Vc reduz a questão a um problema de números. No que não diz respeito ao salário, não me parece ser a medida adequada. Que tipo de educação se dá a 60 pessoas reunidas, sejam elas de classe A ou de classe D? O método e o conteúdo são os mesmos? E por que se trataria de tirar de quem ganha pouco para dar a quem ganha menos?<br>
<br><div class="gmail_quote">2012/11/17 Hugo Leonardo Ribeiro <span dir="ltr"><<a href="mailto:hugoleo75@gmail.com" target="_blank">hugoleo75@gmail.com</a>></span><br><blockquote class="gmail_quote" style="margin:0 0 0 .8ex;border-left:1px #ccc solid;padding-left:1ex">
<br>Acredito que é muito fácil a gente criticar que as universidades estão cheias e que teríamos uma educação "melhor" com menos estudantes por sala. Mas e aquelas pessoas que não podem ou não conseguem cursar uma universidade, o que será do futuro delas? Serão sempre os peões braçais sobre os quais os intelectuais irão explorar para ter a vida luxuosa que têm. Se não houvesse tanta disparidade salarial entre aqueles que fizeram curso superior e aqueles que fizeram escolas técnicas ou foram direto para o campo de trabalho após o segundo grau, tenho certeza que os cursos universitários não estariam tão cheios. Nem todos gostariam de ser professores, pesquisadores, médicos etc...  Também ninguém tem o sonho de ser lixeiro, vendedor de lojas ou caixa de supermercado. Mas, atualmente são profissões necessárias em nossa sociedade. Até mesmo a profissão de empregada doméstica ainda faz parte de nossa organização social. Talvez isso diminua, como é o caso dos Estados Unidos e alguns países europeus, onde o salário de um(a) empregado(a) doméstico(a) é tão alto que nem todos podem se dar o luxo de tê-los. <br>

<br>Para mim é tudo uma questão financeira.<br><br>Então façamos o seguinte, elevemos o salário mínimo para cerca de dois mil reais e vamos diminuir os salários dos demais servidores públicos para, no máximo, cinco vezes um salário mínimo. Quem está disposto a ganhar menos e ter uma sociedade com uma distribuição de renda mais justa? <br>

<br>Demagogia? Pode até ser, mas quem sabe assim nossas universidades seriam menos procuradas. Afinal de contas, qual o objetivo de um curso superior universitário? O objetivo real, atual, e o utópico, aquele que todos gostaríamos que fosse? <br>

<br>De minha parte, fico louco quando tenho que dar aula de graduação para cinco pessoas. Sinto que meu dinheiro de contribuinte está sendo péssimamente gasto. Sempre me questiono sobre minha utilidade social. Principalmente quando ouço falar das tragédias como os furacões e terremotos como o do Haiti. Fico pensando como eu seria capaz de contribuir na reconstrução se aquilo acontecesse na minha cidade. Ora, sou um mero músico, ou pior, um simples professor de música. Um pedreiro seria mais útil do que eu... Às vezes me sinto um inútil em nossa sociedade. Mas esses são só meus questionamentos pessoais, e como sei que sou voto vencido entre meus pares, volto para minha vida hipócrita. <br>

<br>Hugo Ribeiro<br>
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