<div dir="ltr"><div>Olá, </div><div><br></div>Cara Eliana, muito obrigada pelas ótimas e mais do que justificadas observações e perguntas. <span style="font-size:12.8px"> Me pergunto, a partir do que você coloca:</span><span style="font-size:12.8px"> p</span><span style="font-size:12.8px">or que será que são sempre [com raríssimas exceções, as quais desconheço]</span><span style="font-size:12.8px"> os corpos de mulheres cujas nudez, erotismo, sexualidade e sensualidade são explorados, objetificados</span><span style="font-size:12.8px"> e expostos em obras artísticas e, ao mesmo tempo, </span><span style="font-size:12.8px"> por que será que [praticamente] nunca o são, destas mesmas formas, os corpos dos homens?" ou "</span><span style="font-size:12.8px">Acredite: se fosse</span><span style="font-size:12.8px"> o contrário</span><span style="font-size:12.8px"> [histórica e geral</span><span style="font-size:12.8px">mente],</span><span style="font-size:12.8px"> com músicos nus e partners</span><span style="font-size:12.8px"> vestidas, ainda assim </span><span style="font-size:12.8px">também seria oportuno e enriquecedor questionar e polemizar.</span><i style="font-size:12.8px">"</i><div><div><span style="font-size:12.8px"><i><br></i></span></div><div><span style="font-size:12.8px">Caros Marcos e Luciano, muito obrigada pelas reflexões e colocações de vocês. Só posso dizer que concordo plenamente. Em todos os pontos. Sobre algo bem pontual que Marcos diz, sobre saber conviver com opiniões diferentes</span><span style="font-size:12.8px">, p</span><span style="font-size:12.8px">arece que séculos de Brasil Colônia e décadas de ditaduras autoritárias nos impregnaram, de fato, no Brasil,</span><span style="font-size:12.8px"> até mesmo em um ambiente acadêmico, </span><span style="font-size:12.8px">com uma tristíssima herança: não sabemos e não conseguimos conviver com ideias diferentes, não sabemos e não conseguimos sequer suportar a existência de ideias diferentes das nossas sem imediatamente partir para silenciamentos, </span><span style="font-size:12.8px">deslegitimações, invalidações, extermínios, aniquilações, intimidações, fa</span><span style="font-size:12.8px">scismos, exclusões, etc. </span><span style="font-size:12.8px">Não sabemos e não conseguimos conviver, co- existir</span><span style="font-size:12.8px">, acolher e suportar discordâncias, diferenças, os(as) diferentes,</span><span style="font-size:12.8px"> diversidades de ideias, de op</span><span style="font-size:12.8px">iniões</span><span style="font-size:12.8px">, de </span><span style="font-size:12.8px">posturas, de escolhas, </span><span style="font-size:12.8px"> heterogeneidades de quaisquer tipos, não sabemos e não conseguimos discutir, debater, construir de forma dialogal e dialógica relações</span><span style="font-size:12.8px"> que se dão no tempo. Tristes e sombrios tempos os que vivemos. Que possamos todos e todas aprender com isto tudo, por mais difícil que seja.</span></div><div><span style="font-size:12.8px"><br></span></div><div><span style="font-size:12.8px">Professor Jorge, parabéns por uma</span><span style="font-size:12.8px"> concepção de obra que conta com (e insere) o(a) criador(a) na própria obra, na performance</span><span style="font-size:12.8px">. Este aspecto da peça foi o que mais admirei, como aliás, vários outros aspectos do teu pensamento e de tua forma de compor (que acompanho principalmente em entrevistas). E</span><span style="font-size:12.8px">mbora tenha questões e críticas com alguns aspectos muito específicos de algumas obras, como a nudez das mulheres e a forma como ela é utilizada nesta obra e em sua divulgação, a</span><span style="font-size:12.8px">dmiro muito</span><span style="font-size:12.8px"> o fato de você</span><span style="font-size:12.8px"> transitar</span><span style="font-size:12.8px"> e criar</span><span style="font-size:12.8px"> na fronteira entre música e teatro, e tua trajetória.</span></div><div><span style="font-size:12.8px"><br></span></div><div><span style="font-size:12.8px"><br></span></div><div><span style="font-size:12.8px"><br></span></div><div><span style="font-size:12.8px">Saudações cordiais para todos e todas, </span></div><div><span style="font-size:12.8px">Camila.</span></div><div><div><div><div><div><div><div><div><div><div><i style="font-size:12.8px"><br></i></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div><div class="gmail_extra"><br><div class="gmail_quote">Em 30 de junho de 2016 11:01, <span dir="ltr"><<a href="mailto:mcamara@usp.br" target="_blank">mcamara@usp.br</a>></span> escreveu:<br><blockquote class="gmail_quote" style="margin:0 0 0 .8ex;border-left:1px #ccc solid;padding-left:1ex"><div><div style="font-family:verdana,helvetica,sans-serif;font-size:12pt;color:#000000">É, tem isso... <div><br></div><div>Aliás, desculpem, mas essa onda de pedidos para sair da lista visa a quê, em última análise? Fugir do debate? Fazer birra? Não é aqui que se deve discutir tudo que nos diz respeito? Peço, por favor, <b><u>que não me tirem da lista!</u></b> Peço também que não censurem o que quer que seja. É difícil conviver com as diferentes opiniões, mas é a única maneira de balizarmos nosso trabalho de maneira civilizada. Hoje em dia, é intolerável a objetificação do corpo feminino. Até a Playboy está fechando porque ninguém lia as tais entrevistas. Acho que discutir esse e outros assuntos é o que nos faz crescer como pesquisadores e cidadãos. Quando as ideias não se tornam hegemônicas, é quando se descobre que a diferença é o natural e como tal deve ser respeitada. O Wolff falou recentemente sobre o lugar de quem está falando. Pois é: cada um fala do seu e aprende-se muito com isso. São gratas surpresas. Parabéns à Eliana por sua coragem e perspicácia, com todo respeito ao colega Prof. Dr. Jorge.</div><div><br></div><div>O meio acadêmico durante muito tempo sofreu de algo parecido com a sociedade de corte (ELIAS): quem não falava afinado, era rejeitado. Muito melhor assim: todos falam o que pensam e aprendemos a viver democraticamente. Democracia é um processo, não um estado final. Se é que todos querem isso. Na aristocracia, ainda que signifique "poder dos virtuosos", ninguém diz que o rei está nu.<br><div><br></div><div>Abraços aos colegas diferentes de mim,</div><div>Marcos<br><br><hr><blockquote style="border-left:2px solid rgb(16,16,255);margin-left:5px;padding-left:5px;color:#000;font-weight:normal;font-style:normal;text-decoration:none;font-family:Helvetica,Arial,sans-serif;font-size:12pt"><b>De: </b>"luciano cesar" <<a href="mailto:lucianocesar78@yahoo.com.br" target="_blank">lucianocesar78@yahoo.com.br</a>><br><b>Para: </b>"ms eliana" <<a href="mailto:ms.eliana@usp.br" target="_blank">ms.eliana@usp.br</a>>, "Jorge Antunes" <<a href="mailto:antunes@unb.br" target="_blank">antunes@unb.br</a>><br><b>Cc: </b>"ANPPOM-L" <<a href="mailto:anppom-l@iar.unicamp.br" target="_blank">anppom-l@iar.unicamp.br</a>><br><b>Enviadas: </b>Quinta-feira, 30 de Junho de 2016 10:18:59<br><b>Assunto: </b>Re: [ANPPOM-Lista] VÍDEO RARO RECUPERADO<br><br><div style="color:#000;background-color:#fff;font-family:bookman old style,new york,times,serif;font-size:14px"><div>Isso lá foi resposta? Foi um escracho, isso sim...</div><div><br></div><div dir="ltr"> Acho um absurdo tergiversarmos questões de gênero dessa forma. Não é por acaso ou por alguma razão metafísica que as mulheres estavam nuas e os homens não. E essa razão não é simplesmente invertível como o prof. Jorge sugere. Isso pode não invalidar a beleza da proposta artística, mas há um pano de fundo aí que tem que ser debatido sim, mesmo que tenha que ser deixado claro que se trata de outro patamar: a objetificação do corpo feminino e a sua exposição, a separação de papeis (a mulher entrega a palavra nua, em estado natural, bruto, ela é uma força da natureza; mas o homem tem o trabalho intelectual, racional, ele é que e-labora, ele é quem TRABALHA e tem sua intimidade resguardada e protegida da exposição íntima, embora não haja mal nenhum em expor a intimidade desse "outro" - a alteridade feminina - visto como "natural")...</div><div dir="ltr"> Enfim, há o que debater. Eliana foi muito cortês e talvez haja mesmo uma dimensão "estética" para além da escolha de quem fica pelado em uma montagem artística. <br></div><div dir="ltr"> Essa dimensão me interessa muito pouco. O que me interessa hoje é o processo pelo qual os discursos são naturalizados. Sim, mestre Jorge, parabéns pela sua música...</div><div dir="ltr">P.S.: cadê a mensagem do Palombini?</div><div dir="ltr"><br></div><div dir="ltr">Um abraço, <br></div><div dir="ltr">Luciano<br></div><div><div class="h5"><div><br><br></div><div style="display:block"> <div style="font-family:bookman old style,new york,times,serif;font-size:14px"> <div style="font-family:HelveticaNeue,Helvetica Neue,Helvetica,Arial,Lucida Grande,sans-serif;font-size:16px"> <div dir="ltr"><font face="Arial" size="2"> Em Quinta-feira, 30 de Junho de 2016 10:06, "<a href="mailto:ms.eliana@usp.br" target="_blank">ms.eliana@usp.br</a>" <<a href="mailto:ms.eliana@usp.br" target="_blank">ms.eliana@usp.br</a>> escreveu:<br></font></div> <br><br> <div>Caro Prof Jorge Antunes,<br clear="none">Sempre há o que polemizar, mas por hora<br clear="none">agradeço sua atenção em me responder!<br clear="none">Abraço<br clear="none">Eliana<br clear="none"><div><br clear="none">----- Jorge Antunes <<a shape="rect" href="mailto:antunes@unb.br" target="_blank">antunes@unb.br</a>> escreveu:<br clear="none">> Oi, Eliana:<br clear="none">> <br clear="none">> O desnudamento só tem sentido no caminhar das letras: signos, grafemas, que<br clear="none">> chegam a mim no espaço.<br clear="none">> O alfabeto é um sistema nu.<br clear="none">> A etimologia da palavra "alfabeto" procede do grego "alfa+beta". Porém, o<br clear="none">> termo ab ou ib foi usado também pelos hebreus para denominar a divindade<br clear="none">> máxima da religião monoteísta. Segundo a religião egípcia, a parte mais<br clear="none">> importante da alma era o Ab ou Ib (coração). O Ib, coração metafísico, era<br clear="none">> concebido como uma gota do coração da mãe para a criança durante a<br clear="none">> concepção. Dessa forma, os seios e a região pubiana feminina são essenciais<br clear="none">> na comunicação.<br clear="none">> Infelizmente tudo é tão óbvio, que não dá para polemizar.<br clear="none">> Abraço,<br clear="none">> Jorge Antunes<br clear="none">> <br clear="none">> *PS. Acredite: se fosse o contrário, com músicos nus e partners vestidas, e<br clear="none">> se você questionasse isso, eu também teria belas justificativas com apelo à<br clear="none">> metafísica, à semiótica e à mitologia.*<br clear="none">> <br clear="none">> Em 29 de junho de 2016 10:24, <<a shape="rect" href="mailto:ms.eliana@usp.br" target="_blank">ms.eliana@usp.br</a>> escreveu:<br clear="none">> <br clear="none">> > Muito interessante o vídeo Prof. Jorge Antunes,<br clear="none">> > Somente para polemizar gostaria de perguntar por que os excelentes músicos<br clear="none">> > não aparecem nus também?<br clear="none">> > E qual a relevancia da nudez das mulheres para a mensagem que o senhor<br clear="none">> > quis passar com este espetáculo?<br clear="none">> > Abraço<br clear="none">> ><br clear="none">> > Eliana Monteiro da Silva<br clear="none">> ><br clear="none">> > ----- Jorge Antunes <<a shape="rect" href="mailto:antunes@unb.br" target="_blank">antunes@unb.br</a>> escreveu:<br clear="none">> > > VÍDEO RARO RECUPERADO.<br clear="none">> > > Acaba de ser recuperada a filmagem raríssima de um espetáculo que<br clear="none">> > realizei<br clear="none">> > > em 1990:<br clear="none">> > > SONS E LETRAS DE JORGE ANTUNES<br clear="none">> > > Assista, curta, divulgue.<br clear="none">> > > .<br clear="none">> > > Nele, enquanto fabulosos músicos interpretam obras minhas, mulheres nuas,<br clear="none">> > > no palco, me oferecem letras para que eu escreva poemas. E eu os escrevo.<br clear="none">> > > Em outros momentos, faço o que sempre fiz: falo para as paredes e dou<br clear="none">> > > murros em pontas de facas.<br clear="none">> > > .<br clear="none">> > > <a shape="rect" href="https://www.youtube.com/watch?v=cJjnyCNycuY&feature=youtu.be" target="_blank">https://www.youtube.com/watch?v=cJjnyCNycuY&feature=youtu.be</a><br clear="none">> ><br clear="none">> ><br clear="none"><br clear="none">________________________________________________<br clear="none">Lista de discussões ANPPOM<br clear="none"><a shape="rect" href="http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l" target="_blank">http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l</a><br clear="none">________________________________________________</div><br><br></div> </div> </div> </div></div></div></div><div><div class="h5"><br>________________________________________________<br>Lista de discussões ANPPOM<br><a href="http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l" target="_blank">http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l</a><br>________________________________________________</div></div></blockquote><span class="HOEnZb"><font color="#888888"><br><br><br>-- <br><div><span name="x"></span><font size="2">Prof. Dr. Marcos Câmara de Castro<br>Departamento de Música</font><div><font size="2">Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto<br></font><span style="font-size:small">Universidade de São Paulo</span><font size="2"><br></font><div><font size="2"><a href="http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/4094693495303397" target="_blank">http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/4094693495303397</a> <br><a href="http://portal.ffclrp.usp.br/sites/camaradecastro" target="_blank">http://portal.ffclrp.usp.br/sites/camaradecastro</a> <br><a href="http://lattes.cnpq.br/8866596468646798" target="_blank">http://lattes.cnpq.br/8866596468646798</a> <br><a href="https://scholar.google.com.br/citations?hl=pt-BR&user=GBa82HMAAAAJ&view_op=list_works&sortby=pubdate" target="_blank">https://scholar.google.com.br/citations?hl=pt-BR&user=GBa82HMAAAAJ&view_op=list_works&sortby=pubdate</a> </font></div></div><span name="x"></span><br></div></font></span></div></div></div></div><br>________________________________________________<br>
Lista de discussões ANPPOM<br>
<a href="http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l" rel="noreferrer" target="_blank">http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l</a><br>
________________________________________________<br></blockquote></div><br></div>