<table cellspacing="0" cellpadding="0" border="0" ><tr><td valign="top" style="font: inherit;"><br>Olá meus caros,<br><br>Respondendo à recente discussão "remodelada", gostaria de colocar alguns pontos.<br><br>Reconheço que não li e não tenho conhecimento sobre os trabalhos de musicólogos mais recentes, entre eles o Nicholas Cook, onde vi rapidamente vários trabalhos interessantes ligados a temáticas variadas (inclusive a Improvisação, quando estava pesquisando isso). Infelizmente meu tempo tem sido muito escasso, nem pra estudar Piano, nem pra ler os autores da linha que trabalho, que é o Ensino da Performance Musical. Não poderia ter me manifestado dessa forma.<br><br>Agora, com relação ao comentário que gerou a questão, vou descrever o cenário que entendi. Um professor da área de Filosofia, mencionando as tais "teorias sociais" - que em rápida pesquisa observei serem, na verdade, ideais com base no "Imperialismo Cultural", conceito
 da década de 1970, e no conceito de "Aculturação (ou seja: não eram "quaisquer teorias sociais"; me expressei mal desde o começo) -  estava defendendo que a Música Erudita não deveria ter espaço na academia justamente porque representa um resquício do imperalismo cultural que o Brasil viveu quando era colônia. Acredito que por este professor não ser da área de Cultura - e, por isso mesmo, não ter noção da condição delicada em que vive a Música Erudita hoje na sociedade (na academia, obviamente, é um pouco melhor, mas não de forma homogênea em todo o país) - ele não tem consciência das implicações que suas ideias, caso aplicadas, geram para a manutenção do patrimônio cultural.<br><br>Se pararamos de ensinar Piano nas Universidades (por exemplo), onde ele será ensinado? A prática musical não é simples como pegar um livro e ler. Isso é bem diferente das áreas que trabalham basicamente com ideias: tanto que até hoje
 há releituras de autores da Grécia Antiga. Porém, na Música, grande parte das habilidades musicais é ensinada através da oralidade (e não sabemos como era a interpretação musical na época da Grécia Antiga!). Se isso acabar, não será tão simples (ou até impossível) reaver este conhecimento daqui a cem anos. Acredito muito na necessidade de renovar, agregar novas práticas, mas esta característica da Música não pode ser perdida. Posso dizer que esta é a minha maior e gigantesca preocupação com relação ao que acontece no meio acadêmico da Música.<br><br>Espero ter sido um pouco mais claro na minha fala, e que isto possa prover alguma contribuição.<br><br>Abraços,<br><br><p style="font-family:tahoma, new york, times, serif;"><font size="3">Daniel Lemos Cerqueira <br></font></p><p style="font-family:tahoma, new york, times, serif;"><font color="#000000"><a rel="nofollow" target="_blank" href="http://musica.ufma.br"><font
 style="font-weight:bold;" size="2"><span style="font-family:tahoma, new york, times, serif;">http://musica.ufma.br</span></font></a></font><font size="2"><font color="#000000"><a rel="nofollow" target="_blank" href="http://musica.ufma.br"><font style="font-weight:bold;" size="2"><span style="font-family:tahoma, new york, times, serif;"></span></font></a></font></font></p><span style="font-family:arial, helvetica, sans-serif;"></span><br><br></td></tr></table>