Que eu saiba, a proximidade da relação entre número de professores e número de alunos é um dos indicadores da qualidade do ensino. As instituições mais seletivas sempre anunciaram o número reduzido de alunos por professor como um de seus indicadores. Ensino para as chamadas classes populares é sinônimo de ensino para "a massa"? Se for, gostaria de conhecer as técnicas e os métodos do ensino de qualidade para grandes números por horários prolongados muito além da capacidade de atenção do aluno e do próprio professor. <br>
<br>Tenho tido --- e não sou o único a tê-la -- a impressão que uma das piores formas de radicalização a que tenho assistido é a de um ativismo amador, que substitui a atividade intelectual, cujas formas de ser política são variadas, por grandes gestos e declarações vistosas, mas de resultados questionáveis.<br>
<br><div class="gmail_quote">2012/11/18 Ale Fenerich <span dir="ltr"><<a href="mailto:fenerich@gmail.com" target="_blank">fenerich@gmail.com</a>></span><br><br><blockquote class="gmail_quote" style="margin:0 0 0 .8ex;border-left:1px #ccc solid;padding-left:1ex">
De minha parte, acredito que a qualidade da minha aula é inversamente proporcional ao número de alunos que a assistem. Com um número menor de alunos consigo estabelecer uma relação caso a caso, de modo a entender em cada um suas limitações ou talentos/vontades. Não se trata, de fato, de uma questão do "fim do elitismo", mas de qual qualidade de ensino gostaríamos de oferecer. Se o Brasil de hoje tem os tais recursos para universalizar a educação superior, deveria fazê-lo com qualidade.<div>

<br></div><div>Na minha opinião, esse boom indiscriminado de vagas só acentua a visão (errônea - eu ganho muito menos numa universidade federal que ganharia dando aulas particulares e tocando numa grande cidade) de que "ter diploma" é sinônimo de bons salários. Vejam só... na minha instituição fala-se em abrir um curso para 60 ingressantes/ano. Algo totalmente irreal, tanto fisicamente quanto em termos de honestidade do ensino. Mas que esses músicos irão fazer na universidade? se aperfeiçoar? Não, vão ganhar diploma!! Mas se serve pra isso o tal ensino superior (maiores salários), que tenha ao menos um bom efeito colateral (educação digna).</div>

<div><br></div><div>Mas creio que aqui está um ponto importante: até onde somos honestos no nosso ensino? uma classe de percepção com mais de 20 alunos é, pra mim, uma desonestidade.</div><div><br></div><div>Porque permaneço na Universidade, se poderia dar aulas particulares a estudantes ricos, com muito mais retorno ao meu prestígio como professor? Pelo salário? Certamente não. Por acreditar que posso fazer ali um bom trabalho. Mas sou bobo, pois vejo essa possibilidade ser bandalhada e sabotada dia a dia pelo populismo, do governo, da reitoria, dos meus próprios colegas...</div>

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