<div dir="ltr"><div class="gmail_default" style="font-family:arial,helvetica,sans-serif"><br></div><div class="gmail_default" style="font-family:arial,helvetica,sans-serif">Sobre os que admitem a discussão e os que a não admitem, há um interessante paralelo no artigo de Gabriel Cohn, professor emérito de filosofia da USP, "O sono da política produz monstros", publicado no <i>Le Monde Diplomatique</i>, <a href="http://goo.gl/7MGiEk">http://goo.gl/7MGiEk</a>:<br><br><blockquote style="margin:0px 0px 0px 0.8ex;border-left:1px solid rgb(204,204,204);padding-left:1ex" class="gmail_quote">Todos esses marcos históricos apontam para a mesma composição: direitos 
em expansão e avanços na base da sociedade, a mescla por excelência para
 gerar insegurança e temor naquelas camadas da sociedade que se sentem 
muito próximas aos contingentes que avançam e temem ser engolfadas por 
eles, junto com rancor crescente naquelas que se imaginam longe, mas são
 obrigadas a tomar conhecimento daquilo que sempre foi invisível (e, 
portanto, indiferente) para elas, os de baixo que se comportam como se 
não o fossem. Isso tudo marcado por uma ambiguidade com alto poder 
destrutivo. É que os contingentes beneficiados pelas políticas da era 
Lula não têm por que serem intrinsecamente democráticos, mesmo quando 
gratos ao ex-presidente pela abertura que propiciou. Eles compartilham a
 característica de todos os grupos historicamente em ascensão, que é a 
vigilância contra qualquer ameaça de paralisia ou retrocesso em seu 
avanço, sem que isso envolva necessariamente o empenho em 
universalizá-lo. E é essa última preocupação que define o cerne da 
posição democrática. A esse respeito, aliás, um dado interessante foi 
revelado na edição do dia 9 de março do jornal <i>Folha de S.Paulo</i>,
 a respeito da distribuição de apoio às manifestações a favor e contra o
 impeachment. As respostas afirmativas à pergunta sobre o direito de ir 
às ruas foram em número significativamente maior quando se tratava de 
manifestação pelo impeachment do que contrária a ele. Não cabe a 
resposta de que, em amostragem representativa, isso reflita marcada 
maioria de um grupo sobre outro, até porque a pergunta incidia sobre 
direito à manifestação, e não diretamente sobre a posição dos 
entrevistados. É muito mais plausível concluir que a diferença se deve a
 que a maioria de um dos grupos (contra o governo) reservava para si 
esse direito, enquanto a maioria do outro (contra o impeachment) o 
concedia a ambos. Isso toca no ponto: a questão da democracia passa pela
 extensão da capacidade de universalizar direitos e demandas. Se esse 
for o caso, o episódio narrado anteriormente serve como indicador de que
 impulsos democráticos existem, sim, na sociedade, mas em condições de 
difícil efetivação.<br></blockquote><br></div><div class="gmail_default" style="font-family:arial,helvetica,sans-serif">Não sei se fui claro.<br><br></div><div class="gmail_default" style="font-family:arial,helvetica,sans-serif">E para terminar, "Fora Temer" (e fora o sono também).<br><br></div><div class="gmail_extra">Abraços,<br><br>-- <br><div class="gmail_signature" data-smartmail="gmail_signature"><div dir="ltr"><div><div dir="ltr"><div><div dir="ltr"><div><div dir="ltr"><div><div dir="ltr"><div>carlos palombini, ph.d. (dunelm)<br>professor de musicologia ufmg<br>professor colaborador ppgm-unirio<br><a href="http://www.proibidao.org" target="_blank">www.proibidao.org</a><br><a href="http://goo.gl/KMV98I" target="_blank">ufmg.academia.edu/CarlosPalombini</a><br></div><div><a href="http://www.researchgate.net/profile/Carlos_Palombini2" target="_blank">www.researchgate.net/profile/Carlos_Palombini2</a><br><a href="http://scholar.google.com.br/citations?user=YLmXN7AAAAAJ" target="_blank">scholar.google.com.br/citations?user=YLmXN7AAAAAJ</a><br></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div>
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