Caro professor Daniel.<div>Tudo bem?</div><div><div>Esse assunto é delicado, sim.</div><div><br></div><div>Veja só: essa "saída estratégica" da qual você fala é uma opção do Curso de Música da Universidade Federal do Maranhão.</div>

<div>Nós da Universidade Federal do Ceará não fazemos "teste de habilidade", "teste de aptidão" ou qualquer teste deste tipo.</div><div>Acreditamos que defender espaços é também dar espaços para que as pessoas ocupem, e não suprir as possibilidades. Não acha?</div>

<div>O ENEM e o SISu são "ferramentas" para dar possibilidade de acesso e não para impedir ou dificultar entradas.</div><div><br></div><div>Bem, essa é a minha opinião e, acredito, de todos aqueles que compõem os cursos de Educação Musical da UFC.</div>

<div><br></div><div>Um abraço,</div><div>Márcio Mattos<br><br><div class="gmail_quote">Em 24 de junho de 2010 14:21, Daniel Lemos <span dir="ltr"><<a href="mailto:dal_lemos@yahoo.com.br">dal_lemos@yahoo.com.br</a>></span> escreveu:<br>

<blockquote class="gmail_quote" style="margin:0 0 0 .8ex;border-left:1px #ccc solid;padding-left:1ex;"><table cellspacing="0" cellpadding="0" border="0"><tbody><tr><td valign="top" style="font:inherit"><br>Caros colegas musicistas,<br>

<br>Gostaria de mencionar uma experiência que temos passado aqui no Curso de Música da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Esta instituição optou por aderir totalmente ao SiSU - Sistema de Seleção Unificado, uma modalidade de vestibular baseado no seguinte sistema:<br>

1) O aluno faz o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio);<br>2) O Sistema do SiSU, feito pela internet, permite aos alunos utilizarem a nota do ENEM para concorrer às vagas oferecidas pela Universidade. A UFMA oferece 100% das vagas por este sistema.<br>

3) Este sistema funciona da seguinte forma: O aluno escolhe três opções de vagas, em cursos e instituições diversas (por exemplo: Direito na UFPI, Enfermagem na UFMG e Música na UFMA). Há, dessa forma, três etapas de seleção, com dias definidos criteriosamente por Edital do MEC. Em cada uma das
 etapas, são preenchidas as vagas, sendo as vagas remanescentes passadas para a próxima etapa. Caso o curso não preencha as vagas nestas três etapas, há 6 (seis) listas de espera.<br>4) Uma característica fundamental deste sistema é que ele NÃO CONTEMPLA A REALIZAÇÃO DE TESTES DE APTIDÃO, pelo contrário; ele tente a extingui-los. A UFMA conseguiu uma saída estratégica para a situação, exigindo um documento extra para matrícula no Curso de Música, para comprovação dos conhecimentos necessários para ingresso no Curso - que segundo o Edital do MEC para o SiSU, no caso de adesão total, a Universidade está proibida de realizar quaisquer processos seletivos paralelos.<br>

5) Dessa forma o Teste de Aptidão baseia-se em emitir atestados de Aptidão Musical (caso o candidato seja aprovado) para permitir a matrícula no Curso de Música a partir do SiSU, caracterizando um procedimento PARALELO - e não INTEGRADO - ao
 Vestibular.<br><br>Sabendo da importância dos Testes de Aptidão (ou Habilidade Específica), como forma de analisar o nível mínimo de conhecimento para áreas cuja linguagem seja muito particular - como Artes, Arquitetura e Desenho, por exemplo - e (mais importante) não são contempladas de forma satisfatória no Ensino Regular, é fundamental que haja uma preocupação por parte do Ministério da Educação para com a aplicação destes Testes. Um número razoável de Universidades Brasileiras aderiu ao SiSU, e a UFMA está entre as poucas que aderiram na totalidade.<br>

<br>Estamos na segunda oportunidade de aplicação do sistema. Na primeira, foram aplicados 13 (treze) Testes de Aptidão, de forma a oferecer oportunidades de ingresso. Além de ter sido uma experiência extremamente fatigante e dispendiosa, os alunos que ingressaram entraram com muita defasagem de conteúdo, pois o Teste baseou-se apenas numa Prova Escrita. Ainda, de uma procura
 de 260 candidatos para o Teste de Aptidão do Vestibular tradicional, o número caiu para certa de 7 a 10 candidatos por Teste, demonstrando que o novo procedimento necessita de ampla divulgação e exige do aluno mais atenção e responsabilidade quanto à observação das datas de realização.<br>

<br>Nossa segunda experiência está começando agora; estamos tentando organizar o teste para que não haja os mesmos erros, a partir de um Edital estrategicamente planejado. Entretanto, como as matrículas não são mais asseguradas pela Universidade, mas pelo Ministério da Educação, certamente haverá processos e demais empecilhos neste percurso de ingresso, como aconteceu na primeira oportunidade. Cheguei a redigir um Artigo sobre nossa primeira experiência, analisando-a criticamente, que será publicada nos Anais da ABEM Nordeste 2010.<br>

<br>Dessa forma, gostaria que debatêssemos estes assuntos, frente à realidade que se apresenta no Ensino
 Universitário de Música. Ainda, outras áreas que usufruem dos Testes de Aptidão poderiam aderir a nossa discussão, procurando soluções e exigindo providências por parte do Ministério da Educação.<br><br>Muito obrigado pela atenção. Espero que haja maior mobilização, pois devemos lutar para defender nossos espaços na sociedade, sendo este caso muito importante para viabilização de nosso trabalho a nível superior.<br>

<br>Daniel Lemos<br>
Coordenador do Curso de Música<br>
Professor Assistente I - Departamento de Artes (DEART/CCH)<br>
Universidade Federal do Maranhão (UFMA)<br></td></tr></tbody></table><br>



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