<div dir="ltr">Olá:<div><br></div><div>Não concordo com esta afirmação do Prof. Haase:</div><div><span class="" style="font-family:arial,sans-serif;font-size:x-small">O paradoxo é o seguinte: Os mesmos grupos e correntes que argumentam em favor da transformação da realidade, da aceitação e convivência com as diferenças, pela diversidade etc. e tal, são justamente aqueles que na academia tentam eliminar as formas rivais de pensamento de maneiras por vezes abjetas, incluindo perseguições, humilhações e desmoralização de colegas, como tantas vezes já tive oportunidade de testemunhar. </span></div>
<div><span class="" style="font-family:arial,sans-serif;font-size:x-small"><span class="" style="font-family:arial;font-size:small">Será que é assim que as coisas funcionam em Minas? Ou será que eu estou alienado, num outro mundo?</span><br>
</span></div><div><span class="" style="font-family:arial,sans-serif;font-size:x-small"><span class="" style="font-family:arial;font-size:small">Tenho observado exatamente o contrário. Até onde minha visão alcança, são sempre os conservadores, os reacionários, os tradicionalistas, os anticomunistas,</span></span> os racistas, os homofóbicos, os direitistas, os contracotas, e só eles, que promovem perseguições, fofocas, discriminações, desmoralizações etc.</div>
<div><span class="" style="font-family:arial,sans-serif;font-size:x-small"><span class="" style="font-family:arial;font-size:small">De modo geral, também percebo que algumas vezes aquilo que é chamado de discriminação, na academia, na realidade não o é, pois muitas das vezes é simples luta contra a mediocridade. Entenda-se "mediocridade" como sinônimo de exiguidade, mediania. Em outras palavras: "não excelência".</span></span><span class="" style="color:rgb(51,51,51);font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;font-size:15px;line-height:21px"></span></div>
<div>Entendo também que, nos demais pensamentos do Prof. Haase está embutida uma estranha discriminação: a que não reconhece a igual validade e importância das duas vertentes científicas: a teórica e a experimental.</div>
<div>Abraços,</div><div>Jorge Antunes</div><div><br></div><div><br></div><div><br></div><div><span class="" style="font-family:arial,sans-serif;font-size:x-small"><br></span></div></div><div class="gmail_extra"><br><br><div class="gmail_quote">
Em 12 de maio de 2013 13:32, Damián Keller <span dir="ltr"><<a href="mailto:musicoyargentino@gmail.com" target="_blank">musicoyargentino@gmail.com</a>></span> escreveu:<br><blockquote class="gmail_quote" style="margin:0 0 0 .8ex;border-left:1px #ccc solid;padding-left:1ex">
Oi Carlos,<br>
<br>
Obrigado pelo link para o trabalho do grupo de cognição social da UnB.<br>
Tem vários artigos interessantes aí:<br>
<a href="http://scienceblogs.com.br/socialmente/category/cognicao-social/" target="_blank">http://scienceblogs.com.br/socialmente/category/cognicao-social/</a><br>
<br>
Sobre os comentários de Vitor Haase, eles foram separados do contexto.<br>
Ele está argumentado explicitamente a favor da aplicação do método<br>
científico e faz uma crítica aguda à postura anticientífica na<br>
universidade brasileira:<br>
<br>
VH:<br>
> O resultado deste processo, na minha avaliação, é uma hegemonia de atitudes anticientíficas nas universidades brasileiras atuais. O ambiente entre professores e alunos é majoritariamente hostil à pesquisa científica, à testagem de hipótese e à busca de neutralidade no conhecimento científico. Todo um castelo de construções teóricas foi construído, procurando argumentar que não existe neutralidade na pesquisa, que interesses econômicos e de dominação são os motivos verdadeiros subjacentes à pesquisa, que a ciência é um aparelho ideológico do estado, um instrumento de dominação e hegemonia e etc.<br>

<br>
> A crítica ideológica é o caminho do menor esforço. Não há necessidade de ralar, de malhar, de estudar epistemologia, estatística, de aprender neuroanatomia, epidemiologia clinica, matemática, programação de computadores, controle de variáveis etc. Basta se apossar de um referencial teórico mínimo e sair por aí “interpretando”.<br>

<br>
O resumo desse enfoque está neste parágrafo:<br>
> Na tradição hermenêutica, que caracteriza o existencialismo/humanismo, psicanálise e psicossociologia, o objetivo da psicologia é construir um referencial interpretativo que auxilie na atribuição de sentido psicológico à experiência subjetiva humana. Se caracterizarmos a ciência pelo método hipotético-dedutivo-experimental, então estas disciplinas não são ciência. Seu conhecimento é de outro tipo. Mais relacionado com a sabedoria. Eu gosto de pensar assim: a perspectiva hermenêutica trata a experiência subjetiva como variável independente, quase lhe atribuindo um estatuto de fator explicativo causal. Já na perspectiva científico-natural, a subjetividade é concebida como uma variável dependente, ou seja, algo que precisa ser explicado em função de fatores genéticos, da estrutura anátomo-funcional do cérebro, das experiências de aprendizagem etc.<br>

<br>
Os exemplos que VH menciona, justamente apoiam a ideia de que as<br>
ciências humanas precisam de métodos quantitativos:<br>
<br>
> Nos países de língua alemã, p. ex., o curriculum de graduação em psicologia pode compreende até uma dúzia de disciplinas relacionadas a métodos quantitativos, tais como estatística, programação, psicometria, metodologia experimental. O aluno sai do curso de graduação com uma base matemática e metodológica que foge ao alcance da imaginação dos nossos estudantes e professores. A psicologia é concebida como uma ciência e os seus conceitos e métodos precisam ser validados através do teste de hipóteses.<br>

<br>
Sinceramente, ao ler os argumentos de Vitor Hasse ou de Sidarta<br>
Ribeiro ou de Suzana Herculano-Houzel (pesquisadores da área de<br>
humanas) não vejo nenhum apoio para a exclusão do método científico.<br>
Inclusive, eles são altamente críticos das posturas que excluem o<br>
método científico como ferramenta de conhecimento e sugerem (como no<br>
parágrafo acima) que os métodos inferenciais podem conviver com outros<br>
métodos.<br>
<br>
Abraços,<br>
Damián<br>
________________________________________________<br>
Lista de discussões ANPPOM<br>
<a href="http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l" target="_blank">http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l</a><br>
________________________________________________</blockquote></div><br></div>