<div>Caros</div><div><br></div>Acho que o prof. Mannis tocou em pontos cirúrgicos no que diz respeito à situação do ensino de composição no Brasil. Os fatores apontados por ele, são causas (embora não as únicas) da relativa desvalorizacão que a área da composição vem sofrendo em detrimento de outros cursos mais "úteis" (com perdão do termo impreciso e sem intenção de ironizar).<div>

<br></div><div>É de fato urgente um "redesenho" no currículo e, mais urgente ainda, me parece, que o pensamento acadêmico sobre composição musical (afinal de contas um lugar de aplicação da criatividade)  amplie seu alcance, tanto no que diz respeito às concepções de forma, material, processos - ou seja, assuntos intrínsecos ao compor em si - tanto quanto em relação aos contextos: dialogar com ambientes culturais outros que não apenas o da "música de concerto" (transcendendo concepções dicotômicas: música popular X erudita, compositor X intérprete, etc etc) e diversificar os procedimentos pedagógicos e epistemológicos.</div>

<div><br></div><div>Para isso, seguindo na concordância com a fala do Mannis, é fundamental repensar metodologias. "Inventar metodologias em função das necessidades dos alunos" me parece não apenas o mais desejável, como também o mais indicado. Sintomático.</div>

<div><br></div><div>Tom Zé (que aliás, estudou composição na universidade), em sua canção "Complexo de Épico", define o professor universitário como "<span style="font-family:'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif;font-size:13px;line-height:19px">aquela tal classe </span><span style="font-family:'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif;font-size:13px;line-height:19px">que, ou passa a aprender com os alunos </span><span style="font-family:'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif;font-size:13px;line-height:19px">- quer dizer, com a rua - </span><span style="font-family:'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif;font-size:13px;line-height:19px">ou não vai sobreviver". Curiosamente, o refrão da canção diz: "Todo compositor brasileiro é um complexado"</span></div>

<div><br></div><div>Acho válida a reflexão. </div><div><br></div><div>Abraços, </div><div><br></div><div>Pedro Filho</div><div><br><div class="gmail_quote">Em 29 de outubro de 2011 18:39,  <span dir="ltr"><<a href="mailto:jamannis@uol.com.br" target="_blank">jamannis@uol.com.br</a>></span> escreveu:<br>

<blockquote class="gmail_quote" style="margin:0 0 0 .8ex;border-left:1px #ccc solid;padding-left:1ex">Na unicamp tinhamos 10 vagas para composicao ate a licenciantura comecar.<br>
Agora sao 5 vagas.<br>
Mas a procura tb caiu, penso que deviddo ao fato de haver um descompasso entre o que se aprende e aquilo que de fato se operacionaliza no exercicio pratico profissional hoje em dia.<br>
<br>
Ha urgencia de um redesenho do curso de composicao, disciplinas a serem incluidas e outras a serem remodeladas e revistas.<br>
<br>
Tb o tipo de aula deve ser revisto. Se nossa pratica e essencialmente ao redor da heuristica eh preciso que as atividades praticadas em aula estejam dirigidas a esse objtivo. Ou seja, eh necessario rever a metodologia de ensino.<br>


<br>
Inventar metodologias em funcao das necessidades dos alunos seria o mais desejavel, mas eh tb o mais dificil.<br>
<br>
Abs<br>
<br>
Mannis<br>
<br>
--<br>
José Augusto Mannis<br>
<a href="tel:%2B55%2019%2081163160" value="+551981163160" target="_blank">+55 19 81163160</a><br>
<a href="mailto:jamannis@uol.com.br" target="_blank">jamannis@uol.com.br</a><br>
<br>
-----Original Message-----<br>
From: josé henrique padovani <<a href="mailto:zepadovani@gmail.com" target="_blank">zepadovani@gmail.com</a>><br>
Sender: <a href="mailto:sonologia-l-bounces@listas.unicamp.br" target="_blank">sonologia-l-bounces@listas.unicamp.br</a><br>
Date: Sat, 29 Oct 2011 12:40:44<br>
To: <<a href="mailto:anppom-l@iar.unicamp.br" target="_blank">anppom-l@iar.unicamp.br</a>>; "Pesquisadores em Son ologia (Música)"<<a href="mailto:sonologia-l@listas.unicamp.br" target="_blank">sonologia-l@listas.unicamp.br</a>><br>


Reply-To: Pesquisadores em Sonologia (Música)<br>
 <<a href="mailto:sonologia-l@listas.unicamp.br" target="_blank">sonologia-l@listas.unicamp.br</a>><br>
Subject: [Sonologia-l] situação da composição e d<br>
<div> a musicologia nos (novos) cursos de música<br>
<br>
</div><div><div></div><div>Olá a todos,<br>
<br>
Recebi algumas respostas ao e-mail original e estou encaminhando essa<br>
resposta às listas e, privadamente, às pessoas responderam diretamente a<br>
mim. Espero, no futuro, poder delinear melhor um panorama a partir do<br>
que recebi (ou vier a receber). No momento ando consideravelmente<br>
atarefado e, de toda maneira, minha intenção é mais aquela de estimular<br>
um debate do que a de realizar um estudo.<br>
<br>
Em síntese:<br>
<br>
Cursos mais tradicionais (UFMG, UFBA, UFRJ, Unesp, etc.) possuem<br>
graduação em composição, possuindo até 20 vagas p/ a área (Bahia). Me<br>
parece, no entanto que, na maioria dos cursos, o preenchimento de vagas<br>
fica no máximo em 10. Não estou certo de que seja assim em SP (se alguém<br>
souber os números por favor diga). [SP é, evidentemente, um caso a parte<br>
e conta com uma estrutura acadêmica singular, em grande parte devido à<br>
sua situação econômica, às universidades estaduais, mas também, é claro,<br>
devido à tradição da área e ao esforço pessoal de compositores do estado.]<br>
<br>
Já os cursos novos, em sua maioria, estão dedicados quase exclusivamente<br>
à implantação da licenciatura, o que, a princípio, é compreensível e<br>
justificável nesse momento histórico específico (tendo em vista a<br>
necessidade de formar professores p/ a educação básica). Não me parece<br>
justificável, entretanto, o fato de não se implantar novos cursos de<br>
composição em um momento de criação de novos centros acadêmicos ligados<br>
à música usando-se, para isso, o argumento da prioridade de se criar<br>
cursos de licenciatura. Ao meu ver, esse é um antagonismo artificial e<br>
prejudicial ao amadurecimento da área da música no país.<br>
<br>
Ao meu ver, a depreciação da composição (e da musicologia) certamente<br>
causa outros efeitos que esse baixo número de ingressantes/formandos<br>
nessas habilitações. Afeta, por exemplo, o próprio ambiente acadêmico<br>
que formará os futuros licenciados em música do país. Se é inegavelmente<br>
urgente criar as condições para que surjam novos professores de música,<br>
devemos pensar que esses professores se formam em um habitat<br>
universitário: e se não existirem modelos nesses ambientes que coloquem<br>
a criação e a pesquisa musicológica como atividades/posturas/valores<br>
importantes, penso que a própria formação desses professores (e de seus<br>
futuros alunos) estará seriamente comprometida.<br>
<br>
Por fim, acredito que essa situação deveria ser ao menos discutida de<br>
maneira menos reservada às salas de reuniões de departamentos, já que é<br>
de interesse público.<br>
<br>
Abraços e obrigado a todos os que me escreveram pelo retorno,<br>
(desculpem-me não responder individualmente a cada um)<br>
<br>
José Henrique<br>
<br>
--<br>
<a href="http://zepadovani.info" target="_blank">http://zepadovani.info</a><br>
_______________________________________________<br>
</div></div>sonologia-l mailing list<br>
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</div>