<div dir="ltr"><div><div>ELEMENTOS PARA UMA ANÁLISE QUEER NA MUSICOLOGIA BRASILEIRA:<br>REVISÃO E FUNDAMENTAÇÃO BIBLIOGRÁFICA<br><br></div>Jorge Vergara<br><br></div>Resumo<br><div><div><br>A Teoria Queer é uma corrente de pensamento surgida da década de 1990 e é oriunda do feminismo e dos estudos culturais gays e lésbicos. A Teoria Queer utiliza conceitos de várias áreas do saber, como o feminismo, os estudos culturais, a filosofia, a biologia, a história e a psicanálise entre outros; sua contribuição se refere principalmente à crítica da metafísica da substância e a sistemas de pensamento que produzem classificações e hierarquizações; a Teoria Queer agrupa sua discussão principalmente em relação a temas como o poder, o conhecimento, o discurso e a sexualidade. O presente artigo avalia as contribuições da Teoria Queer para as ciências sociais e levanta as principais questões que podem ser utilizadas na musicologia brasileira. Uma questão que aparece através da leitura dos textos é o caráter político que os discursos do queer adotam, pois parece impossível discutir a legitimidade dos discursos e práticas que normalizam o sexo e o gênero de forma desvinculada da política. Através de uma revisão bibliográfica que reconhece autores estrangeiros e nacionais, e de autores que discutem gênero e sexualidade de maneira específica em textos sobre música, foram selecionados aspectos (autores, ideias e temas) para propor outra maneira de abordar as questões referentes a gênero e sexualidade nos textos sobre música no Brasil. A discussão referente a gênero e sexualidade no campo musical brasileiro, mesmo que incipiente, também é comentada para mostrar como a temática do queer pode representar uma mudança na maneira de pensar e escrever sobre música. Durante a análise da situação da discussão de gênero e sexualidade na musicologia brasileira, considera-se a dificuldade de incorporar as novas abordagens críticas e teóricas que tratam de gênero e/ou sexualidade nos discursos acadêmicos sobre música. Conclui-se que perguntar pelo sentido de um texto, partitura, discurso ou prática musical, desestabiliza aquilo que é dado como certo, ou como imediatamente válido, pois a partir do momento em que um produto cultural é situado dentro da história, dentro de certas contingências sociais ou culturais, surgem questões que necessitam ser interpretadas com um maior ou menor caráter político. Investigar o sentido significa utilizar as ferramentas de pensamento de outras áreas para interpretar os produtos ou as práticas musicais em um contexto específico (histórico, social, cultural, etc.), com datas, práticas, crenças, autores, virtudes e limitações humanas sendo levadas em consideração.<br>
<br>Desta forma, a pergunta pelo sentido tem necessariamente um caráter político, e a pergunta pelo sentido está sempre no centro, através dela, os discursos dos autores ou práticas tidos como marginais podem constituir-se em dados relevantes para a moderna musicologia brasileira. <br>
<br>Seria uma atitude profundamente equivocada não pesquisar e analisar os mecanismos que tornaram possíveis a discriminação feminina, a homofobia ou o racismo com todas as suas variantes, pois se tais discursos e práticas foram possíveis no passado, podem ser possíveis no presente. O pensamento crítico deve ser uma ferramenta para a desconstrução dos essencialismos e para a construção do conhecimento.<br>
<br>Palavras-chave: Teoria Queer – Gênero – Sexualidade – Política – Musicologia Brasileira<br><br></div><div>Texto Completo<br><br><a href="http://www.academia.edu/5050786">www.academia.edu/5050786</a><br clear="all"></div>
<div><br>-- <br><div dir="ltr"><div>carlos palombini<br>professor de musicologia ufmg<br><a href="http://proibidao.org" target="_blank">proibidao.org</a><br></div><a href="http://ufmg.academia.edu/CarlosPalombini" target="_blank">ufmg.academia.edu/CarlosPalombini</a><br>
<a href="http://scholar.google.com.br/citations?user=YLmXN7AAAAAJ" target="_blank"><span style="display:block">scholar.google.com.br/citations?user=YLmXN7AAAAA</span></a><br><div></div><div></div><div></div><div></div><div>
</div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div></div>
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