<br><h1 class="post-title">Os 15 engodos do PROIFES-Federação</h1>          

                <p><strong>A lógica da falácia do Proifes: construir uma falsa pauta em cima do que o governo apresenta. <em>Tudo foi atendido!</em>  </strong></p>
<p> <a href="http://andesufrgs.wordpress.com/2012/07/29/os-15-engodos-do-proifes-federacao/">http://andesufrgs.wordpress.com/2012/07/29/os-15-engodos-do-proifes-federacao/</a></p>
<p>A diretoria da Adufrgs/Proifes fez em junho uma enquete: 
“considerando que o governo está disposto a negociar, você acha que 
deveríamos deflagrar uma greve?” Claro que todos já sabiam de antemão o 
resultado. Algumas semanas mais tarde, no dia 10 de julho, a Assembleia 
convocada pela Adufrgs, decidiu pela deflagração imediata da greve. 
Agora, antes mesmo de saber a segunda proposta do governo, a carta do 
Presidente do Proifes já antecipava, “aceitaremos”. Após a divulgação da
 segunda proposta do governo, sem ouvir suas bases, o Presidente 
fundador do Proifes declara: “considerando que os 15 pontos de pauta 
foram atendidos”, aceitaremos a proposta do governo. A UFBA (uma das 7 
bases do Proifes), em Assembleia, anunciou o fim do repasse ao Proifes e
 iniciou a campanha “Não em nosso nome!”. A Assembleia da UFG (outra 
base do Proifes) tomou a mesma decisão, aderindo também à campanha. Os 
professores perceberam como a pauta do Proifes mudou ao longo do tempo, 
sem discussão com as bases.</p>
<p>Mas, afinal, quais são os 15 pontos da pauta do Proifes que foram 
“amplamente atendidos pelo governo?” Vamos mostrar a seguir como se 
constrói uma pauta de reivindicações em sintonia com a pauta do governo.</p>
<p> </p>
<p><strong>Questões relacionadas à carreira</strong></p>
<p><strong>1. Remover as barreiras de progressão na carreira de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT). </strong><em>O governo aceitou, diz o Proifes!</em></p>
<p><strong>Falso! </strong>As barreiras estão mantidas, como são hoje. 
Vangloriam-se de que a CCT (Certificação de Conhecimento Tecnológico), 
que vai ser instituída “no futuro”, permitirá a progressão dos 
professores do EBTT. Os documentos anteriores do Proifes apontavam que a
 CCT era vaga e que não correspondia à realidade. E agora? Continua a 
CCT sem definição e jogada para o futuro.  Só a confiança cega no futuro
 e no governo sustenta a mudança de posição do Proifes.</p>
<p> </p>
<p><strong>2. Remover as barreiras de progressão na carreira do Magistério Superior (MS); </strong><em>O governo aceitou, diz o Proifes!</em></p>
<p><strong>Falso! </strong>O ANDES-SN tem como pauta a incorporação do 
Titular à Carreira. O Proifes era contra! Sempre foi. Vejam os 
documentos do Proifes anteriores à proposta do Governo. Defendia 16 
níveis na carreira e que o cargo de titular se mantivesse como está. 
Aceitou a mudança depois que o governo anunciou. Agora, graças à greve, 
temos uma carreira com início e fim, mas foram mantidas barreiras e uma 
organização “artificial” em classes. Ainda não sabemos, de fato, como 
vai ser a progressão/promoção. Um grupo de trabalho (GT), pela proposta 
do governo, vai decidir (no futuro) sobre as regras de progressão. Foi 
exatamente a intransigência do governo no GT anterior, que nos levou à 
greve. Que garantia tem o Proifes de que “as barreiras” serão removidas?
 Fé no governo, mais uma vez.</p>
<p> </p>
<p><strong>3. Eliminar a restrição de vagas para promoção à Classe de Titular; </strong><em>Aceitaram, diz o Proifes!</em></p>
<p><strong>Falso! </strong>O Proifes mesmo argumenta: “os critérios para
 a promoção serão debatidos no mesmo GT descrito acima”. E a fé no 
governo não para.</p>
<p> </p>
<p><strong>4.  Manter o cargo isolado de titular, para possibilitar a absorção de professores qualificados de outras instituições; </strong><em>Aceitaram, diz o Proifes!</em></p>
<p><strong>Mentira! </strong>Essa novidade do governo apareceu na 
proposta do dia 24 de julho. Teremos dois ingressos para titular, um 
“por dentro” e outro “por fora”. O Proifes, como se fosse sua proposta, 
justifica: “para possibilitar a absorção de professores qualificados de 
outras instituições”. Não teriam as instituições, capacidade e 
autonomia, para decidir onde “enquadrar” na carreira um 
docente/pesquisador de outra instituição? Isso nunca foi central na 
discussão. Torna-se agora, para o Proifes, um dos 15 pontos pelos quais 
vale a pena fazer greve. Você teria entrado em greve por este ponto?</p>
<p> </p>
<p><strong>5.  Estabelecer critérios de transição para os atuais titulares; </strong><em>Aceitaram, diz o Proifes!</em></p>
<p><strong>Engodo! </strong>Faltou criatividade na elaboração dos 15 
pontos “inarredáveis” do Proifes. Esse é de novo uma maneira de dizer 
“estamos de acordo de que no futuro, um GT coordenado pelo governo, 
discuta um assunto para o qual não temos proposta”.  O Proifes, como não
 admitia mudança na classe Titular, não tem propostas sobre o 
reenquadramento. Este é outro ponto utilizado para justificar o GT: 
“evitar quaisquer prejuízos aos atuais titulares”.</p>
<p> </p>
<p><strong>6. Publicar imediatamente decreto regulamentando a progressão
 dos atuais docentes titulados de D1 para D2 e D3, conforme compromisso 
já assumido pelo governo na Mesa de Negociação; </strong><em>Aceitaram, diz o Proifes!</em></p>
<p><strong>Falso! </strong>O Proifes, como o governo, é contra a 
proposta de Carreira Única dos dois sindicatos nacionais (ANDES e 
SINASEFE). Em 2008, o Proifes assinou unilateralmente a proposta de 
carreira para o EBTT, onde essa “barreira” para progressão foi criada, 
desconsiderando a titulação dos docentes. Agora, para “mostrar serviço”,
 quer reverter a situação, através de um decreto específico. No entanto,
 não há nenhum decreto concreto <em>publicado ou enviado </em>pelo governo. É um compromisso do governo, <em>se houver acordo</em>. No entanto, seria melhor respeitar os professores do EBTT, que querem Carreira Única.</p>

<p> </p>
<p><strong>7. Eliminar todos os entraves à definição autônoma, pelas 
universidades e institutos federais, de regras de progressão, tais como o
 estabelecimento de limites mínimos de horas-aula (12h semanais no MS e 
índice a ser definido pelo MEC, no caso do EBTT) e de pontuação (setenta
 por cento do máximo estabelecido); </strong><em>Aceitaram, diz o Proifes!</em></p>
<p><strong>Falso! </strong>Isso será definido no futuro, por um GT. Nada
 agora. As 12h feriam a LDB. Grande vitória fazer o governo cumprir a 
Lei! E mais: 70% na pontuação é a redação que havia na GED. Uma 
gratificação de estímulo à docência. Lembram? O Proifes quer discutir 
isso, em breve, num GT. Só faltava essa! Precisamos de um GT para isso? 
Precisamos de um GT para reafirmar e defender a Autonomia das 
universidades?</p>
<p> </p>
<p><strong>8.  Corrigir distorções ocorridas quando da criação de 
professor associado e que prejudicaram, à época, professores mais 
antigos, ativos e aposentados, com reenquadramento que resgate sua 
trajetória histórica; </strong><em>Aceitaram, diz o Proifes!</em></p>
<p><strong>Falso! </strong>O reenquadramento proposto é para ativos. O 
caso dos aposentados, pela proposta do governo, será discutido no 
futuro, no tal GT. A proposta de remuneração com a atual malha salarial 
proposta pelo governo e <strong><em><span style="text-decoration:underline">defendida pelo Proifes</span></em></strong>, coloca os professores que se aposentaram como Adjunto (antes da criação da classe de Associado) <strong>48,14%</strong> abaixo do topo. A proposta da greve nacional é mudar a malha salarial. Colocar <em>steps </em>de
 5% entre os níveis e reenquadrar pelo topo, na posição na época da 
aposentadoria. Se o governo não aceita isso numa greve, vai aceitar num 
GT? Acordos de gabinete, como o Proifes fez em 2008 com a criação da RT,
 só agravaram as distorções que temos hoje na carreira.</p>
<p> </p>
<p><strong>9. Retirar da proposta temas não relacionados às carreiras, 
como a retribuição por projetos, a gratificação de preceptoria e outros;
 </strong><em>Aceitaram, diz o Proifes!</em></p>
<p><strong>Falso! </strong>Diz o Proifes: “Foram retiradas as duas propostas, que serão debatidas em outro <strong><em>espaço negocial</em></strong>”.
 Ou seja, num GT, novamente, no futuro. Se este assunto não é importante
 para discutir agora, porque ganharia importância para se tornar um 
“ponto vitorioso” do Proifes e motivo para “encerrar” a greve?</p>
<p> </p>
<p><strong>10. Criar programas de capacitação docente para permitir a 
titulação de professores das redes de MS e de EBTT e estimular a 
implantação de programas de pós-graduação específicos para a realidade e
 vocação dos Institutos Federais; </strong><em>Aceitaram, diz o Proifes!</em></p>
<p><strong>Engano</strong>! Será que o MPOG já ouviu falar no programa 
de capacitação docente da CAPES? Será que o MPOG sabe que quem cuida da 
implementação e avaliação de programas de pós-graduação no país é a 
CAPES? Tratarão disso, mais uma vez, no “famoso” GT.</p>
<p> </p>
<p><strong>11. Corrigir os valores propostos nas tabelas, de forma que 
nenhum docente tenha perda do poder aquisitivo de seus salários em março
 de 2015, em relação ao que recebia em julho de 2010. </strong><em>Aceitaram, diz o Proifes!</em></p>
<p><strong>Mentira</strong>!Para começo de conversa, a inflação 
projetada com base no ICV/DIEESE (entre julho de 2010 e março de 2015) 
não é de 24, 71% e sim, 35,55%. O Proifes faz a apologia a um suposto 
“aumento” afirmando que é o maior desde o plano real… Todos nós, 
professores, já fizemos as contas: com esta proposta do governo não 
teremos aumento, apenas minimizaremos as perdas. Além disso, a malha 
proposta mantém as distorções: os professores aposentados (como Adjunto)
 ficam mais afastados do topo salarial. Também não atende os degraus 
constantes de 5% como propõe o ANDES-SN, nem mesmo os degraus regulares 
do Proifes (2,5% entre os níveis e 5% entre as classes) que constam na 
Proposta divulgada em maio deste ano. Talvez o Proifes tenha abandonado 
essa proposta por que lá também constava 25% na passagem para Associado 1
 e 0% na passagem para Titular. Em síntese, dizer que a proposta do 
governo atende a reivindicação do Proifes é uma mentira escancarada! A 
não ser que eles admitam que um dos pontos de pauta era excluir ainda 
mais os aposentados. Será?</p>
<p><strong> </strong></p>
<p><strong>12. Antecipar as parcelas a serem implementadas para janeiro de 2013, janeiro de 2014 e janeiro de 2015;</strong><em> Aceitaram, diz o Proifes!</em></p>
<p><strong>Engano!</strong> Mais uma vez, faltou criatividade para 
inventar este ponto de pauta.  Diga-se de passagem, que parte do 
adicional que se concedeu (de 3,9 bi para 4,2 bi) foi exatamente para 
adiantar o reajuste e “perfumar” a proposta para os mestres com DE. 
Outra coisa. O Proifes sempre está preocupado com o impacto financeiro 
para o Governo. Por esta mesma razão, posicionou-se, em julho de 2011, 
pelo adiamento da incorporação da GEMAS. Aqui não é um caso de fé, mas 
de adesão completa.</p>
<p> </p>
<p><strong>13. Explicitar as tabelas de 2013 e 2014;</strong><em> Aceitaram, diz o Proifes!</em></p>
<p><strong>Conversa fiada!</strong> Isso nem é ponto de pauta. Faltou 
imaginação na hora  de inventar este ponto. O governo divulgou uma 
tabela salarial para março de 2015, anunciando verbalmente que 40% do 
reajuste seria pago em 2013 e mais duas parcelas de 30% em 2014 e 2015. O
 Proifes  transformou isso em ponto de pauta inarredável – saber quando 
vai ser  em 2013 e 2014. Ou seja, pedir ao governo que explicite mais a 
sua proposta. Que ousadia do Proifes! Mais surpreendente: o governo 
aceita explicitá-la!</p>
<p> </p>
<p><strong>Questões relativas à expansão do ensino superior público, com qualidade</strong></p>
<p><strong>14.  Aumentar o quantitativo dos Bancos de Professor 
Equivalente, tanto para o MS quanto para o EBTT (constituindo, neste 
último caso, banco específico para as Universidades);</strong><em> Aceitaram, diz o Proifes!</em></p>
<p><strong>Que mentira! </strong>Quem não sabe do aumento de vagas já 
aprovado no Congresso? Exatamente para, num primeiro momento, 
complementar as vagas prometidas para o REUNI. A greve nacional tem 
força, mas isso foi aprovado antes. Mentir para os colegas é feio.</p>
<p><strong> </strong></p>
<p><strong>15. Criar Grupo de Trabalho, com a presença do PROIFES, para 
debater as condições de trabalho e de infraestrutura nas Universidades e
 Institutos Federais, com os seguintes objetivos: a. analisar de forma 
sistemática as hoje existentes, com diagnóstico e avaliação crítica do 
atual quadro; b. encontrar soluções para os problemas existentes, com a 
implementação de pertinentes políticas.</strong><em> Aceitaram, diz o Proifes!</em></p>
<p><strong>Parabéns ao Proifes. </strong>Eles pedem para, num outro 
momento, num outro cenário, discutir os problemas de infraestrutura das 
Universidades e Institutos. Que coragem! E mais uma vez, 
surpreendentemente, o governo aceita.</p>
<p> </p>
<p><strong><em>Em resumo</em></strong><strong>, TODAS as reivindicações do Proifes </strong>(as de Maio deste ano)<strong> NÃO FORAM ACEITAS:</strong></p>
<p>Malha salarial com <em>steps</em> de 2,5% (entre os níveis) e 5% 
(entre as classes); Carreira docente com 16 níveis e separada do 
Titular; Valorização fixa sobre titulação e regime de trabalho. Nada 
disso foi aceito. No entanto, eles continuam lutando lado a lado com o 
governo, contra a incorporação da RT (uma gratificação que continua 
sendo mais de 60% da nossa remuneração) e contra a unificação das 
carreiras dos docentes federais. Reivindicações de suas bases.</p>

<p>A direção do Proifes entrou contrariada nesta greve, sob pena de 
perder lugar na mesa de negociação. Agora, para sair, inventou os “15 
pontos inarredáveis”. Mente descaradamente para tentar convencer da 
“vitória” do Proifes. O pior é que todos os pontos de vitória estão 
condicionados ao GT, exatamente o mesmo artifício que o governo usou 
para não resolver os problemas da Carreira e que nos levou à greve 
nacional.</p><p>por <a href="http://andesufrgs.wordpress.com/author/andesufrgs/" title="View all posts by andesufrgs">andesufrgs</a> em <em>29 de julho de 2012</em></p>-- <br><div>carlos palombini<br></div><a href="http://www.researcherid.com/rid/F-7345-2011" target="_blank">www.researcherid.com/rid/F-7345-2011</a><br>