<html><head><style type='text/css'>p { margin: 0; }</style></head><body><div style='font-family: times new roman,new york,times,serif; font-size: 12pt; color: #000000'>Olá Cristina,<div>parabéns pela Cátedra de Indiana patrocinada pela Fulbright! É um belíssimo reconhecimento de seu talento e trabalho árduo. A maravilhosa Universidade de Indiana em Bloomington ao lhe conceder essa honraria inscreve o seu nome entre o dos "Grandes Nomes". Justíssimo!</div><div>abraços</div><div>Rodolfo<br><br><hr id="zwchr"><blockquote style="border-left:2px solid rgb(16, 16, 255);margin-left:5px;padding-left:5px;color:#000;font-weight:normal;font-style:normal;text-decoration:none;font-family:Helvetica,Arial,sans-serif;font-size:12pt;"><b>De: </b>"temp" <cgerling@ufrgs.br><br><b>Para: </b>corvisier@usp.br<br><b>Cc: </b>rcoelho@usp.br, "Anppom CADASTRO" <anppom-l@iar.unicamp.br>, "Anppom CADASTRO" <anppomcadastro@gmail.com><br><b>Enviadas: </b>Quinta-feira, 27 de Fevereiro de 2014 11:13:54<br><b>Assunto: </b>Re: [ANPPOM-Lista] Para refletir!<br><br>Prezados, <div>estou passando um semestre letivo em Bloomington, Indiana através de um programa denominado "Indiana Chair" sob os auspícios da Comissão Fulbright e da própria universidade. Como sabem, esta é uma escola de música simplesmente espetacular. Conheço várias escolas norte-americanas, tive o privilégio de estudar em algumas instituições de altíssimo nível. Por isto posso dizer com convicção que existem poucas com a estrutura física de Indiana/Bloomington, sobretudo, o seu elevadíssimol nível artístico. Pois bem, aqui os artistas/docentes são escolhidos pela atuação artística. Os "grandes nomes" tais como Menahem Pressler e Evelyne Brancart, entre tantos, são detentores de um saber originado da grande tradição oral de tocar e de ensinar. Este é o fator que define a qualidade artística da escola, provavelmente a maioria não têm titulações convencionais, quem está ligando para isto onde se faz música de verdade?</div><div>Abraços, Cristina</div><div><div><br><div><div>On Feb 26, 2014, at 7:24 AM, <a href="mailto:corvisier@usp.br" target="_blank">corvisier@usp.br</a> wrote:</div><br class="Apple-interchange-newline"><blockquote><div style="font-family: Helvetica; font-size: medium; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-align: -webkit-auto; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; "><div style="font-family: 'times new roman', 'new york', times, serif; font-size: 12pt; "><div style="margin: 0px; ">Caro Rodolfo,</div><div style="margin: 0px; "> </div><div style="margin: 0px; ">Acho que você se enganou. Existem sim professores artistas, sem doutorado, lecionando em tempo integral<span> </span>nas universidades estatais americanas. Posso citar um exemplo do meu ex-professor de piano<span class="Apple-converted-space"> </span><span> </span>e um notável artista Abbey Simon, que apesar dos seus 91 anos, ainda leciona em tempo integral na Universidade de Houston.</div><div style="margin: 0px; "><br></div><div style="margin: 0px; ">Fernando Corvisier</div><br><hr id="zwchr"><blockquote style="border-left-width: 2px; border-left-style: solid; border-left-color: rgb(16, 16, 255); margin-left: 5px; padding-left: 5px; font-weight: normal; font-style: normal; text-decoration: none; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12pt; "><b>De:<span class="Apple-converted-space"> </span></b><a href="mailto:rcoelho@usp.br" target="_blank">rcoelho@usp.br</a><br><b>Para:<span class="Apple-converted-space"> </span></b>"Mario Marçal Jr" <<a href="mailto:mariomarcaljr@gmail.com" target="_blank">mariomarcaljr@gmail.com</a>><br><b>Cc:<span class="Apple-converted-space"> </span></b>"Anppom CADASTRO" <<a href="mailto:anppom-l@iar.unicamp.br" target="_blank">anppom-l@iar.unicamp.br</a>>, "Anppom CADASTRO" <<a href="mailto:anppomcadastro@gmail.com" target="_blank">anppomcadastro@gmail.com</a>><br><b>Enviadas:<span class="Apple-converted-space"> </span></b>Segunda-feira, 24 de Fevereiro de 2014 18:04:03<br><b>Assunto:<span class="Apple-converted-space"> </span></b>Re: [ANPPOM-Lista] Para refletir!<br><br><div style="font-family: 'times new roman', 'new york', times, serif; font-size: 12pt; "><div style="margin: 0px 0px 0.0001pt; "><span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; font-family: 'Times New Roman', serif; ">Meu caro Mario,</span><span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; font-family: 'Times New Roman', serif; "></span></div><div style="margin: 0px 0px 0.0001pt; "><span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; font-family: 'Times New Roman', serif; ">Nem tão bom assim. Quem conheceu de perto a vida universitária americana (fiz doutorado e pós-doc por lá) sabe que esse artigo é falacioso.</span></div><div style="margin: 0px 0px 0.0001pt; "><span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; font-family: 'Times New Roman', serif; ">O primeiro aspecto a considerar é que as universidades americanas mencionadas são privadas. E mesmo quando (parcialmente) estatais tem uma autonomia muito maior do que as nossas públicas. Lembre-se que as universidades brasileiras privadas também podem contratar (e contratam) professores sem doutorados e mestrados. Às vezes até despedem um professor quando ele completa uma titulação porque o salário deveria aumentar (conheço colegas que viveram essa experiência).</span></div><div style="margin: 0px 0px 0.0001pt; "><span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; font-family: 'Times New Roman', serif; ">Na prática, na área de música, nunca conheci um professor de universidade norte-americana sem titulação acadêmica: doutorado para as áreas teóricas, ou mestrado para as cadeiras de ensino de instrumento. Havia (e há tempos atrás com mais frequência) a prática de contratar grandes artistas sem titulação, mas de grande reputação. Eleazar de Carvalho, por exemplo, foi professor de Yale. Mas não o era em tempo integral. Regia a OSESP durante o ano e reservava alguns meses das férias no Brasil (que coincidem com um período letivo no hemisfério norte) para dar aulas de regência por lá. Era uma espécie de professor honorário. Quem “carregava o piano” no resto do ano era outro professor menos conhecido, mas portador de titulação. E esse tipo de contrato é cada fez menos frequente.</span></div><div style="margin: 0px 0px 0.0001pt; "><span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; font-family: 'Times New Roman', serif; ">Os doutorados, aqui e lá, são essenciais para a formação de um pesquisador e de um docente. Grandes profissionais (ou artistas, no nosso caso) não são necessariamente bons pesquisadores e nem mesmo bons professores. São carreiras e competências diversas.</span></div><div style="margin: 0px 0px 0.0001pt; "><span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; font-family: 'Times New Roman', serif; ">Creio que na nossa área o problema é outro, e bem mais específico. A universidade pública brasileira fez uma mistura dos modelos universitários europeus e americanos, mas engessou as flexibilidades que porventura tais modelos tivessem. Tempos atrás podíamos contratar mestres. Isso está se tornando cada vez mais raro. A USP, onde trabalho, não o permite mais, em nenhuma hipótese. Isso dificulta muito a contratação de professores de instrumento. Os cursos de música que pretendem oferecer bacharelados em instrumento sofrem pela escassez de profissionais competentes com titulação de doutor. Esse tipo de profissional não tem vocação e nem interesse pela pesquisa acadêmica. Aliás, não se deveria esperar que tivessem, pois não é a natureza de sua profissão. Por isso as universidades americanas contratam regularmente portadores de títulos de mestres para essas cadeiras (e não exigem que eles façam pesquisa) e as europeias contratam esses professores nos conservatórios e não nas universidades. Por outro lado projetos em cursos de música de nossas universidades que pretendam se voltar para uma formação fortemente teórica, como para as carreiras de musicólogos, professores de teoria, e mesmo educadores e compositores, principalmente os que se dedicam às novas tecnologias, continuam a sofrer uma forte resistência dos colegas, por razões que tem a ver com disputas de mercado de trabalho e não com a natureza do trabalho que realizam, que é perfeitamente adequado ao perfil de um conhecimento universitário.</span></div><div style="margin: 0px 0px 0.0001pt; "><span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; font-family: 'Times New Roman', serif; ">Lembremos que a universidade não é apenas um local de formação profissional. É o espaço do saber, profissionalizante ou não. Nem é a universidade o único local de formação profissional. Por exemplo, a escolinha de futebol do Santos F.C. tem formado profissionais muito bem sucedidos. Quem não gostaria de ganhar o salário do Neymar?</span></div><div style="margin: 0px 0px 0.0001pt; "><span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; font-family: 'Times New Roman', serif; ">Não apenas por isso, mas também por isso, vira e mexe ressurgem as críticas do teor desse texto aos professores titulados, como se eles representassem uma reserva de mercado. Criar critérios de seleção não é fazer reserva de mercado, é cuidar do resultado da contratação para os fins pretendidos.</span></div><p class="MsoNormal" style="margin: 0px 0px 0.0001pt; font-family: 'Times New Roman'; "></p><div style="margin: 0px 0px 0.0001pt; "><span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; font-family: 'Times New Roman', serif; ">O que a universidade brasileira deveria reconhecer é a natureza diversa dos diferentes professores que são necessários para se montar um curso de música e colocar exigências de concurso, modelos de contrato e planos de carreiras diferenciados para as diferentes situações. Muita disputa interna desnecessária seria evitada com isso. Mas parece que isso é um ovo que nem Colombo conseguiria colocar em pé.</span></div><div style="margin: 0px 0px 0.0001pt; font-family: 'Times New Roman'; "><span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; "><font face="times new roman, new york, times, serif">Rodolfo Coelho de Souza</font></span></div><br><hr id="zwchr"><blockquote style="border-left-width: 2px; border-left-style: solid; border-left-color: rgb(16, 16, 255); margin-left: 5px; padding-left: 5px; font-weight: normal; font-style: normal; text-decoration: none; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12pt; "><b>De:<span class="Apple-converted-space"> </span></b>"Mario Marçal Jr" <<a href="mailto:mariomarcaljr@gmail.com" target="_blank">mariomarcaljr@gmail.com</a>><br><b>Para:<span class="Apple-converted-space"> </span></b>"Anppom CADASTRO" <<a href="mailto:anppomcadastro@gmail.com" target="_blank">anppomcadastro@gmail.com</a>>, "Anppom CADASTRO" <<a href="mailto:anppom-l@iar.unicamp.br" target="_blank">anppom-l@iar.unicamp.br</a>><br><b>Enviadas:<span class="Apple-converted-space"> </span></b>Domingo, 23 de Fevereiro de 2014 13:18:20<br><b>Assunto:<span class="Apple-converted-space"> </span></b>[ANPPOM-Lista] Para refletir!<br><br><div style="margin: 0px; ">Olá Caríssimos Colegas!!!</div><div style="margin: 0px; ">Um excelente texto para nossa reflexão! !!</div><div style="margin: 0px; "><a href="http://ordemlivre.org/posts/sem-doutorado-entao-fora?fb_action_ids=10151995942207712&fb_action_types=og.likes&fb_source=other_multiline&action_object_map=%5B1389838204606209%5D&action_type_map=%5B%22og.likes%22%5D&action_ref_map=%5B%5D" target="_blank">http://ordemlivre.org/posts/sem-doutorado-entao-fora?fb_action_ids=10151995942207712&fb_action_types=og.likes&fb_source=other_multiline&action_object_map=%5B1389838204606209%5D&action_type_map=%5B%22og.likes%22%5D&action_ref_map=%5B%5D</a></div><div style="margin: 0px; ">Grande abraço</div><br>________________________________________________<br>Lista de discussões ANPPOM<br><a href="http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l" target="_blank">http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l</a><br>________________________________________________</blockquote><br></div><br>________________________________________________<br>Lista de discussões ANPPOM<br><a href="http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l" target="_blank">http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l</a><br>________________________________________________</blockquote><br></div>________________________________________________<br>Lista de discussões ANPPOM<br><a href="http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l" target="_blank">http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l</a><br>________________________________________________</div></blockquote></div><br></div></div></blockquote><br></div></div></body></html>