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<p class=MsoNormal style='mso-margin-top-alt:auto;mso-margin-bottom-alt:auto'><span
style='font-family:"Times New Roman","serif"'>Caros colegas,<o:p></o:p></span></p>
<p class=MsoNormal><span style='font-family:"Times New Roman","serif"'>é com
muito prazer que comunico a vocês o lançamento, pela Editora UFMG, do livro
“<i>Vozes plurais: filosofia da expressão vocal</i>”, da filósofa
italiana Adriana Cavarero,</span><span style='font-family:"Times New Roman","serif";
color:windowtext'> </span><span style='font-family:"Times New Roman","serif"'>que
tive a honra de traduzir.<o:p></o:p></span></p>
<p class=MsoNormal><span style='font-size:10.0pt;font-family:"Verdana","sans-serif"'><o:p> </o:p></span></p>
<p class=MsoNormal><span style='font-family:"Times New Roman","serif"'>O livro
não é “sobre” música, mas é profundamente "musical", na
medida em que a música ali comparece organicamente, como um fio condutor a
articular uma série de discussões muito interessantes em que se imbricam
Filosofia, História, Literatura e Política. Reproduzo abaixo um dos textos que
fiz para a apresentação do volume que deverá estar à venda nas livrarias já nos
próximos dias.<o:p></o:p></span></p>
<p class=MsoNormal><span style='font-family:"Times New Roman","serif"'>Abraços,<o:p></o:p></span></p>
<p class=MsoNormal><span style='font-family:"Times New Roman","serif"'>Flavio
Barbeitas<o:p></o:p></span></p>
<p class=MsoNormal><span style='font-size:10.0pt;font-family:"Verdana","sans-serif"'><o:p> </o:p></span></p>
<p class=MsoNormal><b><span style='font-family:"Times New Roman","serif"'>Da
capa:<o:p></o:p></span></b></p>
<p class=MsoNormal><span style='font-family:"Book Antiqua","serif";color:windowtext'>Este
livro é uma reconstrução da história da voz como uma espécie de contraponto à
história – muito mais difundida e legitimada – do conceito. Aqui,
portanto, as Sereias homéricas jogam contra o filósofo. Mas nesse duelo
aparentemente desigual, elas não estão sozinhas. A seu lado, jogam o aedo
grego, o Deus dos hebreus, a ninfa Eco, o Flautista de Hamelin, as cantoras de
ópera e tantos outros representantes da <i>vocalidade</i>, da música, da
dimensão sonora da poesia e das culturas orais. <o:p></o:p></span></p>
<p class=MsoNormal><span style='font-family:"Book Antiqua","serif";color:windowtext'>Nessa
história, som e corpo se juntam à política. Afinal, o dado incontornável da voz
é que ela é absolutamente individual, única. Em qualquer comunicação oral, o
que se comunica não é apenas o conteúdo – palavras, conceitos – mas
antes, e sobretudo, a unicidade da voz. Assim, se é verdade que o homem é
animal político por possuir o <i>logos</i>, é também verdade que a centralidade
política da palavra pode ser pensada como um diálogo no qual o que se comunica
é a unicidade da voz de quem fala. Em outros termos, um diálogo que coloca em questão
a unicidade como subjetividade política.<o:p></o:p></span></p>
<p class=MsoNormal><span style='font-family:"Book Antiqua","serif";color:windowtext'>Numa
época em que se assiste à passagem a um novo sistema de poder (globalizado?
pós-estatal?), em que as categorias políticas do século XX parecem não valer
mais, torna-se urgente repensar essa subjetividade não ainda nos termos de um
indivíduo <i>neutro</i> e <i>genérico</i>, mas, quem sabe, por meio da
unicidade de cada falante, de cada participante. É aí que a voz pode nos ajudar
a repensar a palavra na política como profundamente relacionada à comunicação
de sujeitos que se expõem sempre como corporeidades únicas.<o:p></o:p></span></p>
<p class=MsoNormal><span style='font-family:"Book Antiqua","serif";color:windowtext'><o:p> </o:p></span></p>
<p class=MsoNormal><i><span style='font-family:"Book Antiqua","serif";
color:windowtext'>Adriana Cavarero</span></i><span style='font-family:"Book Antiqua","serif";
color:windowtext'> ensina Filosofia Política na Universidade de Verona e é
Professora Visitante na Universidade de Nova York. Destaca-se como estudiosa do
pensamento feminista e de Hannah Arendt.<o:p></o:p></span></p>
<p class=MsoNormal><o:p> </o:p></p>
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