<h3><span style="font-weight: normal;">(Eles esqueceram de falar da Fundep...</span>)<br></h3><h3>Menos gestão e mais pesquisa</h3>
<p>8/4/2011</p>

<p><b>Por Fábio de Castro</b></p>
<p><b>Agência FAPESP</b> – A Universidade Estadual Paulista (Unesp) acaba de 
aprovar a criação, em todas as suas unidades, de seções técnicas que darão apoio 
institucional aos seus pesquisadores.</p>
<p>O objetivo principal da iniciativa, de acordo com Maria José Soares Mendes 
Giannini, pró-reitora de Pesquisa, é permitir que os cientistas sejam poupados 
da pesada carga de trabalho exigida para a gestão e administração de projetos de 
pesquisa e possam, dessa forma, dedicar-se mais à pesquisa e à orientação de 
alunos. Os escritórios também darão apoio às relações internacionais.</p>
<p>De acordo com o diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, 
a Fundação tem estimulado fortemente as universidades paulistas a criar 
estruturas que garantam o apoio institucional.</p>
<p>“Esse é um assunto importante para a FAPESP. É preciso haver apoio para 
evitar que o pesquisador se desgaste na administração do projeto e na sua 
gestão, de tal modo que o seu tempo possa ser dedicado à pesquisa e à orientação 
de estudantes”, disse.</p>
<p>Algumas instituições brasileiras já possuem escritórios de apoio técnico 
semelhantes. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), por exemplo, criou 
em 2003 a <b><a href="http://www.prp.unicamp.br/uap" target="_blank"><font color="#006699">Unidade de Apoio ao Pesquisador</font></a></b>, que realiza 
prestações de contas de projetos às agências de fomento, preparação de 
formulários e documentos para submissão de projetos, levantamento de editais e 
fontes de financiamento e orientações nos processos de compras e no uso dos 
recursos.</p>
<p>Um artigo recente publicado na revista <b><a href="http://www.ncura.edu/content/news/rmr/docs/v16n2_Shelton.pdf" target="_blank"><i><font color="#006699">Research Managment 
Review</font></i></a></b> destaca a importância da existência de estruturas de 
apoio institucional à pesquisa. “O texto mostra que, nos Estados Unidos, 42% do 
tempo do pesquisador é gasto com administração dos projetos de pesquisa”, disse 
Brito Cruz.</p>
<p>De acordo com Giannini, as Seções Técnicas de Apoio ao Ensino, Pesquisa e 
Extensão serão implementadas em todas as unidades da Unesp, com a atribuição de 
apoiar as atividades de pesquisa e internacionalização. Toda essa estrutura será 
coordenada por um Escritório Central de Apoio à Pesquisa (Ecap), centralizado na 
Pró-reitoria de Pesquisa.</p>
<p>“O Ecap oferecerá consultoria para as demais seções técnicas e fornecerá os 
elementos necessários para que elas padronizem o treinamento do pessoal que será 
contratado. Esses escritórios regionais, por sua vez, darão todo o apoio 
institucional para os projetos de pesquisa e para as relações internacionais”, 
disse à <b>Agência FAPESP</b>.</p>
<p>A expectativa, segundo ela, é que as novas estruturas ajudem a contornar um 
dos principais gargalos para o crescimento da pesquisa na universidade: a 
prestação de contas de projetos financiados pelas agências de fomento.</p>
<p>“Com a nova estrutura, vamos aumentar a nossa demanda por projetos de 
pesquisa e elevar nossa competitividade nos grandes projetos da FAPESP, 
minimizando os erros de prestação de contas. Achamos também que os escritórios 
permitirão que possamos prospectar melhor os editais internacionais”, disse 
Giannini, que também é conselheira da FAPESP.</p>
<p>Entre várias outras atribuições, os escritórios deverão assessorar docentes e 
alunos na elaboração de pedidos de auxílios à pesquisa e submissão de projetos 
às agências, divulgar programas e bolsas disponíveis, auxiliar na divulgação, 
elaboração e aprimoramento de projetos e gerenciar parcerias resultantes dos 
projetos.</p>
<p>“Os escritórios vão também conferir e encaminhar a documentação para as 
agências de fomento, orientar o corpo docente no preenchimento do Currículo 
Lattes, apoiar parcerias empresariais, orientar a prestação de contas de 
projetos dos pesquisadores, divulgar editais associados à internacionalização da 
Unesp e organizar eventos que levem à integração dos alunos estrangeiros nas 
unidades”, explicou.</p>
<p>Segundo a pró-reitora, o Ecap criará um portal na internet para dar apoio aos 
escritórios regionais e levantará dados gerais sobre projetos e financiamento de 
pesquisas da Unesp, produzindo relatórios anuais de pesquisa.</p>
<p>“O Ecap terá um papel importante de agregar dados gerais sobre os projetos de 
pesquisa apoiados na universidade. Com isso, será possível centralizar e 
monitorar a informação sobre o retorno dos projetos. Ter esses dados à 
disposição será fundamental para traçar políticas de pesquisa”, afirmou.</p>
<p><b>Pontos de Apoio></b></p>
<p>Em algumas unidades da Unesp já existem seções técnicas estruturadas, que 
serão aproveitadas. “A diferença é que agora, além de serem implantados em todas 
as unidades, os escritórios contarão com a contratação de pessoas qualificadas e 
treinadas especialmente com essa finalidade. Como haverá uma forte ênfase nas 
relações internacionais, esses profissionais precisarão ter domínio não apenas 
de toda a parte financeira e de gestão, mas também de línguas estrangeiras”, 
disse Giannini.</p>
<p>A Unesp tem atualmente 32 unidades distribuídas em 23 campi. A universidade 
conta ainda com 18 Pontos de Apoio FAPESP, que também servirão como embriões das 
novas estruturas de apoio técnico.</p>
<p>“Estamos contratando o pessoal e os quadros serão proporcionais à demanda, de 
acordo com um levantamento que fizemos sobre o número de projetos aprovados por 
cada unidade. Provavelmente, teremos um mínimo de três funcionários trabalhando 
em cada seção, mas isso irá variar de acordo com a necessidade de cada uma, 
considerando que a Unesp possui unidades com diferentes graus de complexidade”, 
disse Giannini.</p>
<p>O número de funcionários aumentará continuamente de acordo com a necessidade. 
Serão assistentes de suporte acadêmico e assistentes administrativos capazes de 
realizar todas as tarefas referentes à execução orçamentária e financeira dos 
projetos.</p>
“Começamos a organizar o treinamento do pessoal, a fim de estabelecer as 
novas seções técnicas e uniformizar os serviços das que já existem. O setor de 
recursos humanos está orientando as unidades a contratar pessoal com o perfil 
que precisamos. É possível que em seis meses a maior parte das estruturas já 
esteja operacional”, afirmou a pró-reitora de Pesquisa. <br clear="all"><br>-- <br>Carlos Palombini<br><a href="mailto:cpalombini@gmail.com" target="_blank">cpalombini@gmail.com</a><br><br>