<div dir="ltr"><div>Silvio,<br></div><div><br></div><div>Tua descrição dos pareceres é justa.</div><div><br></div><div>> O que temos hoje é avaliações desrespeitosas... eu mesmo me constranjo um pouco em enviar artigos que trazem debates mais arrojados e que caem em mãos impiedosas, invejosas e por vezes até mal intencionadas (negando artigos ou projetos que depois aparecem como que misteriosamente em mãos alheias).</div>
<div><br></div><div>Se serve de consolo, não é só no âmbito brasileiro que acontece essa modalidade de plágio. Lembro de ter enviado em 2001 um projeto sobre modelos de síntese embasados no estudo das ruínas de Chavín de Huántar para o comitê de humanidades de Stanford. O projeto foi rejeitado. Surpreendentemente, um tempo depois, um conhecido professor dessa universidade divulgou os resultados da sua pesquisa sobre Chavín de Huántar.</div>
<div><br></div><div>> Talvez os pareceres cegos sirvam ainda para avaliação de trabalhos de estudantes... mas mesmo assim é bobagem se 100% dos pareceres que damos para as agências não é cego.</div><div><br></div><div>
Acho que vale a pena diferenciar entre duplo cego e parecer anônimo. No caso das agências de fomento, o avaliador não é identificado mas o proponente é. Como o percurso acadêmico do coordenador da proposta é parte da avaliação, o formato duplo cego é complicado de implementar. Nesse caso, a avaliação da produção anterior deveria ficar nas mãos de um técnico. Para isso seria necessário ter um Qualis que realmente mostre o impacto da produção. Um indicador inicial que está sendo usado por vários pesquisadores é o índice-h. Esse indicador geral pode ser complementado com dados mais específicos, na linha dos que você já propôs aqui na lista (apresentações internacionais, nacionais, regionais, etc.).</div>
<div><br></div><div>> Talvez com este respeito que acredito seja o que Martha também está procurando, as leituras cegas... que muitas vezes se revelam em pareceres também cegos, míopes, vesgos... possam dar lugar às leituras transparentes. Os pareceres transparentes em que sabe-se quem leu, sabe-se o que se leu, e antes da publicação dá-se o debate... Isto seria dar um passo.</div>
<div><br></div><div>Com certeza. Esse formato funciona muito bem nas revistas de acesso aberto e poderia ser aplicado também no processo de seleção nos eventos. Para evitar personalizar os comentários, podem ser usados <grupos de avaliação> em lugar de pareceristas isolados, de forma similar ao que acontece nas bancas de concurso. Ao ter pareceres públicos, evitaríamos o tipo de baixaria frequente nos pareceres anônimos isolados. Mas ao mesmo tempo, evitaríamos o constrangimento de individualizar a rejeição ou a aprovação da proposta. </div>
<div><br></div><div>> O mesmo deveria ser pensado para os foruns de composição.</div><div><br></div><div>A situação atual na avaliação de trabalhos artísticos é muito pior. Não são colocadas (nem exigidas) referências ao estado da arte nas subáreas. Raramente são documentados de forma precisa os métodos de trabalho ou os mecanismos validação. Fora a escolha ou o gosto pessoal, não temos critérios para discutir os resultados artísticos.</div>
<div><br></div><div>Abraços,</div><div>Damián</div><div class="gmail_extra"><br clear="all"><div><br>Dr. Damián Keller | <a href="http://ccrma.stanford.edu/~dkeller" target="_blank">ccrma.stanford.edu/~dkeller</a><br>NAP | <a href="http://sites.google.com/site/napmusica" target="_blank">sites.google.com/site/napmusica</a></div>

<br><br><div class="gmail_quote">2014/1/21 silvio ferraz <span dir="ltr"><<a href="mailto:silvioferrazmello@gmail.com" target="_blank">silvioferrazmello@gmail.com</a>></span><br><blockquote class="gmail_quote" style="margin:0px 0px 0px 0.8ex;border-left-width:1px;border-left-color:rgb(204,204,204);border-left-style:solid;padding-left:1ex">
<div style="word-wrap:break-word">De fato... um dia deveríamos chegar à maturidade de ter que pesquisadores seniores, gente que vem produzindo há 20 anos, raramente escrevem bobagem e quando aparentemente o fazem é pq estão em busca de algo que talvez aponte um novo caminho e que este poderá ser a saída para muitos jovens (que por fim darão os lastros necessários ao insight de um sênior).<div>
O que temos hoje é avaliações desrespeitosas... eu mesmo me constranjo um pouco em enviar artigos que trazem debates mais arrojados e que caem em mãos impiedosas, invejosas e por vezes até mal intencionadas (negando artigos ou projetos que depois aparecem como que misteriosamente em mãos alheias).</div>
<div>Talvez com este respeito que acredito seja o que Martha também está procurando, as leituras cegas... que muitas vezes se revelam em pareceres também cegos, míopes, vesgos... possam dar lugar às leituras transparentes. Os pareceres transparentes em que sabe-se quem leu, sabe-se o que se leu, e antes da publicação dá-se o debate...</div>
<div>Isto seria dar um passo.</div><div>Talvez os pareceres cegos sirvam ainda para avaliação de trabalhos de estudantes... mas mesmo assim é bobagem se 100% dos pareceres que damos para as agências não é cego.</div><div>
O mesmo deveria ser pensado para os foruns de composição.</div><div>Abs</div><div>Silvio</div><div><div><br></div></div></div></blockquote></div></div></div>