Luciano,<br><br>(Não uso o "caro" porque acho que essas formalidades, significativas ou não, tendem a impregnar de cerimônia a discussão, que prefiro direta e sem perífrases).<br><br><div class="gmail_quote"><blockquote class="gmail_quote" style="margin:0 0 0 .8ex;border-left:1px #ccc solid;padding-left:1ex">

<table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0"><tbody><tr><td style="font:inherit" valign="top"><br><blockquote style="border-left:2px solid rgb(16,16,255);margin-left:5px;padding-left:5px"><div><div>Explique o absurdo então, quais são essas relações? Seria mais útil, ao invés de afirmar um suposto desconhecimento que essa frase supostamente mostra. Onde está a
 sua própria exigência de discutir com critérios científicos se você mesmo simplesmente rechaça, censura e condena? Onde está o argumento? Eu poderia discutir sua afirmação solta de que o Estado realmente representa a classe dominante (principalmente no Brasil de alguns anos), mas nem por isso me autorizo a desconsiderar o seu conhecimento. Porque você se autoriza a taxar o meu de irrelevante?<br>

</div></div></blockquote></td></tr></tbody></table></blockquote><div><br>O "irrelevante" se aplicava ao argumento <i>ad hominem</i>. A consideração é absurda (hipérbole) na medida em que constitui uma generalização avassaladora, que não leva em conta os fatos e supõe que a música popular seja alienada caso não expresse o engajamento dos Chico, Milton, Caetano em suas catarses de classe (suponho, se me permite). Por outro lado, eu concordaria se você tivesse dito que determinado tipo de funk foi, até recentemente, uma licença dada no interesse da manutenção de uma expoliação. <br>

<br>Não é possível falar aqui do funk carioca genericamente, porque mesmo no grupo social ao qual o associamos, há divergências a seu respeito. Elas vão da rejeição à aceitação como um modo de vida, uma identidade, e passam pela aceitação seletiva de um funk "do bem" contraposto a um "funk do mal" (ideia cara à mídia), pela nostalgia de um funk de raiz (o das duplas dos anos 1990), ideia cara às gerações mais antigas, pelo silêncio tácito acerca do Proibidão, útil aos políticos em campanha, para não falar da recusa estratégica de determinados aspectos em determinadas situações a fim de tornar o produto palatável quando a coisa em si seria pura e simplesmente deletada. Afora isso, há a questão dos sub-gêneros, cujas problemáticas, nesse aspecto, são distintas. As modalidades que me interessam são, sobretudo, duas: o Proibidão e a Putaria.<br>

<br>Não vou entrar aqui numa discussão aprofundada das relações entre o funk carioca e a classe dominante, ou, mais especificamente, o grande capital inter ou transnacional. Existe uma literatura sobre o assunto, que não foi esgotado. De fato, tomar o Estado pela classe dominante é também um generalização grosseira, que não tenho como justificar agora. Para encurtar a discussão, limito-me a explicar de que modo o Proibidão foi licença dada.<br>

<br>Como se torna a cada dia mais evidente, o comércio de substâncias ilícitas depende da cooperação de representantes do Estado, nos três poderes, e dos grandes interesses financeiros. Ele movimenta capitais enormes, somando-se cocaína e armas, que seriam drasticamente reduzidos se  o comércio fosse legalizado. As políticas de segurança pública e os discursos presidenciais fornecem indicações claras do que a erradicação desse comércio não interesse aos chefes de executivo dos três últimos mandatos presidenciais. As UPPs não eliminaram nem têm o objetivo de eliminar o tráfico. Elas existem em função dos grandes capitais transnacionais que afluem ao Rio. Na medida em que uma das facções (precisamente aquela na qual floresce o Proibidão) é combatida, outras se fortalecem, sem certo discurso combativo, em alianças com a polícia, ou substituídas pelas milícias. É nesse sentido que o Proibidão foi, até recentemente, licença dada pela classe dominante, que simulou combatê-lo da mesma forma como simula combater o tráfico. <br>

<br><br><br><br> </div><blockquote class="gmail_quote" style="margin:0 0 0 .8ex;border-left:1px #ccc solid;padding-left:1ex"><table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0"><tbody><tr><td style="font:inherit" valign="top">

<blockquote style="border-left:2px solid rgb(16,16,255);margin-left:5px;padding-left:5px"><div><div></div><br><br><div><div><div>
 </div><blockquote style="margin:0 0 0 .8ex;border-left:1px #ccc solid;padding-left:1ex"><table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0"><tbody><tr><td style="font:inherit" valign="top"><p style="text-indent:35.4pt">
<font color="#ff0000"><span lang="PT-BR">"Mas trabalhar em projetos sociais – como é o
meu caso – talvez também ajude a alimentar um olhar mais aproximado sobre a
representatividade que os moradores de comunidades de periferia efetivamente conferem
a esse gênero musical.</span></font></p></td></tr></tbody></table></blockquote></div><div><div><font color="#ff0000"><br>É evidente que o funk carioca não é o representante de comunidades e favelas. Tampouco se propõe sê-lo. Quem se apresenta como tal são os MCs do hip-hop"</font><br>

<br></div>Ok, grato. Mas a defesa do funk enquanto gênero legítimo de representatividade social é coisa que eu tenho ouvido por aí, especialmente entre a mídia de classe média. Até Michel Teló tem sido vendido como genuíno representante da música brasileira. Se você não concorda com isso, me desculpe, estamos no mesmo lado em algumas questões, pelo menos.</div>

</div></div></blockquote></td></tr></tbody></table></blockquote><div><br>Como creio já ter dito, não me coloco facilmente no papel de julgar a legitimidade de uma manifestação musical, e se o fizesse, escolheria de preferência as manifestações de minha própria classe, de meu próprio grupo, e.g. as músicas acadêmicas. É evidente que o funk carioca é uma manifestação musical em interação com culturas, socidades, políticas, ideologias. Através dessa manifestação, desenvolveu-se um <i>know how</i> (uma técnica, uma arte). Ela movimenta um capital enorme e local. Se vc me desculpa a autocitação, no interesse da brevidade:<br>

<br><blockquote style="margin:0px 0px 0px 0.8ex;border-left:1px solid rgb(204,204,204);padding-left:1ex" class="gmail_quote"><font size="1">According to FGV, in 2008 the earnings of the 164 MCs, 90 DJs, 67 <i>equipes</i> and 248 peddlers whose income depended on the <i>bailes</i> added up to well over R$17,000,000 in the city o Rio alone (FGV Opinião 2008, 79). <br>
</font></blockquote>
<br>Aparte o interesse financeiro, existe o interesse musical (desculpe as assonâncias, não tenho tempo para me corrigir). Do ponto de vista do <i>ethos</i>, não há nada comparável aos melhores Proibidões na música brasileira. Que para muitos seja desejável que não houvesse, é manifestação de interesse de classe. Do ponto de vista acadêmico, os problemas que ele propõe à musicologia são de natureza a exigir o avanço da disciplina. Do ponto de vista das subjetividades envolvidas, ele fornece uma forma de reorganização. Trata-se de cultura no sentido mais fundamental do termo, sobre a qual talvez dissesse Walter Benjamin:<br>

  <br><blockquote style="margin:0px 0px 0px 0.8ex;border-left:1px solid rgb(204,204,204);padding-left:1ex" class="gmail_quote"><font size="1">A luta de classes, que um historiador educado por Marx jamais perde de 
vista, é uma luta pelas coisas brutas e materiais, sem as quais não 
existem as refinadas e espirituais. Mas na luta de classes essas coisas 
espirituais não podem ser representadas como despojos atribuídos ao 
vencedor. Elas se manifestam nessa luta sob a forma da confiança, da 
coragem, do humor, da astúcia, da firmeza, e agem de longe, do fundo dos
 tempos.<br></font></blockquote><br>O fato de que essa <font>confiança, essa 
coragem, esse humor, essa astúcia, e essa firmeza tenham-se desenvolvido sob o amparo de uma associação de comerciantes do varejo de substâncias ilícitas é talvez, das denúncias contra o sistema, o Estado, o regime ou o governo, a mais eloquente.<br>
</font><br> </div><blockquote class="gmail_quote" style="margin:0 0 0 .8ex;border-left:1px #ccc solid;padding-left:1ex"><table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0">
<tbody><tr><td style="font:inherit" valign="top"><blockquote style="border-left:2px solid rgb(16,16,255);margin-left:5px;padding-left:5px"><div><div><div><font color="#ff0000"><br> <br></font></div><div><blockquote style="margin:0 0 0 .8ex;border-left:1px #ccc solid;padding-left:1ex">

<table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0"><tbody><tr><td style="font:inherit" valign="top">

<p style="text-indent:35.4pt"><font color="#ff0000"><span lang="PT-BR">"Não entendo como
a crítica feita a partir desses dois pontos (estratificação de estruturas de
poder e apologia a uma cultura isolada, uma reforçando a outra) seja a de uma “mentalidade
colonizada”, até porque não aleguei em momento nenhum, comparação com qualquer
manifestação cultural de “elite”.</span></font></p></td></tr></tbody></table></blockquote></div><div><div><font color="#ff0000"><br>"Em primeiro lugar, o termo "apologia", extraído de uma legislação inconstitucional, já desqualifica seu texto, e mostra exatamente o lugar de onde vc fala. Em segundo, falar de "estratificação de estruturas de poder" em relação a subgêneros como o Proibidão ou a Putaria é desconhecê-los enquanto linguagem musical."</font><br>

 
<br></div>Essa foi dura de ler. Antes de mais nada, apologia é "louvor, elogio" (dicionário Unesp, 2004). Agora me explique: como é que o uso de uma palavra pode desqualificar meu texto? Como é que a associação desta palavra com uma legislação inconstitucional (aliás, que legislação é essa, a qual todos deveríamos associar a palavra "apologia"???) pode levar a desqualificação de meu texto?! Que tipo de crítica é essa? Será que o Silvio Ferraz, em sua argumentação violenta, tem razão ao te associar a um dogmatismo radical? Quero crer que não, mas você realmente fala sério ao pontuar o lugar social de minha fala a partir do uso de uma palavra? E, pior ainda, me desqualificar como fez, a partir da conclusão (falsa, porque eu é que sei de que classe social eu faço parte, posso te mandar meu hollerite) sobre o lugar social a que você acha que pertenço?<font color="#ff0000"> <br>
</font></div></div></div></blockquote></td></tr></tbody></table></blockquote><div><br>Usei a expressão "lugar de onde se fala" no sentido que lhe atribui Barthes, retomando Lacan. Não me refiro a classe social. E vc não usou o termo apologia uma, mas inúmeras vezes. As legislação (inconstitucional) contra a "apologia ao crime" é da Alerj, que, entre 1999 e 2008, gastou boa parte de seu tempo com ela. É digno de nota que a mais draconiana dessas leis, que joga os bailes nas mãos das polícias, foi proposta por um deputado hoje cassado por corrupção. Eis a lista:<br>
<br><p class="MsoNormal" style="line-height:200%;margin:6pt 0 0 35.3pt">Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. 2009. “Lei 5544, de 22 de setembro”. Rio de Janeiro: Alerj. <<a title="Lei 5544/2009" href="http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/CONTLEI.NSF/c8aa0900025feef6032564ec0060dfff/e10aa060221680ff8325763c005ac9dc?OpenDocument" target="_blank">alerjln1.alerj.rj.gov.br/CONTLEI.NSF/c8aa0900025feef6032564ec0060dfff/e10aa060221680ff8325763c005ac9dc?OpenDocument</a>>. <br>
</p>
<p class="MsoNormal" style="line-height:200%;margin:6pt 0 0 35.3pt"><span style="font-size:12pt;font-family:'Times New Roman'">―――</span>. 2009. “Lei 5543, de 22 de setembro”. Rio de Janeiro: Alerj. <<a title="Lei 5543/2009" href="http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/CONTLEI.NSF/c8aa0900025feef6032564ec0060dfff/78ae3b67ef30f23a8325763a00621702?OpenDocument" target="_blank">alerjln1.alerj.rj.gov.br/CONTLEI.NSF/c8aa0900025feef6032564ec0060dfff/78ae3b67ef30f23a8325763a00621702?OpenDocument</a>>. <br>
</p>
<p class="MsoNormal" style="line-height:200%;margin:6pt 0 0 35.3pt"><span style="font-size:12pt;font-family:'Times New Roman'">―――</span>. 2008. “Lei 5265, de 18 de junho”. Rio de Janeiro: Alerj. <<a title="Lei 5265/2008" href="http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/CONTLEI.NSF/c8aa0900025feef6032564ec0060dfff/ede57aa198e6e98d8325746d00606539?OpenDocument" target="_blank">alerjln1.alerj.rj.gov.br/CONTLEI.NSF/c8aa0900025feef6032564ec0060dfff/ede57aa198e6e98d8325746d00606539?OpenDocument</a>>.<br>
</p><p class="MsoNormal" style="line-height:200%;margin:6pt 0 0 35.3pt">












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</p><p class="MsoNormal" style="margin-top:0cm;margin-right:0cm;margin-bottom:3.0pt;margin-left:34.0pt;line-height:150%"><span style="font-family:"Times New Roman"" lang="PT-BR">———. 2003. “Lei 4264, de 30 de dezembro”. Rio de
Janeiro: Alerj, <<a href="http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/CONTLEI.NSF/bc008ecb13dcfc6e03256827006dbbf5/d61010f875507ee383256e14004fe90f?OpenDocument">alerjln1.alerj.rj.gov.br/CONTLEI.NSF/bc008ecb13dcfc6e03256827006dbbf5/d61010f875507ee383256e14004fe90f?OpenDocument</a>>.</span></p>







<p class="MsoNormal" style="line-height:200%;margin:6pt 0 0 35.3pt"><span style="font-size:12pt;font-family:'Times New Roman'">―――</span>. 2000. “Lei 3410, de 29 de maio”. Rio de Janeiro: Alerj. <<a title="Lei 3410/2000" href="http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/CONTLEI.NSF/c8aa0900025feef6032564ec0060dfff/756831a75d413aa4032568ef005562d8?OpenDocument" target="_blank">alerjln1.alerj.rj.gov.br/CONTLEI.NSF/c8aa0900025feef6032564ec0060dfff/756831a75d413aa4032568ef005562d8?OpenDocument</a>>.<br>
</p><br><br>Sobre a inconstitucionalidade dessa legislação, veja a Constituição de 1988:<br><br>Assembleia Nacional Constituinte. 1988. <em>Constituição da República Federativa do Brasil</em>. Brasília: Senado Federal, <<a title="www.senado.gov.br/legislacao/const" href="http://www.senado.gov.br/legislacao/const" target="_blank">www.senado.gov.br/legislacao/const</a>>.<br>
<br>Em particular, examine:<br><br><a href="http://www.senado.gov.br/legislacao/const/con1988/CON1988_05.10.1988/art_5_.shtm">Título  II </a> 
                 - 
                 Dos Direitos e Garantias Fundamentais
                ( <a href="http://www.senado.gov.br/legislacao/const/con1988/CON1988_05.10.1988/art_5_.shtm">art. 5</a>
                    a <a href="http://www.senado.gov.br/legislacao/const/con1988/CON1988_05.10.1988/art_17_.shtm">art. 17</a> )
<br><br>São, de acordo com o <i>Dicionário jurídico</i> de Maria Helena Diniz (Saraiva, 2008, 4 vv), 












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--></style><span style lang="PT-BR">cláusulas pétreas: não podem sofrer emenda e tornam inoperantes quaisquer
leis que entrem em conflito com elas ou as limitem. Isto se aplica a todos os
direitos e garantias individuais, entre eles: “é livre a expressão da atividade
intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de
censura ou licença”; e “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”.</span><span style lang="PT-BR"> Para modificá-las ou removê-las
seria necessária uma revolução. <br><br>Se não confiar em mim (recomendo que não o faça), assita ainda a esta entrevista do jurista Nilo Batista:<br><br><a href="http://www.youtube.com/watch?v=xYjACv3LQXc">www.youtube.com/watch?v=xYjACv3LQXc</a><br>
<br>Ou a esta, da socióloga Vera Malagutti Batista:<br><br><a href="http://www.youtube.com/watch?v=LcAe_iGvhc0">www.youtube.com/watch?v=LcAe_iGvhc0</a><br><br>Nilo prepara um livro sobre o assunto.<br></span>





<br> </div><blockquote class="gmail_quote" style="margin:0 0 0 .8ex;border-left:1px #ccc solid;padding-left:1ex"><table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0"><tbody><tr><td style="font:inherit" valign="top"><blockquote style="border-left:2px solid rgb(16,16,255);margin-left:5px;padding-left:5px">
<div><div><div><font color="#ff0000">
<br><br><br></font></div><div><blockquote style="margin:0 0 0 .8ex;border-left:1px #ccc solid;padding-left:1ex"><table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0"><tbody><tr><td style="font:inherit" valign="top">
<p style="text-indent:35.4pt">
<font color="#ff0000"><span lang="PT-BR">"Sequer falei da relação de belo-não belo. Esse
preconceito, provavelmente, está na cabeça de quem leu". </span></font></p></td></tr></tbody></table></blockquote></div><div><div><font color="#ff0000"><br>Falou sim: falou de "estetização" da "expressão social e cultural de uma classe oprimida", como se, por ser de uma classe oprimida, não fosse arte, e necessitasse ser "estetizada" por um estrangeiro pervertido.</font><br>

 
<br><br></div>Continuo dizendo que não abordei a questão de distinção entre belo e não-belo para discutir o funk ou as fotos: a esteticização da expressão social que estou criticando é a que está sendo feita através da produção artística (muito bem realizada, de fato) do seu amigo fotógrafo. Eu NUNCA PREGUEI QUE UMA CLASSE OPRIMIDA NÃO TEM PRODUÇÃO ARTÍSTICA E NÃO CONCORDO COM ISSO. O que você está fazendo é tratar minha manifestação escrita (por um acadêmico sim, para um grupo de acadêmicos nos quais você está incluído, esse é o SEU lugar social também) com preconceito. E não sou eu quem acredita ser necessário um estrangeiro (a palavra "pervertido" é sua e do Silvio...) para esteticizar produção artística para que ela seja considerada bela... Pra mim, se uma arte está sendo esteticizada, já tem alguma coisa errada com o lugar social que ela ocupa...<br>
</div></div></div></blockquote></td></tr></tbody></table></blockquote><div><br>Tem razão, Vincent de fato mostra o bonito e o erótico. Ele tem fotos do terrível também, mas não as mostra para não colocar em risco aqueles a quem retrata. São fotos históricas. Vincent é o único a ter fotografado os bailes da Chatuba, o Maracanã do Funk. Não é o lugar que ele ocupa que está errado, mas o da opinião pública, tão bem representada e doutorada aqui. Quem dos distintos acusadores se deu ao trabalho de subir qualquer morro para saber do que está falando? Dos da classe de Vincent, poucos brasileiros, entre os quais Denise Garcia, para filmar <i>Sou feia mas tô na moda</i>.<br>
 </div><blockquote class="gmail_quote" style="margin:0 0 0 .8ex;border-left:1px #ccc solid;padding-left:1ex"><table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0"><tbody><tr><td style="font:inherit" valign="top"><blockquote style="border-left:2px solid rgb(16,16,255);margin-left:5px;padding-left:5px">
<div><div><div>
</div><div><blockquote style="margin:0 0 0 .8ex;border-left:1px #ccc solid;padding-left:1ex"><table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0"><tbody><tr><td style="font:inherit" valign="top"><br><br>  <font color="#ff0000"><br>
</font><br></td></tr></tbody></table></blockquote></div><div> Imaginei que você o conheceria, por isso o mencionei. Mas eu não apresentei uma súmula genérica, nem propus discutir a opinião dele. Citei um cara que está envolvido com a questão da arte de classes oprimidas (seu esclarecimento acima desloca a questão, eu reconheço). Citei uma declaração sua que eu testemunhei. Mas se o fato de eu estar discutindo questões no meio acadêmico não basta para que você sequer respeite minha opinião, não vejo porque iria respeitar minha menção.<br>
</div></div></div></blockquote></td></tr></tbody></table></blockquote><div><br><br>Não duvido do que vc diz. Mas não posso analisar a fala de Ferréz a partir de sua súmula. Eu conheço bem a hostilidade do hip-hop em relação ao funk. Mas há exceções. A primeira envolve o Racionais com o MC Felipe Boladão, 
provavelmente o mais brilhante dos MCs do funk paulista, executado pela 
polícia.<br>
<br><a href="http://www.youtube.com/watch?v=l9pLo1MgaPg" target="_blank">http://www.youtube.com/watch?v=l9pLo1MgaPg</a><br><br>A
 segunda combina o MC Mag (do hip-hop) e o MC Smith, astro máximo do 
proibidão no período compreendido entre a primeira (2007) e a segunda 
(2010) invasões do Complexo do Alemão. Letra, música e produção são de 
Mag. O clipe foi realizado no dia seguinte à libertação dos MCs Frank, 
Max, Tikão, Dido e Smith, ilegalmente detidos em 15 de dezembro de 2010.<br>
<br><a href="http://www.youtube.com/watch?v=qVqxSF3R9K8" target="_blank">http://www.youtube.com/watch?v=qVqxSF3R9K8</a><br><br><br> </div><blockquote class="gmail_quote" style="margin:0 0 0 .8ex;border-left:1px #ccc solid;padding-left:1ex">
<table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0"><tbody><tr><td style="font:inherit" valign="top"><blockquote style="border-left:2px solid rgb(16,16,255);margin-left:5px;padding-left:5px"><div><div><div>
</div><div><blockquote style="margin:0 0 0 .8ex;border-left:1px #ccc solid;padding-left:1ex"><table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0"><tbody><tr><td style="font:inherit" valign="top"><br></td></tr></tbody></table>
</blockquote></div><div><div><br></div>  Essa avaliação é digna do AI5. A expressão se reporta sim, a um processo de engano, mas não efetuado por essa ou aquela pessoa. Não é "esse" francês que está sendo enganado, é a apreciação das fotos, muito mais pelo processo de esteticização (agora sim) de uma cultura discutível enquanto tal (pois toda a forma de cultura é discutível enquanto tal, essa é uma das coisas que a define como cultura...). Esse processo independe até do autor das fotos. Trata-se de um movimento ideoógico, que pode estar ou não consciente na cabeça de quem o propaga. Reafirmo que no meu texto não há crítica a pessoa nenhuma. São tendências de
 percepções que estou levantando e que gostaria que fossem discutidas. Continuo perguntando onde está o parecer "ad hominem". Talvez a sua amizade revelada agora possa ter exacerbado sua suscetibilidade e isso é compreensível. Peço desculpas se ofendi de qualquer maneira a você ou a seu grupo de amigos. As fotos são ótimas. Mas os pontos continuam merecendo discussão, até por que, estamos em uma comunidade de músicos...<br>
</div></div></div></blockquote></td></tr></tbody></table></blockquote><div><br><br>Digno do AI-5 é a situação que reportei acima, que vc não percebe e diante da qual não se indigna. Usei um argumento de interpretação de texto, mais nada. Minha amizade pelo Vincent não impede que eu entenda o que se critica no trabalho dele. Apenas, tenho a certeza de que ele está fazendo algo positivo pelas pessoas que retrata. E se vc me provar que não, ainda assim, ele está fazendo alguma coisa diante de uma situação extrema. Conheço pouquíssimos dispostos a arriscar seu prestígio na afronta do senso comum da maioria silenciosa e omissa, conquanto vocífera. <br>
<br> </div><blockquote class="gmail_quote" style="margin:0 0 0 .8ex;border-left:1px #ccc solid;padding-left:1ex"><table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0"><tbody><tr><td style="font:inherit" valign="top"><blockquote style="border-left:2px solid rgb(16,16,255);margin-left:5px;padding-left:5px">
<div><div><div>
 <br></div><div><div> </div><blockquote style="margin:0 0 0 .8ex;border-left:1px #ccc solid;padding-left:1ex"><table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0"><tbody><tr><td style="font:inherit" valign="top"><p style="text-indent:35.4pt">


<font color="#ff0000"><span lang="PT-BR">Como acabo de dizer, manifestei uma opinião e estou realmente aberto a argumentos
que enriqueçam essa opinião, desde que haja discussão dos pontos levantados.
</span></font></p></td></tr></tbody></table></blockquote><div><font color="#ff0000"><br>Ei-la.</font><br><br></div></div></div>Mais ou menos, né? Vou pensar melhor na questão dos lugares sociais que o funk se pretende fazer parte. Enriqueceria minha experiência conhecer melhor o seu trabalho. Mas insisto no cuidado em atacar e censurar. A sua reação foi violenta e continua sendo. Se o Silvio se expôs ao ridículo segundo o seu ponto de vista, você está se expondo como um autoritário raso que sequer avalia quais questões estão sendo levantadas a partir de comentários a cerca de processos sociais.<br>
</div></blockquote></td></tr></tbody></table></blockquote><div><br><br>Lamento não o ter satisfeito. Boa parte de meus textos sobre proibidão está aqui. <br><br><a href="http://www.proibidao.org">www.proibidao.org</a><br>
<br>No interesse da parte que falta, sou forçado a dar a discussão por encerrada.<br><br>Violência intelectual é parte, como dizia Paulo Francis, "do make-up de minha desagradável personalidade".<br><br>Abraço,<br>
cvp<br> </div><blockquote class="gmail_quote" style="margin:0 0 0 .8ex;border-left:1px #ccc solid;padding-left:1ex"><table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0"><tbody><tr><td style="font:inherit" valign="top"><blockquote style="border-left:2px solid rgb(16,16,255);margin-left:5px;padding-left:5px">
<div>
<br>Luciano<br>
<div></div>
</div><div><br>-----Anexo incorporado-----<br><br><div>________________________________________________<br>Lista de discussões ANPPOM<br><a href="http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l" target="_blank">http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l</a><br>

________________________________________________</div></div></blockquote></td></tr></tbody></table></blockquote></div><br><br clear="all"><br>-- <br><div>carlos palombini<br></div><a href="http://www.researcherid.com/rid/F-7345-2011" target="_blank">www.researcherid.com/rid/F-7345-2011</a><br>


<div></div>
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