Hugo,<br><br>Seu relato corresponde exatamente a minha experiência. Já fui a vários bailes como o que você descreve, que certamente ocorreu antes de 28 de julho de 2010, data de instalação da décima UPP, no morro do Andaraí. Eu nunca entrei da forma como você entrou, embora os funkeiros com os quais convivo à distância, pelo Facebook, me digam, diferentemente de seus amigos, que não há problema algum em fazê-lo. Sempre vou acompanhado do Vincent. Como ele vai para fotografar, só entra com autorização da liderança máxima do local, obtida por diferentes tipos de mediação (DJs e MCs), e, mesmo assim, já passou por muitas situações incômodas (presenciei-as) e, ocasionalmente, potencialmente letais (conheço as narrativas). A hora mais arriscada é a da saída, por volta de 5:00 da manhã, quando a polícia tem o hábito de aparecer. Esses bailes <i>fortemente pesadões</i> (isto é, com grupos armados de pistolas, fuzis, fuzis de assalto, submetralhadoras) são em princípio seguros. Há várias regras quanto ao que se pode ou não fazer ali, mas no desconhecimento destas, bom senso e sensibilidade podem supri-las.<br>
<br>Diferentemente de vc, em minha primeira visita, fiquei aterrorizado. Tanto que passei o baile todo diante da mesa do DJ com a seguinte ideia em mente: se algo acontecer, enfio-me embaixo e saio com a equipe. Evidentemente, nada aconteceu, tomei apenas um ou outro susto. O melhor baile de que participei foi no morro do Cantagalo. Já havia uma UPP, mas o capitão Nogueira, que havia estudado percussão e filosofia, permitia que o baile ocorresse, sem armas, com restrições ao repertório (seguidas de modo nada estrito), e determinações estritas sobre o final, às 2:30 da manhã (quando a festa está começando). Vincent também considera este o melhor baile dos inúmeros dos quais já participou desde 2004, como ele diz na entrevista. Ao final, um menino loiro de cabelo comprido, trajando bermuda e chinelo de dedo, com cerca de 13 anos se dirigiu a mim perguntando: "ô, coroa, tu é Comando ou tu é Terceiro?" Fui contar pro Vincent que, naquele momento, conversava com o DJ no meio da quadra, já quase vazia. Vincent comentou: "ele não perguntou se vc era da polícia!"<br>
<br>Abraço,<br>Carlos  <br><br><div class="gmail_quote">2012/11/12 Hugo Leonardo Ribeiro <span dir="ltr"><<a href="mailto:hugoleo75@gmail.com" target="_blank">hugoleo75@gmail.com</a>></span><br><blockquote class="gmail_quote" style="margin:0 0 0 .8ex;border-left:1px #ccc solid;padding-left:1ex">
Oi Carlos e colegas,<br>sem entrar na discussão, somente um relato de experiência...<br><div class="gmail_extra"><div class="im"><div class="gmail_quote"><div> <br><br></div><blockquote class="gmail_quote" style="margin:0 0 0 .8ex;border-left:1px #ccc solid;padding-left:1ex">

<div class="gmail_quote"><div>Tem razão, Vincent de fato mostra o bonito e o erótico. Ele tem fotos do terrível também, mas não as mostra para não colocar em risco aqueles a quem retrata. São fotos históricas. Vincent é o único a ter fotografado os bailes da Chatuba, o Maracanã do Funk. Não é o lugar que ele ocupa que está errado, mas o da opinião pública, tão bem representada e doutorada aqui. Quem dos distintos acusadores se deu ao trabalho de subir qualquer morro para saber do que está falando? Dos da classe de Vincent, poucos brasileiros, entre os quais Denise Garcia, para filmar <i>Sou feia mas tô na moda</i>. <br>

</div></div><br></blockquote><div> </div></div></div>Certa vez, mais ou menos e 2003, estava voltando de ônibus de um congresso no centro do Rio, numa sexta feira à noite, em direção ao Andaraí, que onde meus avós moravam, e percebi uma grande movimentação no ônibus, que desceu logo após o maracanã. Depois disso, perguntei ao cobrador para onde aquelas pessoas estavam indo, e ele disse que foram para uma festa na favela. Fiquei super animado. Fui em casa, deixei todos os meus pertences e fui para lá somente com uma carteira de identidade no bolso e dez reais, o suficiente para beber uma água.<br>

<br>Subi o morro a pé, e transitei pelo baile funk tranquilamente, super curioso com o que era bastante exótico para mim em termos de comportamento social. Vi que a polícia ficava no pé do morro e não se atrevia ou não queria subir. Lá em cima, as pessoas passeavam tranquilamente com arma na mão, pistolas e metralhadoras, mas tudo transcorria na maior paz. Não fui incomodado por ninguém (também não filmei, fotografei nem gravei nada), e não vi nda de anormal acontecer. Lá pelas quatro da manhã desci o morro e fui a pé para casa.<br>

<br>Quando contei para meus amigos cariocas o que fiz, todos faltaram me internar, dizendo que eu era louco de ter me exposto a tal situação. alvez sim, talvez não. Mas gostei tanto que sempre quis voltar com minha esposa, mas ainda não encontrei oportunidade. Não pela música, mas por vivenciar um Rio que eu nunca esperava ter visto...<span class="HOEnZb"><font color="#888888"><br>

<br>Hugo<br></font></span></div>
</blockquote></div><br><br clear="all"><br>-- <br><div>carlos palombini<br></div><a href="http://www.researcherid.com/rid/F-7345-2011" target="_blank">www.researcherid.com/rid/F-7345-2011</a><br>
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