<html>
<head>
<style><!--
.hmmessage P
{
margin:0px;
padding:0px
}
body.hmmessage
{
font-size: 10pt;
font-family:Tahoma
}
--></style>
</head>
<body class='hmmessage'>
Caros,<br><br>Talvez muitos desta lista não tenham trabalhado em orquestra sinfônica no Brasil. Quando assinei o abaixo assinado contra a avaliação, escrevi, em poucas palavras nos comentários, que a estrutura vertical da orquestra não está adequada às mudanças ocorridas na sociedade moderna. Só para usar o exemplo das universidades: o Conselho dos departamentos (ao menos funciona assim na Unesp) formado por professores, estudantes e funcionários está acima do chefe no organograma, que também faz parte do Conselho. Até o que eu saiba, em todas as orquestras no país, as comissões que representam os músicos apenas os representam, mas não têm nenhum poder de voto nas decisões, sejam elas artísticas ou administrativas. Ora, isso é descabido! Não estou sequer entrando na discussão se o Minczuk tem ou não razão (e eu penso que ele não tem), mas ele não poderia JAMAIS decidir isso sozinho sem o apoio dos próprios músicos. Isso é antidemocrático! Os músicos das orquestras são regidos pelo medo, sim, de perder o emprego, de serem humilhados em público, e se o corporativismo existe, também existem outras formas mais democráticas de dissolvê-lo. Cabe lembrar que a própria OSESP decidiu não se manifestar a respeito
por medo de, no futuro, TER que dar de cara com o maestro em questão,
que eles mesmos rechaçaram em voto oculto na atual sucessão de maestro
titular. <br>
<br>Já que não temos sindicatos decentes, ao menos temos que ter conselhos que dissolvam o poder de decisão do maestro. <br><br>A propósito, gostaria muito de ver, também, neste momento, uma avaliação de maestros, e que os maestros brasileiros também fossem comparados com os estrangeiros. Seria interessante compará-los nos critérios: técnica, conhecimento musical (história inclusive), dinâmica de ensaio, articulação verbal e educação. Seria bom saber que Clara é Schumann, e não Schubert. Acho que ouvido absoluto não precisaria entrar no ranking, mas o nome impressiona qualquer leigo.<br><br>Abraços a todos,<br><br>Graziela<br><br><hr id="stopSpelling">Date: Tue, 29 Mar 2011 15:14:47 -0700<br>From: guilhermepozzi@yahoo.com<br>To: anppom-l@iar.unicamp.br; didierguigue@gmail.com<br>Subject: [ANPPOM-L] Res: RES: Qualidade_formação_músicos_no_Brasil<br><br>
<meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=unicode">
<meta name="Generator" content="Microsoft SafeHTML"><style>
.ExternalClass DIV
{;}
</style><div style="font-family: times new roman,new york,times,serif; font-size: 14pt;"><div>Definição precisa!<br><font style="font-family: times new roman,new york,times,serif; font-weight: bold; font-style: italic;" class="ecxApple-style-span" face="arial, sans-serif"><span class="ecxApple-style-span" style="border-collapse: collapse;">Pois
aquelas instituições se dedicam em tempo integral a formação de
músicos, enquanto as Universidades brasileiras se dedicam em tempo
integral a atender as exigências estatísticas da Capes</span></font><br></div><div style="font-family: times new roman,new york,times,serif; font-size: 14pt;"><br>abcs,<br>Luiz Guilherme Pozzi<br><div style="font-family: times new roman,new york,times,serif; font-size: 12pt;"><font face="Tahoma" size="2"><hr size="1"><b><span style="font-weight: bold;">De:</span></b> Didier Guigue <didierguigue@gmail.com><br><b><span style="font-weight: bold;">Para:</span></b> Mauricio Alves Loureiro <mauricio.alves.loureiro@gmail.com><br><b><span style="font-weight: bold;">Cc:</span></b> Aurora Neiva <auroraneiva@gmail.com>; Lista ANPPOM <anppom-l@iar.unicamp.br><br><b><span style="font-weight: bold;">Enviadas:</span></b><span class="ecxcurrency_converter_text"> Sábado, </span><span title="Convert this amount" class="ecxcurrency_converter_link">26</span><span class="ecxcurrency_converter_text"> de Março de </span><span class="ecxcurrency_converter_text">2011</span><span class="ecxcurrency_converter_text"> </span><span class="ecxcurrency_converter_text">9</span><span class="ecxcurrency_converter_text">:</span><span class="ecxcurrency_converter_text">29</span><span class="ecxcurrency_converter_text">:</span><span class="ecxcurrency_converter_text">16</span><br><b><span style="font-weight: bold;">Assunto:</span></b> Re: [ANPPOM-L] RES: Qualidade_formação_músicos_no_Brasil<br></font><br><div>Colegas</div><div><br></div><div>Não conheço o maestro Minczuk e pouco acompanhei a celeuma em torno da OSB. Mas enfim, cair em cima de um regente só porque quer realizar audições para tentar reerguer uma orquestra falida...</div>
<div>Aliás, não vejo nada demais naquela entrevista, e só podemos concordar com o maestro quando afirma que</div><span class="ecxApple-style-span" style="font-family: arial,sans-serif; font-size: 13px; border-collapse: collapse;">"não existe uma instituição que se compare a um<br>
conservatório europeu ou americano."</span><div><font class="ecxApple-style-span" face="arial, sans-serif"><span class="ecxApple-style-span" style="border-collapse: collapse;">Pois aquelas instituições se dedicam em tempo integral a formação de músicos, enquanto as Universidades brasileiras se dedicam em tempo integral a atender as exigências estatísticas da Capes, a diferença é esta.</span></font></div>
<div><font class="ecxApple-style-span" face="arial, sans-serif"><span class="ecxApple-style-span" style="border-collapse: collapse;">(E o modelo de maestro que conhecemos provem do séc. XIX, não XVII).</span></font></div><div><font class="ecxApple-style-span" face="arial, sans-serif"><span class="ecxApple-style-span" style="border-collapse: collapse;"><br>
</span></font></div><div><font class="ecxApple-style-span" face="arial, sans-serif"><span class="ecxApple-style-span" style="border-collapse: collapse;">Abs</span></font></div><div><font class="ecxApple-style-span" face="arial, sans-serif"><span class="ecxApple-style-span" style="border-collapse: collapse;"><br>
</span></font></div><div><font class="ecxApple-style-span" face="arial, sans-serif"><span class="ecxApple-style-span" style="border-collapse: collapse;">Didier<br></span></font><br><div class="ecxgmail_quote"><span class="ecxcurrency_converter_text">Em </span><span title="Convert this amount" class="ecxcurrency_converter_link">20</span><span class="ecxcurrency_converter_text"> de março de </span><span class="ecxcurrency_converter_text">2011</span><span class="ecxcurrency_converter_text"> </span><span class="ecxcurrency_converter_text">20</span><span class="ecxcurrency_converter_text">:</span><span class="ecxcurrency_converter_text">47</span><span class="ecxcurrency_converter_text">, Mauricio Alves Loureiro </span><span dir="ltr"><<a rel="nofollow" href="mailto:mauricio.alves.loureiro@gmail.com">mauricio.alves.loureiro@gmail.com</a>></span> escreveu:<br>
<blockquote class="ecxgmail_quote" style="padding-left: 1ex;">Prezados músicos desta lista,<br>
<br>
Acho que o problema que ainda persiste nas orquestras brasileiras é<br>
exatamente aquilo que permite os Srs. Maestros, se chamarem de Maestros, e,<br>
obviamente, exigindo que todos o chamem assim. Talvez seja isso que faz com<br>
que soe perfeitamente natural essa declaração do Sr. Maestro Minczuk:<br>
“...ESTOU DANDO oportunidade para os músicos da própria OSB alcançarem<br>
posições acima das que ocupam hoje”.<br>
<br>
Seria mais coerente com a real estrutura funcional de uma orquestra<br>
sinfônica se aos regentes fossem dado o nome de Sr. Sol, para homenagear<br>
Luis XVI, em cuja corte essa bizarra instituição foi inventada.<br>
<br>
Esses Maestrinhos jovens, que no contexto acadêmico seriam chamados de<br>
"recém-maestros", chegam a dar saudade da tirania do velho Eleazar de<br>
Carvalho...<br>
<br>
Abraços<br>
<br>
Mauricio Loureiro<br>
(assistente de primeira clarineta e requinta da OSESP Eleazarana)<br>
<br>
<br>
<br>
De: Aurora Neiva [mailto:<a rel="nofollow" href="mailto:auroraneiva@gmail.com">auroraneiva@gmail.com</a>]<br><span class="ecxcurrency_converter_text">
Enviada em: domingo, </span><span title="Convert this amount" class="ecxcurrency_converter_link">20</span><span class="ecxcurrency_converter_text"> de março de </span><span class="ecxcurrency_converter_text">2011</span><span class="ecxcurrency_converter_text"> </span><span class="ecxcurrency_converter_text">18</span><span class="ecxcurrency_converter_text">:</span><span class="ecxcurrency_converter_text">10</span><br>
Para: undisclosed-recipients:<br>
Assunto: Qualidade_formação_músicos_no_Brasil<br>
<br>
Prezados Colegas<br>
<br>
Embora seja docente da área de Letras da UFRJ e não de Música, venho<br>
solicitar que os colegas avaliem a afirmação feita pelo Maestro Minczuk na<br>
revista Época (ver texto integral abaixo, especialmente trecho em amarelo)<br>
sobre a qualidade dos cursos de música no Brasil (“Um grande problema do<br>
Brasil é que nossas escolas não preparam bons músicos, com o nível de que as<br>
orquestras de excelência precisam”) e o uso indevido que ele está fazendo da<br>
OSB Jovem, como substituta da OSB profissional, conforme noticiado no<br>
próprio site oficial da OSB. O Sr. Minczuk, como vocês já devem saber, está<br>
encabeçando um processo de desintegração e desnacionalização da OSB.<br>
Como muitos de vocês, fiz meu doutorado no exterior, mas isso não significa<br>
que todos os estudantes de minha área de atuação só serão bons profissionais<br>
se também estudarem fora do Brasil. Muito pelo contrário: foi feito um<br>
investimento em nossas formações no exterior para que pudéssemos ser<br>
multiplicadores de excelência em nossas áreas de atuação nas universidades<br>
do país, tanto nos cursos de pós como nos de graduação. E tenho certeza de<br>
que estamos fazendo nosso papel muito bem.<br>
<br>
Envio-lhes o link da petição pública contra as ações desse maestro e da<br><span class="ecxcurrency_converter_text">
administração da Fundação OSB. Talvez vocês concordem em se juntar aos </span><span title="Convert this amount" class="ecxcurrency_converter_link">3314</span><br>
signatários já existentes:<br>
<a rel="nofollow" href="http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=OSB2011" target="_blank">http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=OSB2011</a><br>
<br>
Saudações universitárias,<br>
<br>
Aurora Neiva<br>
Professora Associada<br>
Departamento de Letras Anglo-Germânicas<br>
Programa Interdisciplinar Linguística Aplicada<br>
Faculdade de Letras / UFRJ<br>
<br>
Artigo da Época<br>
Roberto Minczuk: "Não existe desafio para os músicos"<br>
Em meio à revolta de mais da metade da Orquestra Sinfônica Brasileira, o<br>
regente afirma que só vai tocar na temporada quem for avaliado<br>
RAFAEL PEREIRA<br>
A Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB) é uma das mais tradicionais do país.<br><span class="ecxcurrency_converter_text">
Foi criada há </span><span title="Convert this amount" class="ecxcurrency_converter_link">70</span><span class="ecxcurrency_converter_text"> anos por três professores da Escola Nacional de Música para</span><br>
ser a principal orquestra do país. Passou por fases gloriosas,<br>
principalmente sob a batuta do maestro Isaac Karabtchevsky, mas foi<br><span class="ecxcurrency_converter_text">
derrubada pela decadência financeira nos anos </span><span title="Convert this amount" class="ecxcurrency_converter_link">90</span><span class="ecxcurrency_converter_text">. A tradição ainda está lá,</span><br>
mas há muito deixou de estar entre as melhores. Quando chegou para assumir<br><span class="ecxcurrency_converter_text">
como maestro e diretor artístico, em </span><span class="ecxcurrency_converter_text">2005</span><span class="ecxcurrency_converter_text">, Roberto Minczuk encontrou músicos</span><br>
com salários baixos e atrasados. Sua missão pessoal foi tirar a OSB do limbo<br>
artístico, e a fundação privada que administra a orquestra fechou<br>
patrocínios importantes para tornar isso possível.<br>
Em cinco anos, os salários dos músicos praticamente triplicaram, e Minczuk<br>
instituiu uma rotina maior de ensaios e concertos. Justamente quando tudo<br>
parecia ir bem, os músicos se insurgiram contra seu maestro. O motivo: para<br><span class="ecxcurrency_converter_text">
um novo salto de excelência, todos os quase </span><span title="Convert this amount" class="ecxcurrency_converter_link">90</span><span class="ecxcurrency_converter_text"> músicos deveriam ser</span><br>
avaliados individualmente, para ajustes técnicos. É uma medida rara,<br>
normalmente tomada para substituir músicos com rendimento abaixo do<br>
esperado. Foi o que aconteceu na Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo<br><span class="ecxcurrency_converter_text">
(Osesp), em </span><span title="Convert this amount" class="ecxcurrency_converter_link">1997</span><span class="ecxcurrency_converter_text">. Na ocasião, Minczuk era diretor artístico adjunto da</span><br>
Osesp, sob o comando do maestro John Neschling. O fantasma da demissão e a<br>
falta de participação nas decisões da instituição revoltaram os<br>
instrumentistas da OSB. “Discordamos do modo autoritário como a<br>
administração nos trata”, disse Luzer Machtyngier, presidente da comissão de<br>
músicos.<br>
Em um primeiro momento, os músicos exigiram mudanças no processo de<br>
avaliação. O tempo de dois meses de preparo foi considerado insuficiente.<br>
Além disso, pediram à direção uma reunião para discutir o repertório das<br>
avaliações. Logo depois, porém, reunidos em assembleia, decidiram não<br><span class="ecxcurrency_converter_text">
participar das audições individuais, realizadas entre os dias </span><span title="Convert this amount" class="ecxcurrency_converter_link">10</span><span class="ecxcurrency_converter_text"> e </span><span title="Convert this amount" class="ecxcurrency_converter_link">18</span><span class="ecxcurrency_converter_text"> de</span><br>
março. A comissão de músicos pediu a suspensão das avaliações, mas o pedido<br>
foi negado em segunda instância. Mesmo assim, mais da metade dos músicos não<br>
apareceu para a avaliação, e a situação segue sem solução. O caso virou tema<br>
internacional nas redes sociais.<br>
Em entrevista a ÉPOCA, Minczuk disse que os músicos que faltaram estão sendo<br>
contatados para uma segunda chamada. A temporada de ensaios e concertos da<br>
OSB começará em agosto, mas o impasse prosseguirá. Na retomada dos<br>
trabalhos, Minczuk afirma que contará apenas com músicos que passaram pela<br>
avaliação.<br>
ENTREVISTA - ROBERTO MINCZUK <br>
QUEM É<br>
Maestro e diretor artístico da Orquestra Sinfônica Brasileira, do Rio de<br><span class="ecxcurrency_converter_text">
Janeiro. Nasceu em São Paulo, em </span><span class="ecxcurrency_converter_text">23</span><span class="ecxcurrency_converter_text"> de abril de </span><span title="Convert this amount" class="ecxcurrency_converter_link">1967</span><span class="ecxcurrency_converter_text">. Foi trompista prodígio</span><br><span class="ecxcurrency_converter_text">
e tornou-se profissional aos </span><span title="Convert this amount" class="ecxcurrency_converter_link">14</span><span class="ecxcurrency_converter_text"> anos. Foi regenteassociado da Filarmônica de</span><br>
Nova Yorke regente adjunto da Osesp, em São Paulo<br>
O QUE FEZ<br>
Depois de cinco anos à frente da OSB,exigiu avaliações individuais<br>
dosmúsicos para o que chamou de “salto dequalidade”, provocando revolta no<br>
grupo<br>
ÉPOCA – O senhor esperava tanta reclamação ao exigir avaliações individuais<br>
de seus músicos? <br>
Roberto Minczuk – Estranhei porque, como músico, não faria isso. Não estou<br>
pedindo isso a troco de nada. A proposta é ter aquilo que sempre se sonhou e<br>
nunca se teve na OSB. E me dói muito, porque a maior parte das acusações não<br>
tem fundamento algum.<br>
ÉPOCA – O que os músicos ganham com isso? <br>
Minczuk – Não estamos fazendo avaliações sem dar nada em troca. O piso<br><span class="ecxcurrency_converter_text">
salarial vai aumentar de R$ </span><span title="Convert this amount" class="ecxcurrency_converter_link">6.200</span><span class="ecxcurrency_converter_text"> para valores entre R$ </span><span title="Convert this amount" class="ecxcurrency_converter_link">9</span><span class="ecxcurrency_converter_text"> mil e R$ </span><span title="Convert this amount" class="ecxcurrency_converter_link">11</span><span class="ecxcurrency_converter_text"> mil.</span><br><span class="ecxcurrency_converter_text">
Atualmente tenho </span><span title="Convert this amount" class="ecxcurrency_converter_link">13</span><span class="ecxcurrency_converter_text"> posições abertas na orquestra. Por meio das avaliações,</span><br>
estou dando oportunidade para os músicos da própria OSB alcançarem posições<br>
acima das que ocupam hoje. Um violista que ouvimos nesse processo já foi<br>
promovido dentro do grupo. Vai ganhar mais, vai sentar mais à frente.<br>
ÉPOCA – Houve recusa de fazer testes? <br>
Minczuk – Houve, e não era facultativo. Teremos um calendário maior, com<br>
ensaios à tarde – coisa que não existia – e uma exigência de dedicação<br>
maior. Alguns músicos não têm interesse ou disponibilidade para esse grau de<br>
dedicação. Nós apresentamos um programa de demissão voluntária para quem não<br>
estiver de acordo tomar a iniciativa de sair. As audições estão ocorrendo<br>
bem, mas pouco mais da metade dos músicos não está vindo.<br>
ÉPOCA – O medo dos músicos é da demissão. Algum músico pode ser demitido se<br>
não for bem durante a avaliação? <br>
Minczuk – As audições não são para demitir ninguém. Nunca foi dito que isso<br>
aconteceria. Esse receio existe, é claro, porque pessoas já foram demitidas<br>
no passado recente, mas não é o caso do processo atual. Além disso, as<br>
avaliações são compostas de repertório que todos já tocaram e têm debaixo<br>
dos dedos.<br>
"Alguns não têm instrumento de qualidade superior. Vão ter de comprar"<br>
ÉPOCA – Quando o senhor demitiu algum músico da OSB? <br><span class="ecxcurrency_converter_text">
Minczuk – Quando assumi a orquestra, em agosto de </span><span class="ecxcurrency_converter_text">2005</span><span class="ecxcurrency_converter_text">, trabalhei </span><span title="Convert this amount" class="ecxcurrency_converter_link">18</span><span class="ecxcurrency_converter_text"> meses</span><br>
com eles e, depois dessa primeira fase, detectamos que a OSB era muito<br>
desigual, com músicos muito bons e outros com menos qualidade. Fizemos esse<br><span class="ecxcurrency_converter_text">
ajuste no começo de </span><span class="ecxcurrency_converter_text">2007</span><span class="ecxcurrency_converter_text"> e, dos mais de </span><span title="Convert this amount" class="ecxcurrency_converter_link">80</span><span class="ecxcurrency_converter_text"> músicos, </span><span title="Convert this amount" class="ecxcurrency_converter_link">14</span><span class="ecxcurrency_converter_text"> não estavam aptos</span><br>
para acompanhar o crescimento da orquestra.<br>
ÉPOCA – Como os músicos reagiram? <br>
Minczuk – É sempre difícil demitir, e houve muita reclamação, evidentemente.<br>
Uma foi sobre a falta de avaliações: “Maestro, poderia ter havido uma<br>
avaliação para essas pessoas antes da decisão”. Foi um dos motivos que me<br>
levaram a fazer as avaliações atuais, para todos.<br>
,<br>
PROTESTO<br>
Os músicos da Orquestra Sinfônica Brasileira em protesto que fizeram na<br>
semana passada contra a decisão do maestro de testá-los<br>
ÉPOCA – Se as avaliações atuais não são para demitir músicos com baixo<br>
rendimento, para que servirão?<br><span class="ecxcurrency_converter_text">
Minczuk – Por exemplo, em um naipe de </span><span title="Convert this amount" class="ecxcurrency_converter_link">16</span><span class="ecxcurrency_converter_text"> primeiros violinos, precisamos</span><br>
ouvir um por um para detectar pequenos problemas rítmicos, de afinação ou<br>
sonoridade. Precisamos de uma unidade perfeita. Nas avaliações que já<br>
fizemos, detectamos alguém que tem tendência a uma afinação mais alta, e<br>
outra pessoa, ao contrário, mais baixa. Em termos de ritmo, alguns são mais<br>
lentos e outros mais rápidos. Até em relação à sonoridade. Alguns não têm<br>
instrumento de qualidade superior, para a sonoridade que queremos. Com a<br>
nova remuneração, essa pessoa terá de investir em um novo instrumento.<br>
Podemos dar esse retorno ao músico e ajustar esses detalhes, fundamentais<br>
para o passo de qualidade que queremos. O que mais dá força em uma orquestra<br>
é essa uniformidade, quando ouvimos várias pessoas tocando como uma só.<br>
ÉPOCA – A mudança técnica de patamar pode levar a OSB a recuperar o<br>
prestígio que perdeu no mercado nacional?<br>
Minczuk – É fundamental para manter uma posição competitiva com outras<br>
orquestras. Com São Paulo, por exemplo. Para você atrair bons músicos,<br>
precisa oferecer salários atraentes. Por isso os seguidos aumentos. Se você<br>
compara nossa agenda com a da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, a<br>
Osesp, temos muito menos ensaios e concertos. Eles ganham mais em São Paulo,<br>
mas, proporcionalmente ao número de dias trabalhados, os músicos da OSB<br>
ganham mais. Nossa proposta atual é equiparar os salários com a Osesp.<br>
Queremos instituir a gratificação por espetáculo, o que vai aumentar sua<br>
renda e estimular a produtividade.<br>
ÉPOCA – Os músicos reclamam do pouco tempo que tiveram para se reciclar<br>
antes das avaliações, de dois meses. É pouco? <br>
Minczuk – Para o que pretendemos, não. Na Osesp, foi uma audição para ver<br>
quem ficaria ou não. Lá também tivemos revolta. Os dois meses de<br>
antecedência dados aqui foram o período de férias, em janeiro e fevereiro,<br>
pagos pela orquestra. A questão não é ouvir o músico tocando uma sinfonia de<br>
Brahms com seis meses de treinamento, porque tocamos uma sinfonia nova toda<br>
semana. Quero ouvir a realidade, em que toda semana temos de preparar um<br><span class="ecxcurrency_converter_text">
programa de </span><span title="Convert this amount" class="ecxcurrency_converter_link">75</span><span class="ecxcurrency_converter_text"> minutos.</span><br><span class="ecxcurrency_converter_text">
ÉPOCA – A temporada da OSB em </span><span class="ecxcurrency_converter_text">2011</span><span class="ecxcurrency_converter_text"> vai começar só com músicos avaliados? </span><br>
Minczuk – Sim. É uma condição da instituição.<br>
ÉPOCA – O senhor está preparado para uma debandada? <br>
Minczuk – Espero que isso seja resolvido da melhor maneira. Ainda mais<br>
agora, com as audições já acontecendo. Já tivemos hoje um violinista que<br>
faltou à primeira chamada, mas veio na segunda. Foi uma decisão sábia, e ele<br>
foi muito bem avaliado, correu tudo bem.<br>
ÉPOCA – Como o senhor compara a qualidade artística das orquestras<br>
brasileiras com as grandes orquestras do mundo? <br>
Minczuk – Um grande problema do Brasil é que nossas escolas não preparam<br>
bons músicos, com o nível de que as orquestras de excelência precisam. Temos<br>
bons professores, mas não existe uma instituição que se compare a um<br>
conservatório europeu ou americano. Grande parte dos músicos, de qualquer<br>
orquestra profissional brasileira, aperfeiçoou-se fora do país.<br>
ÉPOCA – É impossível ser um músico excelente estudando em escolas<br>
brasileiras? <br>
Minczuk – É difícil. Não pela questão técnica. O que distingue o ótimo do<br>
soberbo são os detalhes, o estilo, a abordagem distinta que precisamos dar a<br>
compositores diferentes como Mozart ou Tchaikovsky. O que faz a diferença é<br>
viver em um ambiente onde se dá atenção às nuances. Isso se aprende com<br>
professores fantásticos e com músicos que te desafiam. Quando eu e meu irmão<br>
começamos a estudar música na Escola Municipal de Música de São Paulo, eu<br><span class="ecxcurrency_converter_text">
com </span><span title="Convert this amount" class="ecxcurrency_converter_link">9</span><span class="ecxcurrency_converter_text"> e ele com </span><span title="Convert this amount" class="ecxcurrency_converter_link">12</span><span class="ecxcurrency_converter_text"> anos, estávamos na mesma classe de solfejo. Nós dois</span><br><span class="ecxcurrency_converter_text">
éramos os únicos com ouvido absoluto na sala de aula, entre mais de </span><span title="Convert this amount" class="ecxcurrency_converter_link">20</span><br>
alunos, todos mais velhos. Quando fui estudar na escola Juilliard, nos<br><span class="ecxcurrency_converter_text">
Estados Unidos, na minha classe de solfejo, de </span><span title="Convert this amount" class="ecxcurrency_converter_link">15</span><span class="ecxcurrency_converter_text"> alunos, pelo menos dez</span><br>
tinham ouvido absoluto. O desafio é constante. No Brasil ainda não existe<br>
desafio para os músicos clássicos. Existe para os músicos populares. Temos<br>
os melhores músicos de choro, e todos vêm para o Rio aprender.<br>
ÉPOCA – É destino dos maestros serem vistos como déspotas? <br>
Minczuk – As pessoas gostam da imagem do vilão da novela... Tem gente que<br>
não me conhece e fala barbaridades sobre mim. O maestro tem essa<br><span class="ecxcurrency_converter_text">
responsabilidade. São </span><span title="Convert this amount" class="ecxcurrency_converter_link">90</span><span class="ecxcurrency_converter_text"> músicos, e seguem um comando único. É uma relação</span><br>
de amor e ódio que cria uma tensão que faz bem à música. Nosso objeto de<br>
trabalho é a vida, o desespero, o sublime... É evidente que isso influencia<br>
o relacionamento. Se essa tensão for canalizada para o lugar certo, ela faz<br>
bem à grande arte.<br>
O que os músicos querem<br>
As reivindicações dos integrantes da Orquestra Sinfônica Brasileira<br>
Discutir o programa dos concertos com o maestro <br>
Os músicos querem participar da escolha das obras a serem tocadas nas<br>
avaliações. Segundo eles, em nenhum momento foram consultados <br>
<br>
Mais tempo de ensaio <br>
O período de ensaios foi de dois meses, e o tempo de avaliação é de cerca de<br><span class="ecxcurrency_converter_text">
</span><span title="Convert this amount" class="ecxcurrency_converter_link">30</span><span class="ecxcurrency_converter_text"> minutos para cada um. Segundo os músicos, é muito pouco </span><br>
<br>
Dividir o poder com o maestro <br>
Os músicos questionam o poder de Minczuk, que ocupa simultaneamente os dois<br>
cargos mais importantes da OSB: maestro e diretor artístico. Eles querem<br>
participação nas decisões de ambas as funções<br>
Nenhum vírus encontrado nessa mensagem recebida.<br>
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Versão: </span><span title="Convert this amount" class="ecxcurrency_converter_link">9.0.894</span><span class="ecxcurrency_converter_text"> / Banco de dados de vírus: </span><span class="ecxcurrency_converter_text">271.1.1</span><span class="ecxcurrency_converter_text">/</span><span class="ecxcurrency_converter_text">3518</span><span class="ecxcurrency_converter_text"> - Data de</span><br><span class="ecxcurrency_converter_text">
Lançamento: </span><span class="ecxcurrency_converter_text">03</span><span class="ecxcurrency_converter_text">/</span><span class="ecxcurrency_converter_text">20</span><span class="ecxcurrency_converter_text">/</span><span class="ecxcurrency_converter_text">11</span><span class="ecxcurrency_converter_text"> </span><span class="ecxcurrency_converter_text">04</span><span class="ecxcurrency_converter_text">:</span><span class="ecxcurrency_converter_text">34</span><span class="ecxcurrency_converter_text">:</span><span class="ecxcurrency_converter_text">00</span><br>
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________________________________________________<br>
Lista de discussões ANPPOM<br>
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</blockquote></div><br><br clear="all"><br>-- <br>Didier Guigue<br>UFPB--Departamento de Música<br>Programa de Pós-Graduação em Musica<br>-- <a rel="nofollow" href="http://www.cchla.ufpb.br/ppgm" target="_blank">http://www.cchla.ufpb.br/ppgm</a><br><span class="ecxcurrency_converter_text">MUS</span><span title="Convert this amount" class="ecxcurrency_converter_link">3</span><span class="ecxcurrency_converter_text">--Musicologia, Sonologia e Computação</span><br>
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