<h1>Educação, a extravagância de 2013</h1>            
                  
                    
    
        

  
    
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<div id="teaser_opina"><p> Para o recente relatório do FMI a educação é 
uma extravagância. A proposta de reestruturação do financiamento do 
ensino superior representa para milhares de estudantes a diferença entre
 continuarem a estudar ou abandonarem prematuramente este grau de 
ensino. </p>
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<div class="section-date-author">opiniao | 20 Janeiro, 2013 - 00:05      | Por <a href="http://www.esquerda.net/autor/andr%C3%A9-moreira">André Moreira</a>  </div>
 <div id="body_opina"><span class="print-link"></span><div class="field field-type-text field-field-deck">
      
    
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        No mais recente relatório do Fundo Monetário Internacional, a diretiva é
 clara e uma das soluções encontradas, através dos mais complexos 
cálculos económicos, foi a de impingir aos estudantes o pagamento desta 
dívida. Foi nesse sentido que foi já anunciado o segundo maior aumento 
da década desta taxa, que em Setembro atingirá os 1.066,20 euros anuais.</p>
<p>
        No documento “Repensando o estado – opções seletivas de reforma da 
despesa”, vulgarmente conhecido como mais um dos relatórios do FMI, a 
Educação é um dos sectores mais centrais desta nova proposta de reforma.
 Porém um grande conjunto de vozes surgiu na contestação deste 
relatório. Luísa Cerdeira, pró-reitora da Universidade de Lisboa e 
especialista em financiamento do ensino superior, chegou a referir que 
este documento assemelhava-se a um trabalho de um aluno principiante de 
economia de educação, que, se calhar, nem teria boa nota; criticando a 
inexistente fundamentação teórica ou prática num manifesto deste 
calibre. Porém as críticas multiplicam-se e elucidam-nos para as 
análises pouco precisas deste relatório e para a persistência de fazer 
da Educação mais uma extravagância do Estado.</p>
<p>
        Atentemos então nessa extravagância: atualmente existem na Universidade
 do Porto 1.600 estudantes com propinas em atraso, no Minho 4.000 alunos
 têm pagamentos em falta, em Coimbra e no Algarve são 2.000 nesta mesma 
situação e podemos ainda acrescentar os 4.177 estudantes da Universidade
 de Aveiro, do lado de fora desta conta fica a Universidade de 
Trás-os-Montes e Alto Douro, a Universidade de Lisboa, a Universidade 
Aberta, a Universidade Técnica de Lisboa, a Universidade Nova de Lisboa,
 a Universidade da Beira Interior e a Universidade de Évora, para não 
mencionar todos os institutos politécnicos. A análise tem de ir muito 
além de uma simples subtração da receita pela despesa, é preciso 
perceber o peso social que a Educação tem no rumo de qualquer país e 
entender que jamais deveremos fazer do ensino um sector económico que 
procura o lucro como os demais. A extravagância neste domínio da 
educação acontece através de um estado que cada vez mais foge à 
responsabilidade de financiar o ensino, alimentando a tendência de 
suportar com mais propinas aquilo que se continua a retirar através de 
um financiamento estatal débil. Não é o serviço que é extravagante é o 
custo que ele tem para todos os jovens que desafia as leis fundamentais 
de qualquer Estado Social sólido e coerente. Neste preciso momento a 
extravagância é o contributo dos estudantes e das suas famílias, que é 
60% mais elevado do que o esforço do Estado.</p>
<p>
        Esta proposta de reestruturação do financiamento do ensino superior e 
este já comunicado aumento de propinas, representam para milhares de 
estudantes a diferença entre continuarem a estudar ou abandonarem 
prematuramente este grau de ensino. E se 2,8% de acréscimo não é o 
suficiente para impressionar os mais céticos, talvez a realidade cada 
vez mais mediatizada seja o suficiente para provar que estes 29 euros a 
mais são 29 euros que não existem ao fim do ano. Esta medida que 
conduzirá inevitavelmente a um aumento do abandono escolar, ganhou a 
atenção de vários reitores, que após a publicação do relatório do FMI, e
 em antevisão desta política, alertaram para o desastre social que seria
 protagonizar este aumento, e para o facto de que não será sem 
qualificação que o país sairá da crise.</p>
<p>
        Parece que 2013 trará mais dias de luta e contestação, trará certamente
 novas perspetivas sobre a educação e sobre como devemos lidar com ela 
politicamente, mas este novo ano deixou também por cá a ideia de que 
somos cada vez mais a defender o mesmo, não vamos abdicar disso, faremos
 de 2013 um ano de desmistificação das extravagâncias, faremos de 2013 
um ano em que a luta se trave por um dos princípios base da democracia, a
 justiça social, porque em 2013 como no passado a Educação terá de vir 
em primeiro lugar.</p>
</div><a href="http://www.esquerda.net/opiniao/educa%C3%A7%C3%A3o-extravag%C3%A2ncia-de-2013/26355">http://www.esquerda.net/opiniao/educa%C3%A7%C3%A3o-extravag%C3%A2ncia-de-2013/26355</a><br clear="all"><br>-- <br><div>carlos palombini<br>
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