<h2>Sambista estava internado na Clínica Santa Branca, em Duque de Caxias, com câncer de próstata</h2>
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<p class="source"><a href="http://oglobo.globo.com/rio/morre-grande-mestre-sala-delegado-da-mangueira-6704824#" class="autor">Pablo Rebello</a></p><p class="source"><a href="http://oglobo.globo.com/rio/morre-grande-mestre-sala-delegado-da-mangueira-6704824#" class="autor">Aydano Andre Motta</a></p>

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<span class="label">Publicado:</span>
12/11/12 - <span class="hour">14h02</span>
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<div class="modified">
<span class="label">Atualizado:</span>
12/11/12 - <span class="hour">17h37</span></div></div>
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<img src="http://oglobo.globo.com/in/6704809-3db-d5e/FT500A/mestre-delegado.jpg" alt="
Mestre Delegado em ensaio na quadra da Mangueira em 30/09/2010
Foto: Gustavo Pellizzon / O Globo" height="375" width="500">
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Mestre Delegado em ensaio na quadra da Mangueira em 30/09/2010
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Gustavo Pellizzon / O Globo
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<p>RIO — Morreu na manhã desta segunda-feira, aos 90 anos, o mais famoso
 mestre-sala do carnaval carioca. Hélio Laurindo da Silva, conhecido 
como Delegado (por “prender” as cabrochas na conversa), era presidente 
de honra da Mangueira e estava internado na Clínica Santa Branca, em 
Duque de Caxias, com câncer. A notícia foi confirmada pelo presidente da
 escola de samba, Ivo Meirelles, em seu blog e na página que mantém no 
Facebook. </p><div class="widget" id="list-related"><p>“Lamento,
 profundamente, informar que acaba de falecer o maior mestre-sala de 
todos os tempos e nosso presidente de honra, Mestre Delegado! (...) E 
que Deus possa receber em paz a alma deste que, para mim, foi o mais 
mangueirense dentre todos os mangueirenses”, escreveu Ivo Meirelles.</p></div><p>O
corpo do mestre-sala será velado a partir das 19h desta segunda-feira,
na quadra da Mangueira, na Rua Visconde de Niterói 1072. Delegado será 
sepultado nesta terça-feira, às 10h, no Memorial do Carmo, no
Caju, Zona Portuária do Rio.</p><p>Em entrevista, no início da tarde 
desta segunda-feira, Ivo disse que a Mangueira perdeu seu mais ilustre 
ícone vivo, e que a escola vai preparar uma grande homenagem para seu 
velório:</p><p>- Que todos venham vestidos a caráter, com as cores da 
Mangueira, para reverenciar essa lenda. Ele era a maior referência dessa
 escola. A Mangueira perdeu seu pai, e todos nós aqui ficamos órfãos com
 a morte do Delegado. Ele era o maior dançarino de todos os tempos da 
escola. Sempre dançou por amor, numa época em que não havia dinheiro. 
Delegado era o maior baluarte da escola vivo. Não havia ninguém com a 
história dele. Lembro do Nelson Cavaquinho, quando falava sobre o enorme
 talento de dançarino do Delegado, que nunca tirou nota abaixo de 10 nos
 desfiles da agremiação. Nos últimos três anos, mesmo lutando contra um 
câncer, ele participava de todos os eventos da Verde e Rosa.</p><p>Atual
 mestre-sala da Mangueira, Raphael Rodrigues, de 28 anos, disse que 
sempre teve grande admiração por Delegado, com quem teve o primeiro 
contato há dez anos, época em que tinha aulas de dança no Projeto Mestre
 Dionísio. Mas foi no fim de 2009, quando foi chamado para atuar como 
mestre-sala na Verde e Rosa, que Raphael estreitou os laços de amizade 
com Delegado.</p><p>- Delegado era um ícone do carnaval. Posso garantir 
que 80% do solo que apresento nos desfiles é feito com base nos passos 
de Delegado - disse Raphael, que esteve com seu mestre pela última vez 
no sábado, dia 3, na quadra da Mangueira.</p><p>O jovem discípulo de 
Delegado lembra que, naquela noite, o mestre-sala permaneceu sentado a 
maior parte do ensaio e, contrariando o que sempre fazia, não evoluiu 
com a porta-bandeira Marcella Alves.</p><p>- Sempre que ele chegava à 
quadra, como forma de reverência, nós o puxávamos para o meio da quadra.
 Naquela noite, ele disse que estava com dores nas pernas e não poderia 
evoluir como sempre fez. Estou muito triste com a morte dele - lamentou.</p><p>Para
 a porta-bandeira da Beija Flor de Nilópolis, Selminha Sorriso, Delegado
 era um embaixador do samba, um apaixonado por sua arte e um grande 
mestre de todos os mestres-salas que atuam hoje:</p><p>- Todos, sem 
exceção, tinham em Delegado um exemplo, todos tiveram inspiração nele e 
copiam seus passos, como o carrapeta, voleio, curupira e tantos outros. 
Sempre que eu tinha oportunidade de estar perto dele, aproveitava para 
aprender algo sobre a história e a inspiração de passos que ele criou. 
Graças a figuras como Delegado, Neide, Vilma e outros ícones do 
carnaval, que hoje somos tratados como artistas, recebemos convites para
 apresentações no exterior. Sempre que eu o encontrava não tinha como 
não reverenciá-lo. A arte fica, e o artista nunca morre. Ele criou, 
inovou e deixou sua arte para todos os apaixonados pelo samba e pelas 
escolas de samba.</p><p><strong>Nasceu sabendo</strong></p><p>Filho de 
um dançarino de valsa e de uma doceira, ele teve um irmão ritmista, 
responsável pelo surdo (instrumento-chave da bateria) e uma irmã, 
Suluca, da ala das baianas. Entre Cartola, Carlos Cachaça, Balalaica, 
Chico Porrão e outros mangueirenses que fizeram a história da escola, 
construiu a mais sólida amizade com Waldomiro, fundador e primeiro 
presidente da bateria Surdo 1, a orquestra verde e rosa.</p><p>Chegou a 
flertar com a ala — mangueirense que se preze é cevado no ritmo vigoroso
 dos tambores —, mas, ainda adolescente, passou a observar Jorge 
Rasgado, o mestre-sala da época, até se enfeitiçar por completo. Imitava
 os passos, caía, levantava, repetia. Estreou dia 8 de fevereiro de 
1948, na Praça Onze, a Sapucaí de então. A Mangueira cantou o Vale do 
São Francisco (samba de Cartola e Carlos Cachaça) e ficou em quarto 
lugar no carnaval, vencido pelo Império Serrano. Delegado e Nininha, seu
 primeiro par, ganharam nota 10. Nascia a lenda.</p><p>O primeiro dos 
oito títulos no posto veio no ano seguinte, início de uma saga 
interrompida apenas por doença, como a contraída numa viagem à França, 
em pleno inverno. Não prestou.</p><p>— Aquela friagem me derrubou. Muito ruim — reclamou, em entrevista à Revista O GLOBO, publicada em 7 de agosto de 2011.</p><p>Segundo
 o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira, Delegado dez 
parte do Bloco Carnavalesco Unidos da Mangueira, que mais tarde, junto a
 outros blocos do morro, veio a formar a escola de samba Mangueira. Na 
escola fez parte da bateria tocando surdo e mais tarde chegou a diretor 
de harmonia e de bateria. Como mestre-sala fez dupla com as 
porta-bandeiras Neide e Mocinha, além de Mocinha, com as quais recebeu 
por 36 vezes a nota máxima nos desfiles da escola.</p><p>O último ano 
como mestre-sala foi o predileto: 1984, inauguração do Sambódromo, do 
enredo "Yes, nós temos Braguinha". Foi também o primeiro desfile em dois
 dias (a Portela venceu domingo, e a Mangueira, segunda). No sábado 
seguinte, veio o desempate, e a verde e rosa acabou supercampeã, com a 
suprema apoteose de voltar pela Avenida, delírio jamais repetido na 
história da festa.</p><p>— Achei que era a hora. Minhas porta-bandeiras 
estavam se aposentando, não fazia mais sentido — contou Delegado, no 
melhor modelo sambista, a sábia decisão de, como Seinfeld, os Beatles e 
mais uns poucos, parar no auge.</p><p>Nos últimos desfiles, ele saía no 
carro dos baluartes, o mais esperado no sempre visceral desfile 
mangueirense, ao lado de bambas como Nelson Sargento, Ed Miranda, 
Raymundo de Castro. Mas ia aos ensaios técnicos de todas as escolas na 
Passarela, para curtir o samba e vigiar, com olho clínico, os casais da 
bandeira.</p></div></div><a style="color:#003399" href="http://oglobo.globo.com/rio/morre-grande-mestre-sala-delegado-da-mangueira-6704824#ixzz2C2wjUE6X">http://oglobo.globo.com/rio/morre-grande-mestre-sala-delegado-da-mangueira-6704824#ixzz2C2wjUE6X</a>
<br><br>-- <br><div>carlos palombini<br></div><a href="http://www.researcherid.com/rid/F-7345-2011" target="_blank">www.researcherid.com/rid/F-7345-2011</a><br>
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