<html><head><style type="text/css"><!-- DIV {margin:0px;} --></style></head><body><div style="font-family:times new roman,new york,times,serif;font-size:14pt;color:#000000;"><div><div class="mbl notesBlogText clearfix"><div><p>Colegas da ANPPOM, permitam-me veicular esta carta, cujo teor considero relacionado a todas as instâncias musicais no país. </p><p> <br></p><p>       A luta da OSB não é Trabalhista, apenas<br></p><p><br></p><p>As questões suscitadas pelo atual "case" da OSB não se restringem a ela mesma, nem a uma causa trabalhista coletiva.</p><p>De
fato, os Sindicatos dos Músicos, do Brasil e mesmo de outros países,
estão plenamente engajados nesta luta desde o primeiro momento,
apoiando a comissão de músicos da OSB.</p><p>Temos visto uma enorme
comunidade de músicos de alto nível, em todo o mundo e em diversas
línguas, se posicionarem contra este processo de "avaliação de
desempenho" , como ironicamente batizaram esta re-audição de músicos
efetivos. Este repúdio generalizado não tem raízes simplesmente
humanísticas. Todos afirmam que este sistema não é aceitável, não é
usado em qualquer lugar e não funciona.</p><p>Além disso, os resultados
de mídia e marketing da OSB, sempre tão zelosa neste aspecto, serão
provavelmente desastrosos. Não é assim que se promove a cultura, a
educação, a sensibilidade, a organização do trabalho humano, a
criatividade ou a paz.</p><p>Entretanto, para quem vê a questão de fora, pode parecer ser uma briga entre músicos, o que não é absolutamente o caso.</p><p>Plenos de apoio interno e de solidariedade, ainda que velada, de amplos setores sociais, esta luta aguarda novos aliados.</p><p>Chegou
a hora dos compositores apoiarem os seus instrumentistas, ainda que
lhes custe um eventual boicote temporário por parte de um regente e de
um diretor artístico, ambos coincidentes na mesma pessoa.</p><p>Chegou
a hora de regentes de todo o país se posicionarem, não só um ou outro,
que até o momento poderiam ser indevidamente tachados de "rivais
políticos" da atual direção da OSB.</p><p>Nenhum dos patrocinadores se
manifestou publicamente, mas certamente estão contabilizando os prós
(quais serão?) e os contras de endossarem um processo tão polêmico
quanto agressivo e impopular.</p><p>É apropriada a hora para que
educadores das artes, aqueles todos que apoiam o ensino de música nas
escolas, se posicionem sobre o assunto.</p><p>Os estudantes de música ainda não se posicionaram, seria de grande valor ouvirmos suas expectativas e opiniões.</p><p>Devem
dar seu parecer os músicos ditos "populares", que empregam nossos
músicos de orquestra, e mesmo orquestras inteiras, em seus shows e
gravações.</p><p>O Ministério da Cultura do Brasil, que viabiliza
grande parte dos patrocínios através das leis de incentivo, com
renúncias fiscais importantes, deve estar nesta discussão, pois
ajudaria na interlocução com as partes, para além de questões
trabalhistas e de marketing empresarial.</p><p>Os musicólogos, críticos
e membros das academias de música, sobretudo a ABM - fundada e
patrocinada pela herança material de Villa-Lobos, serão muito benvindos
com suas opiniões, sugestões e decisões.</p><p>Os assinantes da OSB,
que devem ser profundamente respeitados, aparentemente ainda não sabem
o que fazer diante desta programação que configura falsidade ideológica
e propaganda enganosa, ao utilizarem um grupo de valiosos estudantes
como "tapume sonoro" para as pretendidas obras de re-engenharia na
orquestra.</p><p>O prefeito do RJ e sua Secretaria de Cultura , que
gastam 6 milhões de sua verba anual já tão limitada, ainda não se
posicionaram.</p><p>Músicos instrumentistas de todo o mundo falam em voz clara e alta. O resto AINDA é silêncio.</p><p>Que
toda esta questão extrapole a esfera aparentemente trabalhista, das
causas coletivas líquidas e certas para os Músicos, e se torne assunto
visível sobre cultura, educação e sobre promover e fazer cultura numa
sociedade moderna e igualitária.</p><p>Ou tudo isto não terá passado do
ruído caótico orquestral que antecede mais um concerto de um regente
poderoso, monárquico e autoritário.</p><p> </p><p>Leonardo Fuks, PhD</p><p>Docente da Escola de Música da UFRJ</p></div></div></div>
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