<h1 class="entry-title">Em homenagem a hacker morto, acadêmicos liberam estudos</h1><span class="timestamp">13/01/13 - 16:42</span><br>
POR Marcelo Soares <br><br><div class="entry-content">
<p style="text-align:left"><img class=" wp-image-1145 aligncenter" title="aaron" src="http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/files/2013/01/aaron.jpg" alt="" height="299" width="448"><br></p><p style="text-align:left">
<br></p><p style="text-align:left">É possível que você não conheça Aaron Swartz, um talentoso ativista digital que <a target="_blank" href="http://tech.mit.edu/V132/N61/swartz.html">se suicidou </a>na
sexta-feira, aos 26 anos. Mesmo não o conhecendo, é possível que você
tenha sido beneficiado pelo trabalho dele de alguma maneira.</p>
<p style="text-align:left">Se você recebe feeds de notícias em RSS, por exemplo, deveria erguer uma taça em sua memória. (Se não recebe, veja aqui a <a href="http://www1.folha.uol.com.br/tec/740140-confira-lista-de-feeds-do-site-da-folha.shtml">lista dos feeds da Folha</a> e conheça o <a target="_blank" href="http://www.google.com/reader">Google Reader.</a>)</p>
<p style="text-align:left">Swartz tinha apenas 14 anos quando
colaborou na criação do RSS, padrão que
permite o compartilhamento simples e rápido de atualizações de sites. Eu
assino mais de 200 feeds, muitos deles de sites que não atualizam todo
dia mas cujas novidades eu gosto de saber na hora. Com o RSS, eu não
preciso visitar todos eles todos os dias para saber se houve
atualização.</p>
<p>Nem toda intervenção de Swartz era tão incontroversa quanto a criação
do RSS ou sua participação na rede de petições Avaaz (aquela que
colaborou na coleta de assinaturas para a aprovação da lei Ficha Limpa).</p>
<p>Ewald Scharfenberg, do <a target="_blank" href="http://www.ipys.org.ve/ipys-venezuela.aspx">IPYS Venezuela</a>, lembra que Swartz participou da criação da extensão de Firefox <a target="_blank" href="https://www.recapthelaw.org/">Recap</a>, que criava um repositório de decisões judiciais que geralmente são obtidas apenas por assinatura, no sistema <a target="_blank" href="http://www.pacer.gov">Pacer</a>.</p>
<p>Funciona assim: quem tem assinatura paga do Pacer doa as decisões que
baixa para o Recap, o que libera outros usuários da extensão de pagar
por aqueles documentos – embora ainda tenha de pagar por outros que
ainda não tenham sido acessados pelos usuários.</p>
<p>Decisões judiciais são documentos públicos por definição, e o movimento foi <a target="_blank" href="http://blog.law.cornell.edu/voxpop/2011/02/03/pacer-recap-and-the-movement-to-free-american-case-law/">imediatamente bem recebido</a>.
Afinal, quem compartilharia os documentos seria quem legalmente os
obteve. A recepção foi razoavelmente boa até no próprio Pacer, <a target="_blank" href="http://www.pacer.gov/announcements/general/exemptnotice.html">ainda que com restrições</a>:
quem tem acesso gratuito, dizem eles, não deveria compartilhar. O FBI
abriu investigação contra Swartz pela criação do Recap, porém.</p>
<p>A meta seguinte de Swartz foi mais ambiciosa. Todo ano, milhares de
estudos acadêmicos são publicados na internet, em revistas acadêmicas,
com acesso só mediante assinatura. Assinaturas caras, que geralmente só
se encontra em bibliotecas acadêmicas de altíssima qualidade. A
definição do quanto esses documentos devem ser públicos é bem mais
controversa que a de decisões judiciais.</p>
<p>Em julho, Swartz foi indiciado pelo Judiciário americano por baixar milhões de estudos do banco de dados <a target="_blank" href="http://www.jstor.org/">JSTOR</a>,
que requer assinatura, com a intenção de compartilhá-los. Para isso,
ele criou um robô utilizando a rede do Massachussetts Institute of
Technology – que assina a JSTOR, a um custo anual de mais de US$ 50 mil.
Ao baixar os estudos, Swartz pretendia compartilhá-los de graça e por
isso foi processado e condenado a 35 anos de prisão.</p>
<p>Alex Stamos, que colaborou na defesa técnica de Swartz, <a target="_blank" href="http://unhandled.com/2013/01/12/the-truth-about-aaron-swartzs-crime/">diz que a pena foi um exagero</a>. Swartz apenas aproveitou a abertura da rede do MIT e a falta de controles de acesso ao JSTOR.</p>
<p>“Ele era um jovem inteligente que encontrou uma brecha que lhe
permitiu baixar rapidamente muitos documentos. Essa brecha foi criada
intencionalmente pelo MIT e pela JSTOR, e estava codificada
contratualmente nas pilhas de papeis anexadas ao processo”, escreveu
Stamos.</p>
<p>Li algumas dezenas de homenagens a Swartz em posts de blogs de ativistas do conhecimento livre.</p>
<p>Nenhuma, porém, foi tão eloquente quanto a hashtag <a target="_blank" href="http://twitter.com/search?q=%23pdftribute&src=hash">#pdftribute</a>,
no Twitter, onde acadêmicos das melhores universidades do mundo estão
compartilhando links para baixar de graça seus artigos em PDF.</p>
<p>Ao menos um leitor deste blog, o Leonardo Martins, <a target="_blank" href="http://twitter.com/leomrtns/status/290516526249943041">já deu sua contribuição</a>. Se você também houver dado, passe o link nos comentários e eu coloco aqui.</p>
<blockquote><p><strong>ATUALIZANDO:</strong> Foi criado o site <a target="_blank" href="http://pdftribute.net/">pdftribute.net</a>, que coleta e publica os trabalhos liberados usando a hashtag #pdftribute</p></blockquote>
</div>-- <br><div>carlos palombini<br></div><a href="http://www.researcherid.com/rid/F-7345-2011" target="_blank">www.researcherid.com/rid/F-7345-2011</a>
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