<table cellspacing="0" cellpadding="0" border="0" ><tr><td valign="top" style="font: inherit;">Caro Damián, <br><br>  Em relação a esta afirmação de seu email:<br><br>"As colocações do Valério e do Álvaro são pertinentes. A avaliação do 
trabalho precisa levar em conta o impacto na área e fora da área 
específica. Parte desse impacto depende da capacidade do músico de 
comunicar os resultados do seu trabalho para outros pesquisadores. 
Lamentavelmente, só o resultado sonoro não é suficiente."<br><br>    Fora da área do trabalho nada tem impacto nenhum! A menos que consideremos a imprevisível e produtiva esquizofrenia (no bom sentido) da interdiscilinariedade. Uma má compreensão da física quântica que faz vomitar os físicos tem dado frutos vergonhosos quando em diálogo com a história ou mesmo a arte. Interdisciplinaridade é dialogar com o lixo das outras áreas? Achoque para uma ideia poder dialogar em outras disciplinas, ela tem que demonstrar consistência dentro da própria área. <br>   Quanto a questão de o resultado sonoro não ser suficiente, o que você está reproduzindo é a velha máxima das leis de mercado: não basta o artista ser bom, ele tem que saber se vender. O resultado, mais cedo ou mais tarde se mostrará irrelevante nessa estrutura de venda. O mercado já chegou nesse ponto. Seguindo o raciocínio, a performance acadêmica
 também não demora a se capitalizar também.<br>   Acho necessário frisar que estamos falando de<span style="font-weight: bold; text-decoration: underline;"> performance acadêmica</span>, ou seja, aquela área de atuação específica em música que inclui o ensino, desenvolvimento e atuação de procedimentos interpretativos amparados por uma visão crítica, histórica, estética, em diálogo com a produção contemporânea e com a pesquisa de abordagens do repertório. A questão é se é essencial ou não a produção específica para o um professor dessa área. Ninguém é obrigado a fazer, mas os critérios de avaliação de professores pesquisadores artistas não podem colocá-los em uma situação de desvantagem curricular em relação a outros pesquisadores de áreas cujos modelos se adequaram melhor a critérios científicos, desde que estejam cumprindo a produtividade esperada em sala de aula, pesquisa e extensão. Tá tudo
 explicado no texto  divulgado do Charles, Keiffer e é esse ponto que acho que o Álvaro e o Valério não estão considerando, por pertinentes que sejam suas observações. <br>   Estou avisando faz tempo, essa dificuldade de consenso entre nós vai acabar validando a concepção de arte como livre iniciativa da vadiagem feita no tempo livre de pesquisadores considerados sérios só quando produzem pesquisa teórica nos moldes das revistas qualis A e dos parâmetros do congressos científicos internacionais.<br>   Eu acho isso um tiro no pé. <br><br>Abraços, <br><br>Luciano Cesar Morais<br><br>--- Em <b>dom, 3/6/12, Damián Keller <i><musicoyargentino@hotmail.com></i></b> escreveu:<br><blockquote style="border-left: 2px solid rgb(16, 16, 255); margin-left: 5px; padding-left: 5px;"><br>De: Damián Keller <musicoyargentino@hotmail.com><br>Assunto: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e
 ciência<br>Para: anppom-l@iar.unicamp.br<br>Data: Domingo, 3 de Junho de 2012, 15:23<br><br><div id="yiv375353784">

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<div><div dir="ltr">
<div><span style="font-size:10pt;">Oi Alexandre,</span></div><div><br></div><div>> Todas as questões formuladas, todo o debate gerado, todos os insights, só surgiram a partir de "problemas" que são parte de seus processos criativos.</div><div><br></div><div>Concordamos. E aí tenho que fazer um adendo, a reflexão teórica forma parte desse processo criativo.</div><div><span style="font-size:10pt;">A parte questionável está nestas afirmações...</span></div><div><br></div><div>> Também acredito que a avaliação por pares não é a fórmula mágica da qualidade. Ela no máximo mantém um nível, digamos, estatístico, uma média. Alguém habituado a publicar artigos facilmente pode escrever algo "genérico" e tê-lo publicado. Sem esforço.</div><div><br></div><div>Vc já tentou publicar em revistas internacionais indexadas? Não falo em science ou nature, revistas menos visadas da nossa área mesmo. Eu cheguei a demorar 2 anos para
 conseguir ter um artigo aceito, e isso não inclui o trabalho prévio em programação, composição e aferição de resultados, estou falando só da parte escrita.</div><div><br></div><div>As colocações do Valério e do Álvaro são pertinentes. A avaliação do trabalho precisa levar em conta o impacto na área e fora da área específica. Parte desse impacto depende da capacidade do músico de comunicar os resultados do seu trabalho para outros pesquisadores. Lamentavelmente, só o resultado sonoro não é suficiente.</div><div><br></div><div>Por enquanto, a única forma de garantir a qualidade do trabalho é a avaliação anônima por pesquisadores experientes. Essa é a prática adotada internacionalmente em todas as áreas. Por isso parte do argumento do Charles não se sustenta. O Qualis está errado justamente nos itens em que não adota os mecanismos de avaliação aceitos
 internacionalmente.</div><div><br></div><div>Abraço,</div><div>Damián</div>                                      </div></div>
</div><br>-----Anexo incorporado-----<br><br><div class="plainMail">________________________________________________<br>Lista de discussões ANPPOM<br><a href="http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l" target="_blank">http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l</a><br>________________________________________________</div></blockquote></td></tr></table>