<br>produção acadêmica densa e expressiva que praticamente<br>desapareceram por falta de professores plenos. Há cursos de<br>pós-graduação que estão na iminência de fechar áreas e
linhas<br>de pesquisa, pois contam com apenas um professor. Não temos<br>condições, portanto, de criar novas áreas de pesquisa que<br>seriam necessárias para continuar a oferecer um ensino de<br>ponta e acompanhar os avanços científicos e as novas demandas<br>da sociedade.<br><br> A projeção internacional de nossos docentes é notória e<br>facilmente verificável em uma consulta aos currículos e grupos<br>de pesquisa da Plataforma Lattes. Os Anuários Estatísticos da<br>UNICAMP também reconhecem essa liderança intelectual e<br>acadêmica: desde 2006, pelo menos, temos sido a primeira<br>Unidade em produtividade intelectual em termos proporcionais<br>(em relação à quantidade de docentes), e a segunda em termos<br>numéricos absolutos. A CAPES também reconhece essa liderança,<br>já que nossos programas de pós-graduação vêm conseguindo<br>manter notas altas: um programa com nota 7, dois com
nota 6 e<br>quatro com nota 5; nos últimos anos, várias das teses<br>defendidas no IFCH obtiveram prêmios da CAPES, do Arquivo<br>Nacional e da ANPOCS. Esta liderança está sendo ameaçada pela<br>estagnação de contratações e a conseqüente sobrecarga de<br>trabalho; não é sem sacrifícios que vimos conseguindo manter a<br>qualidade e a excelência do nosso desempenho acadêmico e<br>científico.<br><br> O futuro é alarmante: em 2010 teremos 42 aposentáveis, 6 dos<br>quais pela compulsória. Ou seja: em um ano podemos perder 47%<br>do atual quadro docente do Instituto, perfazendo uma possível<br>diminuição total de 63% do corpo docente do IFCH entre 1994 e<br>2010 (queda de 128 professores para 47). Com tantas perdas<br>acumuladas, está em risco também a larga experiência do<br>trabalho que conseguimos acumular até aqui. É eloqüente o que<br>esses dados apontam: o corpo docente está
envelhecendo. A<br>formação de grupos de pesquisa demanda a construção de<br>patamares comuns de trabalho conjunto, o amadurecimento de<br>discussões e a consolidação de eixos de investigação. Essa não<br>é uma tarefa que possa ser simplesmente transmitida por<br>escrito: demanda convivência, laços institucionais e trocas<br>intelectuais que não podem ser empreendidas da noite para o<br>dia. Novos docentes necessariamente devem conviver com seus<br>colegas mais experientes. A convivência é um modo de formar<br>novos quadros e manter a continuidade na excelência da<br>pesquisa e da docência que tem nos caracterizado. Há,<br>portanto, prejuízos evidentes se continuarmos a contar com uma<br>reposição das vagas em futuro indefinido ou depois que<br>departamentos e linhas de pesquisa estiverem extintos.<br><br> Também é preocupante nossa posição no cenário científico<br>nacional. Nos
últimos anos, temos assistido a uma incorporação<br>crescente de novos docentes (muitos dos quais formados por<br>nós) em outras universidades, por meio de concursos públicos.<br>O quadro é particularmente alarmante quando comparado ao das<br>universidades federais, que hoje oferecem salários mais altos<br>do que os nossos. Ou quando comparado à própria USP que, na<br>última reunião com o Fórum das Seis, anunciou a contratação de<br>1285 docentes na atual gestão - um número surpreendente diante<br>das melancólicas 55 contratações previstas para este ano pela<br>Unicamp. Em breve os Programas de Pós-Graduação do IFCH<br>poderão perder pontos nas avaliações da CAPES, deixando de ser<br>competitivos na disputa por recursos e na procura dos<br>estudantes por uma formação de excelência.<br><br> Diante deste quadro crítico, não basta simplesmente repor a<br>perda de 39 docentes que
sofremos nos últimos 15 anos. É<br>preciso mais que isso. Queremos redimensionar o quadro docente<br>de acordo com as necessidades acadêmicas de nossos cursos,<br>considerando a expansão dos últimos anos, e assegurar a<br>dinâmica criativa das linhas de pesquisa para continuar a<br>desenvolver um trabalho de excelência. Queremos também ter o<br>direito de realizar uma expansão de nossas atividades<br>assentada nos desdobramentos de nossas pesquisas e na<br>combinação entre elas e o exercício da docência.<br><br> É preciso, portanto, que a Reitoria da Unicamp reflita sobre o<br>seu próprio projeto para o futuro do IFCH e reavalie o<br>tratamento que tem dispensado às nossas necessidades ao longo<br>dos últimos anos, sob pena de que o patrimônio que duramente<br>construímos ao longo dos anos soçobre em meio ao descaso e à<br>indiferença. Não podemos aceitar que seja esse o projeto para<br>o
futuro do IFCH. O IFCH e a UNICAMP não podem sobreviver por<br>muito mais tempo apenas com base na reputação construída ao<br>longo da sua história. Restaurar e ampliar esse patrimônio é<br>uma responsabilidade inescapável da atual Reitoria.<br><br> Convidamos, pois, o Reitor de nossa Universidade a vir ao IFCH<br>o quanto antes. Esperamos que essa visita possa ser agendada<br>rapidamente, pois precisamos ter a garantia de uma política de<br>contratações que atenda de fato a essas demandas:<br>reivindicamos medidas urgentes para que possamos continuar a<br>trabalhar. Estamos em ESTADO DE EMERGÊNCIA!<br><br><br><br>Campinas, 30 de junho de 2009<br><br><br><br>Os Docentes do IFCH:<br><br>Álvaro Gabriel Bianchi Mendez - matrícula 286817<br><br>Amnéris A. Maroni - matrícula 075663<br><br>Andrei Koerner - matrícula 285394<br><br>Ângela Maria Carneiro Araújo - matrícula 103872<br><br>Arley
Ramos Moreno - matrícula 087467<br><br>Armando Boito - matrícula 075701<br><br>Bela Feldman Bianco - matrícula 054810<br><br>Bruno Speck - matrícula 256021<br><br>Cláudio Henrique de Moraes Batalha - matrícula 165115<br><br>Cristina Meneguello - matrícula 278611<br><br>Daniel Joseph Hogan - matrícula 038229<br><br>Emília Pietrafesa de Godoi - matrícula 252531<br><br>Enéias Forlin - matrícula 288083<br><br>Evelina Dagnino - matrícula 039098<br><br>Fátima Rodrigues Évora - matrícula 174947<br><br>Fernando Antonio Lourenço - matrícula 106844<br><br>Fernando Teixeira da Silva - matrícula 286457<br><br>Gilda Figueiredo Portugal Gouvea - matrícula 039802<br><br>Guita G. Debert - matrícula 106330<br><br>Heloisa André Pontes - matrícula 118559<br><br>Itala M. L. D'Ottaviano - matrícula 040436<br><br>Jesus José Ranieri - matrícula 287264<br><br>John Manuel Monteiro - matrícula 252557<br><br>Jorge Sidney Coli Junior - matrícula
116335<br><br>José Alves de Freitas Neto - matrícula 287069<br><br>José Carlos Pinto de Oliveira - matrícula 237108<br><br>José Marcos Pinto da Cunha - matrícula 268593<br><br>José Oscar de Almeida Marques - matrícula087467<br><br>Josué Pereira da Silva - matrícula 272787<br><br>Laymert Garcia dos Santos - matrícula 057614<br><br>Leandro Karnal - matrícula 273597<br><br>Leila da Costa Ferreira - matrícula: 220884<br><br>Leila Mezan Algranti - matrícula 165263<br><br>Luciana Ferreira Tatagiba - matrícula 286986<br><br>Luiz César Marques Filho - matrícula 198935<br><br>Luzia Margareth Rago - matrícula 117021<br><br>Marcelo Siqueira Ridenti - matrícula 274941<br><br>Marcio Bilharinho Naves - matrícula 053554<br><br>Marcos Lutz-Müller - matrícula 288083<br><br>Marcos Nobre - matrícula 237574<br><br>Maria Coleta Ferreira Albino de Oliveira - matrícula 073466<br><br>Maria Filomena Gregori - matrícula 222861<br><br>Maria Helena
Guimarães de Castro - matrícula 088595<br><br>Maria Lygia Quartim de Moraes - matrícula 249068<br><br>Maria Stella Bresciani - matrícula 043842<br><br>Mauro W. B. de Almeida - matrícula 048071<br><br>Michael McDonald Hall - matrícula 043222<br><br>Nelson Alfredo Aguilar - matrícula 214141<br><br>Néri de Barros Almeida - matrícula 286112<br><br>Omar Ribeiro Thomaz - matrícula 28293<br><br>Oswaldo Giacoia Junior - matrícula 251470<br><br>Paulo Celso Miceli - matrícula 117030<br><br>Rachel Meneguello - matrícula 152790<br><br>Renato Ortiz - matrícula 206547<br><br>Ricardo Antunes - matrícula 144061<br><br>Rita de Cássia Lahoz Morelli - matrícula 220752<br><br>Robert Wayne Andrew Slenes - matrícula 087092<br><br>Roberto Luiz do Carmo - matrícula 290280<br><br>Roberto Romano - matrícula 069311<br><br>Ronaldo de Almeida - matrícula 286526<br><br>Rosana Baeninger - matrícula 273996<br><br>Rubem Murilo Leão Rêgo - matrícula
045721<br><br>Sebastião Velasco e Cruz - matrícula 129062<br><br>Shiguenoli Miyamoto - matrícula 20.4722<br><br>Silvana Barbosa Rubino - matrícula 285534<br><br>Silvia Hunold Lara - matrícula 14634-9<br><br>Suely Kofes - matrícula 043851<br><br>Thomas Patrick Dwyer - matrícula 100455<br><br>Tirza Aidar - matrícula 292552<br><br>Valeriano Mendes Ferreira Costa - matrícula 274887<br><br>Vanessa R. Lea - matrícula 079154<br><br>Walquiria Domingues Leão Rego - matricula 224812<br><br>Yara Adário Frateschi - matrícula 287070<br><br><br><br>Professores Colaboradores:<br><br>Arlete Moysés Rodrigues - matrícula 283825<br><br>Caio Toledo - matrícula 28374-0<br><br>Elide Rugai Bastos - matrícula 292167<br><br>Izabel Andrade Marson - matrícula 220426<br><br>Luis Orlandi - matrícula 292557<br><br>Maria Clementina Pereira Cunha - matrícula 053309<br><br>Mariza Correa - matrícula 290598<br><br>Vera H. F. P. Borges Itala
M. L. D'Ottaviano197980<br>_______________________________________________<br>Lista-ib-l mailing list<br><a ymailto="mailto:Lista-ib-l@listas.unicamp.br" href="/mc/compose?to=Lista-ib-l@listas.unicamp.br">Lista-ib-l@listas.unicamp.br</a><br><a href="https://www.listas.unicamp.br/mailman/listinfo/lista-ib-l" target="_blank">https://www.listas.unicamp.br/mailman/listinfo/lista-ib-l</a><br><br><br></div></blockquote></td></tr></table><br>
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