O assunto debatido é muito interessante, pois, envolve questões de valoração, sentido e signficado em música. Disso tudo que foi colocado, coincidentemente, venho pensando no fato de vários intelectuais que pesquisam música popular massificada virem abandonando toda e qualquer discussão crítica da acepção adorniana de "indústria cultural". Aliás, não tenho lido muita crítica atual e bem elaborada sobre o trabalho de Adorno. Em geral, os intelectuais têm escrito em torno de uma a cinco linhas sobre Adorno, sempre abandonando a discussão prematuramente com a seguinte opinião: "as concepções apocalipticas de Adorno". N entre N pesquisadores que tenho lido abandonam Adorno com esta máxima do seu "pensamento apocaliptico", deixando pra trás uma discussão que ainda está na ordem do dia, apesar dos equivocados juízos de valor adornianos. Não adianta muito dizermos que "a MPB está chata", que o "bom gosto" da classe média faliu", nem que "as musicalidades massificadas são muito importantes". Tudo isso pode ser verdade, mas não aprofunda muito a discussão. Talvez seja mais interessante adentrarmos nos processos e nas redes de relacionamentos envolvidos na produção e circulação da música em foco. Alguém ganha e alguém perde? O que? Qual a distribuição reputacional de cada categoria profissional envolvida? Qual a participação - inclusive nos ganhos e perdas - do público? Tudo isso pode ser diferente se algumas iniciativas forem tomadas na sociedade civil? E se a execução pública de música for regulamentada de outra maneira? São questões que podem elucidar mais os referidos processos.<br>
<br>Climério de Oliveira.<br clear="all"><br>-- <br>Climério de Oliveira Santos<br><br>(81) 9945-9434<br>(21) 8001-6586 <br><br>Obs.: Por favor, lembre-se de responder confirmando que recebeu esta mensagem.<br>